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quarta-feira, 22 de julho de 2020

Veterano da Área 51 e Pioneiro de Guerra Eletrônica da CIA Pronunciam-se Sobre Encontros da Marinha com OVNIs




Por terem trabalhado em alguns dos programas aeroespaciais mais secretos do mundo,
toda essa nova conversa sobre OVNIs soa muito familiar para esses dois homens.


É um mistério de 70 anos que, até recentemente, tem sido amplamente relegado aos rebeldemente curiosos da sociedade. Agora, graças a três vídeos do Departamento de Defesa mostrando alguma espécie de aeronave não identificada disparando através de espaço aéreo restrito, esse tópico dos OVNIs de repente reemergiu como um assunto digno da atenção geral. Primeiro atingindo o público quase dois anos depois de originalmente filmado por instrumentos de rastreamento e ataque de caças F/A-18/F Super Hornet da Marinha, em 2004 e 2014-2015, o interesse nesses vídeos aumentou devido a uma recente declaração oficial da Marinha dizendo que, de fato, esses objetos borrados são "Fenômenos Aéreos Não Identificados" ou "FANIs". Em outras palavras, seu tipo e origem permanecem desconhecidos, pelo menos oficialmente.

Apesar de toda a atenção da mídia e do público em geral, para um homem que trabalhou em alguns dos programas aeroespaciais mais secretos do mundo, toda essa nova conversa sobre OVNIs não é tão impressionante. Na verdade, para T.D. Barnes, um ex-engenheiro de Projetos Especiais da Área 51, toda essa história sobre OVNIs soa bastante familiar.

A jornada de T.D. Barnes no mundo dos projetos secretos começou em 1954, quando o jovem oficial de sistemas de radar do Exército foi selecionado para trabalhar com o primeiro sistema de mísseis operacionais terra-ar (SAM), o Nike Ajax e Nike Hercules. Mais tarde, através da empreiteira de defesa Unitech, Barnes trabalharia na enigmática Estação de Rastreamento de Longo Alcance Beatty da NASA e na Comissão de Energia Atômica (AEC) na tentativa conjunta de desenvolver um motor para foguete nuclear para um voo tripulado a Marte, um projeto com o codinome NERVA.

Finalmente, no começo dos anos 1960, Barnes seria levado pela Agência Central de Inteligência (CIA) para trabalhar no "Projeto OXCART", o desenvolvimento do avião espião A-12, na ultra-reclusa e então tranquila Área 51.



Ex-Engenheiro de Projetos Especiais da Área 51, T.D. Barnes, parado em frente a um
Lockheed A-12, um dos muitos programas em que Barnes trabalhou na Área 51


Quando o foco se voltou para o sucessor do A-12, o SR-71 Blackbird, Barnes acabaria na seção de Projetos Especiais da Área 51, parte da Divisão de Tecnologia Estrangeira da Força Aérea (FTD). Até a aposentadoria de Barnes no fim dos anos 1970, por quase duas décadas, ele trabalharia profundamente em um mundo de segredos governamentais de que a maioria nem faz ideia.

Sobre os relatos recentes de OVNIs pela Marinha, com décadas trabalhando nos projetos aeroespaciais mais avançados, T. D. Barnes tem uma teoria:

"Isso me leva de volta para cerca de 1960, quando a CIA projetou e estava construindo o Blackbird A-12 Mach 3 para substituir o U-2'', diz Barnes. Na época, a CIA estava gravemente preocupada que o novo sistema de radar da União Soviética "Tall King" fosse capaz de detectar o A-12 voando sobre o espaço aéreo deles. Para combater essas preocupações, a CIA lançou um programa audacioso para desenvolver tecnologia que poderia eletronicamente gerar e interferir com alvos falsos nos radares soviéticos, para fazê-los "ver" e rastrear "aeronaves fantasmas" não existentes. O codinome do projeto era PALLADIUM.


Um A-12 Oxcart


O ''The War Zone'' foi o primeiro a estabelecer uma possível relação histórica entre o PALLADIUM e os avistamentos de OVNIs pela Marinha na última primavera. A história do projeto é essa:

Em 1960, quando a União Soviética moveu o sistema de radar Tall King para Cuba, a CIA começou a usar secretamente o PALLADIUM para enganar os radares de defesa aérea da Rússia para pensarem que aeronaves não-identificadas estavam voando em direção e até no espaço aéreo cubano. Como um dos poucos membros da equipe PALLADIUM, Barnes serviu como um artilheiro de defesa aérea (ADA) e oficial de contramedidas eletrônicas/eletromagnéticas (ECM/ECCM) para o programa secreto.

"Usando um C-97 [EC-97G], nós podíamos fazer os radares soviéticos acreditarem que eles estavam rastreando qualquer quantidade de objetos aéreos'', disse Barnes. "Em certo momento, um piloto de MiG-15 russo até alegou que podia ver o alvo e travar sua mira nele."

Por fim, o PALLADIUM avisou aos Estados Unidos que as capacidades dos radares russos estavam muito avançadas e que, em breve, eles conseguiriam rastrear e derrubar os aviões de vigilância Blckbird. Como resultado, nenhum voo de vigilância tripulado foi conduzido sobre a Rússia com o jato.

No que diz respeito aos encontros com OVNIs mais recentes da Marinha, Barnes diz "Eu não tenho as respostas para o que os aviadores da Marinha viram, mas acredito que estamos fazendo isso de novo."

Os comentários de Barnes são incríveis devido ao informe exclusivo do ''The War Zone'' sobre a última revolução da Marinha em guerra eletrônica, a Emulação em Rede de Leituras de Múltiplos Elementos Contra Sensores Integrados, ou NEMESIS.

Similar ao Projeto Palladium, dos anos 60, em seu nível mais básico, mas quase inconcebivelmente superior em escala e capacidades, NEMESIS dá à Marinha a habilidade de simultaneamente enganar uma vasta gama de sensores inimigos espalhados sobre uma grande área, dando a ilusão de frotas fantasmas abaixo da superfície do oceano e formações de aeronaves no céu. O sistema obscuro alcança isso via a junção de um vasto conjunto de plataformas diferentes de guerra eletrônica e simulações, incluindo vários enxames de aeronaves não tripuladas, para criar efeitos de alta fidelidade e unificados de guerra eletrônica em um campo de batalha.



S. Eugene Poteat na sede da CIA

Sobre a possível ligação entre o PALLADIUM com os recentes eventos com OVNIs, aparentemente não há ninguém mais capaz de dar respostas que o discutível pai da inteligência de guerra eletrônica, oficial executivo aposentado da CIA, S. Eugene "Gene" Poteat. Descrito como um dos "Magos de Langley", Poteat é o homem que fundou e por 15 anos dirigiu o PALLADIUM, enquanto trabalhava no escritório do Diretório de Ciência e Tecnologia da CIA.

Hoje aos seus 80 anos, em uma entrevista rara, Poteat disse que não conhecia os encontros recentes com OVNIs pela Marinha, mas admitiu que estes soavam "interessantes". Por fim, Poteat disse precisaria ver mais dados da Marinha para poder dar sua opinião.

Uma fonte de discórdia entre entusiastas por aviação e OVNIs é que, além dos relatos de testemunhas da Marinha e os três breves vídeos ATFLIR liberados pela companhia relacionada a OVNIs To The Stars Academy, do ex-líder do Blink-182, Tom Delonge, nenhum outro dado sobre os alegados encontros com OVNIs foi tornado público.

Poteat foi, entretanto, capaz de oferecer alguns detalhes pouco conhecidos sobre o PALLADIUM, que detêm uma possível importância em relação aos relatos recentes de OVNIs. "Para determinar a habilidade da Rússia em detectar pequenos alvos, nós usávamos esferas metálicas presas a balões lançadas de submarinos'', disse Poteat. "A ideia era que o radar de aviso prévio rastreasse nossa aeronave eletrônica. Então nosso submarino vinha à superfície e liberava as esferas calibradas no caminho oposto ao da falsa aeronave."

Apesar das descrições das "esferas metálicas presas a balões" parecerem similares com os relatos de testemunhas de OVNIs, Poteat explicou que as esferas de diferentes tamanhos eram usadas para detectar as capacidades de intersecção dos radares russos e não para tentar enganar a União Soviética a pensar que eles estavam vendo discos voadores.

Esse fato foi previamente descoberto por Tyler Rogoway, do ''The War Zone'', que também descobriu uma patente de radar refletor carregado por balão que se encaixa na descrição de exatamente o que alguns pilotos de Super Hornet viram na Costa Leste em 2015, descrito como "esferas com cubos dentro" que flutuavam de forma bizarra.

Similar à o que Rogoway supôs, a descrição de Poteat de balões-radar lançados de submarinos serve como uma possível explicação para pelo menos alguns desses estranhos encontros.



Imagem da CIA de 1955 de um balão de vigilância lançado de um submarino

Sem dúvida, há algumas semelhanças notáveis entre quando os grupos dos porta-aviões USS Nimitz (em 2004) e o USS Roosevelt (em 2014-2015) começaram a encontrar esses objetos aéreos desconhecidos. Isto é, esses encontros ocorreram apenas depois dos grupos terem começado a usar um conjunto de tecnologias novas e altamente sofisticadas, ambas as quais o ''The War Zone'' foi o primeiro a destacar.

Nos dois exemplos, 2004 e 2014-2015, os grupos dos porta-aviões estavam equipados com novos sistemas revolucionários que forneceriam a eles grandes saltos nas capacidades conjuntas de defesa aérea. No primeiro exemplo, pioneira na Marinha, a Capacidade de Participação Cooperativa (CEC) estava se preparando para sua primeira implantação. No segundo, uma evolução muito mais capaz que a CEC estava pronta para uma implantação, junto com o novo e altamente capaz E-2D Advanced Hawkeye, que é ligado ao ecossistema CEC. O ''The War Zone'' cobriu com profundidade esse sistema de defesa aéreo integrado de ponta e como ele se encaixa com a história mais ampla sobre os encontros dos pilotos da Marinha.


Também, por volta de 2015, muitos caças Super Hornet ganharam um novo sistema de radar significativamente evoluído, Conjunto de Escaneamento Eletronicamente Ativado (AESA). Isso parece ter ajudado drasticamente com a detecção dos objetos difíceis de rastrear em questão.

T.D. Barnes acredita que a implantação dessas novas tecnologias são a chave e acredita que os prováveis ''encontros com OVNIs'' da Marinha envolveram simultaneamente o teste das capacidades de defesa aérea dos navios e a habilidade das novas tecnologias em derrotá-los. "Testar e avaliar tecnologia avançada, tanto a doméstica quanto a de nossos adversários, foi muito do que fizemos enquanto eu estava nos Projetos Especiais na Área 51", disse Barnes.

Alguns argumentam que se os encontros com OVNIs da Marinha tivessem relação como testes secretos, os militares teriam sido informados e estariam cientes de que eram parte de uma missão de treinamento. Ainda sob juramento de segurança, T.D. Barnes tinha limites sobre o que poderia dizer, entretanto, o veterano da Área 51 não refutou diretamente a ideia de que os marinheiros estariam cientes de planos operacionais se estes fossem eventos de treinamento.

"Quando estávamos testando o MiG-21 contra nossos aviões, nós geralmente usávamos pilotos da Guarda Nacional, aos quais apenas era dito que estavam em uma missão secreta contra tecnologia estrangeira na Área de Testes de Nellis. Eles não sabiam nada sobre ser um projeto da Divisão de Tecnologia Estrangeira da CIA, DIA, Marinha e Força Aérea na Área 51'', disse Barnes.

Mesmo com os relatos das testemunhas e as declarações recentes da Marinha de que esses objetos são realmente "não-identificados", T.D. Barnes ainda sente que certamente alguém no Pentágono sabe exatamente com o que os grupos dos porta-aviões Nimitz e Roosevelt estavam lidando. Na opinião de Barnes, os vídeos ATFLIR editados e reduzidos, e a conduta dos pilotos sugerem que os aviadores estavam pelo menos vagamente cientes do que eles estavam perseguindo. "Nos vídeos que vi, os pilotos estavam celebrando. Eu acho que eles sabiam", disse Barnes, se referindo aos vídeos "Go Fast" e "Gimbal". Com os pilotos que falaram sobre os incidentes, todos negaram ter qualquer conhecimento do que eram os objetos misteriosos que eles encontraram.




Captura do vídeo do Departamento de Defesa "OVNI Nimitz"

Para a Marinha, mostrar uma evidência de vídeo e dizer que é um "Fenômeno Aéreo Não Identificado" representa um movimento raro de um ramo das Forças Armadas dos EUA. Para muitas pessoas, essa declaração parece fechar a porta para qualquer debate se os objetos em questão são tecnologia aeroespacial altamente exótica ou secreta. Entretanto, fazendo referência à cobertura do ''The War Zone'' sobre os Programas de Acesso Especial (SAPs), se essas aeronaves estão relacionadas a um SAP desconhecido ou SAP desconhecido e revogado, a existência dessa tecnologia seria negada a todos de fora do programa. Além disso, se essas são tecnologias altamente secretas emergindo de um SAP sendo comandado por outro ramo do Departamento de Defesa, a Marinha poderia realmente não ter conhecimento do que esses objetos realmente são.

Barnes me disse saber que muitos avistamentos de OVNIs no passado, nas regiões de Seattle e no Sul da Califórnia, eram, na verdade, testes aeroespaciais avançados feitos pela Boeing ou Skunkworks da Lockheed Martins. De acordo com Barnes, esses voos de "prova de conceito" frequentemente ocorrem antes da companhia levar a plataforma para a Área 51 na esperança de vendê-las para a Força Aérea, Marinha ou outros ramos do governo.

"Esses eram definitivamente OVNIs, porque eles eram tão secretos que nem existiam", disse Barnes.

Quando perguntados, ambos T.D. Barnes e Gene Poteat se abstiveram de comentar sobre se sabiam da existência de qualquer plataforma aeroespacial de forma oblonga, com capacidade hipersônica.

Sobre o assunto dos OVNIs em geral, T.D. Barnes me deu essas palavras de despedida:

"Na High Range da NASA e na Área 51, eu passei milhares de horas rastreando aeronaves. Apesar de ter rastreado várias que não pude identificar, nunca suspeitei que elas fossem extraterrestres. Nos mesmos projetos, trabalhei com muitos pilotos operacionais e de testes. Nunca ouvi de algum suspeitando que podia ter avistado um OVNI.

Eu acredito que um avistamento extraterrestre verdadeiro empolgaria o mundo ao ponto em que haveria bilhões de pessoas apagando as luzes para olhar para os céus, esperando ver o que quer que fosse. A mídia só falaria sobre isso.

Disto isso, eu gostaria de pensar que não somos a única rocha no Universo com vida."

Fonte: the war zone

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