quinta-feira, 21 de maio de 2020

Aceitação ou Investigação: o único caminho para a verdade é através da análise crítica

Às vezes, o que não está sendo discutido pode ser o mais revelador de todos.

Em mais um episódio intrigante do UFO Classified, a apresentadora Erica Lukes entrevistou Mick West. Vários pontos interessantes foram discutidos sobre questões em torno dos agora famosos vídeos da Marinha.




Lukes levantou a possibilidade de que os objetos representados possam, em alguns casos, representar aeronaves bem humanas ou outros tipos de operações experimentais, como teste de radar avançado e contramedidas. Isso também foi apresentado com competência por outros, incluindo Tyler Rogoway, que observou várias circunstâncias consistentes com exercícios militares em uma série de publicações no site The War Zone. O inimigo mundial dos OVNIs, Seth Shostak, levantou um ponto igualmente interessante - e divertido - em um episódio recente do Coast to Coast AM, quando ele sugeriu que as aeronaves F/A-18 parecem ser um denominador comum dos vídeos. Isso pode ser considerado comparável, ele acrescentou, a ter apenas uma marca de binóculos que revelam consistentemente o Pé-Grande.

Mick West explicou durante sua recente conversa com Lukes porque ele está desapontado com os vídeos da Marinha e todo o barulho feito pela mídia. Lukes acrescentou que, como relatos de OVNIs esféricos mostram, o sensacionalismo apresentado pela To The Stars Academy pode até não estar entre os mais atraentes. Ela então descreveu dois casos que aconteceram durante seu período como Diretora Estadual da MUFON em Utah.

Vários objetos voadores esféricos foram observados por várias testemunhas em Utah durante o dia, explicou Lukes. Os avistamentos continuaram por um longo período, conforme os avistamentos mostraram, e testemunhas descreveram os objetos como capazes de pairar no lugar, além de acelerar no que eram percebidas como altas velocidades. Curiosamente, os avistamentos colocaram os objetos sobre uma instalação da Agência de Segurança Nacional, consistindo no que Lukes descreveu como espaço aéreo altamente restrito. Algumas testemunhas relataram aeronaves militares nas proximidades, aparentemente monitorando ou apoiando a situação. Lukes discutiu o caso no contexto em que pode ter representado drones avançados, entre outras possibilidades.

Logo após o caso de Utah, Lukes explicou, um avistamento semelhante ocorreu no Colorado. Os relatos de Utah e do Colorado foram muito semelhantes nas descrições das testemunhas dos objetos e das capacidades de voo. Lukes descreveu sua decepção e surpresa quando a alta gerência da MUFON, por qualquer motivo, desencorajou novas investigações e afirmou que o caso do Colorado era o resultado de um balão do Google. Lukes sugeriu que a explicação simplesmente não era consistente com as evidências coletadas.

É curioso que não ouvimos mais sobre casos como Lukes descreveu, aspectos dos vídeos da Marinha e testemunhas, como salientado por West, e material semelhante que fornece um contexto muito mais preciso do que normalmente circula. Os entusiastas por OVNIs saberiam a diferença - ou gostariam de saber a diferença - entre a aceitação dos OVNIs e a investigação competente?



De codinome Bumblehive, o Utah Data Center é uma instalação para
vigilância doméstica na qual a NSA atua como agência líder




Outro caso potencialmente relevante, omitido curiosamente do discurso público atual, envolve uma série de avistamentos de objetos voadores esféricos no Irã, por volta de 2004. Esse é o mesmo ano do incidente do Nimitz de que tanto se fala agora.

Aqueles com alguma familiaridade com os relatos da Marinha, o que poderíamos chamar de avistamentos típicos de esferas e até mesmo relatos de OVNIs em geral, deveriam reconhecer rapidamente possíveis correlações. Conforme relatado na Forbes, entre outras fontes, os objetos esféricos estavam ameaçando instalações nucleares iranianas.

A Forbes informou ainda que, segundo fontes iranianas, os pequenos objetos sem asas tinham capacidade de voo avançada, incluindo sair da atmosfera e em velocidades que variavam de Mach 10 (aproximadamente 12.348 km/h) a zero, às vezes pairando no lugar. Os objetos possuíam poderosas contramedidas eletrônicas, ou ECM, capacidades que poderiam bloquear o radar iraniano e interromper o equipamento de navegação usando altos níveis de energia magnética.

Segundo um relatório, o piloto de um caça F-14 Tomcat tentou travar o radar no alvo, mas o feixe foi interrompido. O piloto iraniano disse que o objeto era esférico com um pós-combustor verde, acrescentando que o invasor aumentou a velocidade e "desapareceu como um meteoro".

Os objetos foram ainda descritos como luminosos. Curiosamente, oficiais iranianos indicaram suspeitar que a emissão de luz relatada permitia a fotografia noturna. Os iranianos não suspeitaram que suas instalações nucleares estavam sendo exploradas por alienígenas interplanetários ou sujeitos a lendários poltergeists do tipo Skinwalker, mas, na perseguição, eles decididamente pensaram que os objetos não passavam de drones da CIA.

"Segundo fontes iranianas, os drones de inteligência da CIA exibiram características surpreendentes de voo", informou a Forbes.

Os leitores regulares do blog The UFO Trail e aqueles que leram o livro The Greys Have Been Framed podem se lembrar de que eu falei muito desse caso há um tempo. Repetir nunca é demais, eu acho, especialmente quando o assunto parece relevante.

Os escritores de defesa e aviação consultados nos dizem aqui no The UFO Trail que, agora, realmente parece que a vigilância por drones da CIA ocorreu no Irã durante o período em questão, independentemente de envolver ou não esferas voadoras avançadas. A revista Foreign Policy informou, por exemplo, que os EUA começaram a realizar missões com drones sobre o Irã, partindo do Iraque, desde abril de 2004. Um drone RQ-170 Sentinel, controlado pela CIA, caiu e foi capturado pelas forças iranianas em 2011, com essas missões alcançando centenas de quilômetros dentro do país nos anos anteriores e posteriores ao incidente.


O caso das esferas hipersônicas e ameaçadoras levanta muitas questões e preocupações reais. É essencial falar sobre isso.

Talvez as fontes iranianas não sejam totalmente confiáveis, tendo elaborado um esquema de desinformação para o que pode ser uma variedade de objetivos. Talvez a história seja uma mistura intencional de verdade e desinformação. Outra possibilidade é que talvez a maior parte seja relativamente sincera, mas os pilotos simplesmente se enganaram com o que viram. Talvez os objetos fossem drones da CIA, fossem esféricos, como relatado de maneira semelhante em datas posteriores pelos pilotos americanos, mas os pilotos estavam simplesmente errados sobre algumas das capacidades específicas de voo que acharam ter observado.

Vale a pena notar que praticamente todos os questionamentos ​​que podemos ter sobre o caso iraniano se aplicam igualmente aos vídeos da Marinha e aos relatórios correspondentes. Além disso, os questionamentos são inteiramente necessários para chegarmos perto de discernir o que realmente aconteceu. Não é um tabu levantar e discutir os questionamentos, mas completamente essencial ao processo de apuração dos fatos.

Em notícias relacionadas, a jornalista científica Sarah Scoles levantou ainda mais pontos válidos que estão visivelmente ausentes das discussões sobre OVNIs e da cobertura típica. Ela comentou recentemente os documentos referentes aos incidentes de OVNIs da Marinha obtidos via Lei de Liberdade de Informação  pelo site The War Zone e circunstâncias relacionadas:

@ScolesSarah
Interessante que a recente matéria do The New York Times não informa, como salientado pelo site The War Zone, que "nenhum desses objetos possuía desempenho extremo. Não há nenhuma prova de naves ou discos voadores extremamente exóticos com desempenho cinemático incrível."

@WIRED
Uma história que poucos parecem levar a sério continua chegando às manchetes. Por quê?

@ScolesSarah
Também gostaria de observar que dois dos famosos vídeos de OVNIs, que o The New York Times afirma que o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais investigou, foram gravados após o término oficial do programa.

Twitter: 18 de maio de 2020


Especificamente, e segundo o Pentágono, dois dos três vídeos foram filmados originalmente em janeiro de 2015. Muitas fontes, incluindo o muito discutido artigo do The New York Times, estabeleceram o período oficial de atuação do AATIP entre 2007 e 2012. A Reuters informou em dezembro de 2017:

O Pentágono reconheceu abertamente o destino do programa em resposta a uma pergunta da Reuters.
"O Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais terminou no período de 2012", disse Laura Ochoa, porta-voz do Pentágono.
"Foi determinado que havia outras questões de maior prioridade que mereciam financiamento e era do melhor interesse do Departamento de Defesa fazer uma alteração", disse ela.

Os rumores persistem de que o programa continuou de uma forma ou de outra, possivelmente até em nível não oficial, mas esses rumores são questionados pelas mesmas pessoas e "repórteres" que disseram ao público que acreditavam que a história tinha uma importância monumental em primeiro lugar. Além disso, é irrelevante em comparação ao fato de que a premissa do agora infame artigo de dezembro de 2017, do The New York Times, é de que os vídeos faziam parte do AATIP, uma afirmação que não só nunca foi confirmada, mas parece ser impossível.

Há quem argumente que eles não se importam; eles perceberam que o Departamento de Defesa reconheceu que os OVNIs são reais, e isso é o importante para eles. Um problema é que não foi o que aconteceu, foi o que nos disseram que aconteceu - pelas mesmas pessoas que não podem substanciar várias afirmações sensacionalistas que formaram a base da matéria do The New York Times.




Ao considerarmos o silêncio revelador que envolve essas questões, não é sensato perguntarmos por que os profissionais da Comunidade de Inteligência, que agora representam a To The Stars Academy, não abordariam as discrepâncias? Por exemplo, se sabemos sobre o caso do Irã em 2004 e das esferas testemunhadas por muitos em Utah e no Colorado, os membros com muitos contatos na Comunidade de Inteligência não saberiam? E não pareceria crítico abordar e examinar esses casos se realizassem uma busca sincera e completa por fatos relacionados aos vídeos da Marinha? Parece-me pelo menos comparável a desmascarar uma antiga fraude italiana na televisão a cabo.

O gênero OVNI continua sendo atormentado por uma incapacidade e falta de vontade de diferenciar entre aceitação e investigação. Em sua defesa, é amplamente liderado. Há muitas razões e objetivos para se culpar, mas deve ficar claro o suficiente até para um observador casual que a busca por fatos sofre.

Parece que, para muitos, ter suas crenças encorajadas já é bom o bastante. No entanto, outros querem mesmo a verdade. Para encontrá-la, eles devem seguir o caminho da análise crítica. Simplesmente não há outro caminho.


Tradução: Tunguska Legendas

Artigo original:

2 comentários:

  1. Virou um cético ferrenho? Rs. Ceticismo é ótimo, mas como uma ferramente.

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    1. cansei da mesma ladainha de sempre da ufologia rs. é preciso pensar fora da bolha rs.

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