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domingo, 2 de agosto de 2020

Acreditamos em OVNIs? Essa é a Pergunta Errada


 

Noticiar sobre o programa do Pentágono que está investigando objetos voadores não identificados não é uma questão de crença, mas da busca vigilante por fatos.

 


 

O Times Insider explica quem somos e o que fazemos, e fornece informações dos bastidores sobre como nosso jornalismo se reúne.

 

Fazíamos parte da equipe do New York Times (com a correspondente de Washington Helene Cooper) que noticiou a história da unidade secreta do Pentágono que investiga objetos voadores não identificados, o Programa de Identificação de Ameaças Aeroespaciais Avançadas, em dezembro de 2017.

 

Desde então, noticiamos sobre os contatos imediatos de pilotos da Marinha com OVNIs e, na semana passada, sobre o atual programa renovado, a Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados e seus briefings oficiais - em andamento há mais de uma década - para oficiais da Inteligência, executivos aeroespaciais e membros do Congresso sobre alegadas quedas de OVNIs e materiais recuperados.

 

Muitas vezes, colegas e leitores bem-intencionados nos perguntam: "Você acredita em OVNIs?" A pergunta nos surpreende por ser inapropriadamente pessoal. Os repórteres do Times são particularmente avessos a revelar opiniões que poderiam implicar em possível viés de reportagem.

Mas, neste caso, não temos problemas em responder: "Não, não acreditamos em OVNIs."

 

A nosso ver, sua existência ou inexistência não é uma questão de crença.

 

Admiramos o que a grande antropóloga Margaret Mead disse quando perguntada, há muito tempo, se ela acreditava nos OVNIs. Ela chamou de "uma pergunta boba", escrevendo no Redbook, em 1974:

 

"A crença tem a ver com questões de fé; não tem nada a ver com o tipo de conhecimento que se baseia na investigação científica. [...] As pessoas acreditam no Sol ou na Lua, nas mudanças de estação ou nas cadeiras em que estão sentadas? Quando queremos entender algo estranho, algo antes desconhecido para qualquer pessoa, precisamos começar com um conjunto de perguntas completamente diferente. O que é isso? Como funciona?"

 

Esse tem sido o foco do programa de investigação ufológica do Pentágono, tornando-o digno de ser noticiado. E para ser claro: OVNIs não significa alienígenas. Não identificado significa que não sabemos o que são, apenas que demonstram capacidades que parecem não ser possíveis por meio da tecnologia atualmente disponível.

 

Em nossas reportagens, focamos em como o Departamento de Defesa, o Gabinete de Inteligência Naval e os membros de dois comitês do Senado estão envolvidos com esse assunto. As atuais autoridades agora estão preocupadas com a possível ameaça representada por objetos tecnológicos avançados e muito reais: o quão perto eles podem chegar de nossos caças, às vezes quase causando um acidente, e o risco de que nossos adversários adquiram a tecnologia demonstrada pelos objetos antes de nós.

 

Então, se os OVNIs não são mais uma questão de crença, o que são e como eles fazem o que fazem?

 

E se a tecnologia foi recuperada de objetos que caíram, que melhor maneira de tentar entender como eles funcionam?

 

Nossas reportagens anteriores eram relativamente fáceis de documentar, com vídeos do Departamento de Defesa e relatos de pilotos apoiados por relatórios da Marinha sobre o perigo de contatos imediatos com pequenos objetos em alta velocidade.

 

Mas nosso artigo mais recente forneceu um conjunto mais assustador de desafios, já que lidamos com a possível existência de materiais recuperados de OVNIs. Passar de dados de um objeto distante no céu para a posse de um objeto recuperado no solo dá um salto que muitos acham difícil de aceitar e que, claramente, exige evidências extraordinárias.

 

Inúmeros associados do programa do Pentágono, com autorizações de segurança e décadas de envolvimento com investigações ufológicas, disseram que estavam convencidos de que tais quedas ocorreram, com base no acesso a informações confidenciais. Mas os próprios materiais recuperados, e quaisquer dados sobre eles, não estão disponíveis para qualquer pessoa sem autorização e necessidade de saber.

 

 


 

O programa de investigação ufológica do Pentágono tem usado slides desclassificados,

como o acima, para informar às autoridades governamentais sobre as ameaças dos

Veículos Aeroespaciais Avançados - "inclusive de fora do mundo" - e materiais

recuperados de acidentes de fenômenos não identificados.

 

 

Foi-nos fornecida uma série de slides desclassificados, mostrando que o programa levou isso a sério o suficiente para incluí-lo em vários briefings. Um slide diz que uma das tarefas do programa era "providenciar acesso a dados/relatórios/materiais resgatados de acidentes de AAVs", ou Veículos Aeroespaciais Avançados.

 

Nossas fontes nos disseram que "AAV" não se refere a veículos fabricados em nenhum país - nem russos ou chineses -, mas é empregado para descrever tecnologia de um domínio realmente inexplicável. Eles também garantem que seus briefings são baseados em fatos, não em crenças.

 

  

 

Tradução: Tunguska Legendas

 

Artigo original:  new york times

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