Há agroglifos feitos por humanos e há aqueles que simplesmente surgem. A diferença apenas a pesquisa séria e com bons parâmetros pode apontar. Nesse assunto não se pode acreditar, mas estudar a fundo as formações.
Por Gary King
Os desenhos nas
plantações são tão belos e complexos, que parecem realmente não ter origem
neste mundo, mas será que isso é sempre verdade? Quando começamos a pesquisar o
assunto, fazer um círculo nunca passa por nossas cabeças, principalmente porque
temos a concepção de que as pessoas não são capazes de fazer maravilhas tão
geométricas. Isso era o que pensava este autor quando começou suas pesquisas e
tenho certeza de que alguns de vocês ainda pensam assim, seja pela razão que
for.
Há também muitas
pessoas que por interesses próprios não querem que acreditemos que o ser humano
tem a capacidade de criar um desenho geométrico perfeito em uma plantação, no
meio da noite, sem que ninguém veja. Essas pessoas querem que acreditemos que
existe magia, e que essa magia é criada por alienígenas ou por outras
inteligências paranormais. “Magia para
unir o mundo”, dizem. Mas o que você realmente tem que levar em
consideração é que magia é um truque para enganar seus olhos, sua mente e sua
carteira.
Porém, quando mergulhamos
com seriedade na pesquisa de algum assunto, e realmente se quer conhecer os
fatos e as agendas ocultas, então é necessário ser parte do assunto em todos os
seus níveis. Assim, se queremos ser conhecidos como pesquisadores de
agroglifos, precisamos explorar tudo o que está relacionado ao fenômeno. Emitir
opiniões sem conhecer o assunto não faz de ninguém um pesquisador. Precisamos
colocar a mão na massa antes de dizermos alguma coisa.
Fazendo um agroglifo
Durante nossa
própria investigação, começamos a entender, por assim dizer, que o homem
poderia criar uma grande arte terrestre geométrica, especialmente após o
incidente ocorrido em Eastfield, em 2010. [Na
ocasião, várias pessoas viram vários homens criando uma enorme formação
composta por nove grandes círculos, o que para muitos desacreditou o fenômeno].
Um dos membros da nossa equipe foi apresentado por Julian Gibsone, do site Crop Circle Connector, a alguns
experientes circle makers [Fazedores de
círculos] que possuíam grande experiência na criação das formações. Depois
que um de nossos integrantes ajudou na criação da formação da Estrela de
Chisbury, todos nós percebemos que havia muitos segredos escondidos dentro do
fenômeno e que eles iam muito além daquilo que haviam nos contado.
Assim, munidos
com algum conhecimento e aconselhamento prévios fornecidos por outros
fabricantes de círculos, partimos procurando o campo e a localização
apropriados. Havia muitos campos para escolher, e o único problema que
encontramos foi o que fazer com o nosso carro. Deixá-lo fora do campo onde
trabalharíamos não seria o ideal e nós rodamos por quatro horas até
encontrarmos um bom lugar para estacionar. Antes de estacionarmos, havíamos
deixado nosso equipamento escondido no campo escolhido. Enquanto esperávamos a luz do dia
desaparecer, repassamos nossos planos e discutimos quem iria fazer o quê.
Depois tomamos um forte café preto, e começamos nossa caminhada rumo ao local
escolhido, seguindo por uma trilha de trator.
Por volta das
22h30 nós chegamos ao local sem que ninguém nos visse. O céu estava muito
nublado o que tornava a noite mais escura e ajudava a nos camuflar. Nós então
pegamos o equipamento que havíamos escondido, composto por pranchas de madeira,
estacas e bastões de ponta branca (marcadores), e seguimos em frente. Naquele
momento eu realmente senti que o que estávamos fazendo era errado, mas que
precisávamos fazê-lo, para nossos próprios registros de investigação. Nós
também estávamos curiosos para ver se algo misterioso iria acontecer, pois nós
já tínhamos visto e experimentado acontecimentos estranhos quando estivéramos
com os outros fabricantes de círculos.
Nós caminhamos
por bastante tempo, o que foi ótimo para ajustarmos nossos olhos à escuridão.
Quando chegamos ao local escolhido, conseguíamos ver muito claramente à nossa
volta. Colocamos um marcador na trilha do trator para sabermos onde deixaríamos
nosso equipamento conforme o usássemos e estávamos prontos para começar. Antes,
porém, nos demos as mãos e fizemos uma prece pedindo orientação, proteção e
assistência. Eu realmente não sei por que fazemos aquilo, mas acho que foi algo
psicológico para nos dar uma sensação de segurança, afinal nós estávamos
cometendo uma infração legal e também estávamos cientes da possibilidade de
algo paranormal vir a acontecer.
Um dos membros da
equipe, segurando a fita delimitadora, começou a caminhar suavemente através do
trigo vertical, sem quebrar nenhum tronco, o que se consegue ao deslizar
lentamente o pé no solo, em vez de pisar normalmente. Caminhar normalmente pode
fazê-lo perder o equilíbrio conforme você tenta encontrar um espaço para
colocar o pé, mas ao deslizá-lo suavemente você consegue manobrar em torno da
base das hastes das plantas. O objetivo é criar a ilusão de que não seria
possível que seres humanos entrassem no trigal sem causar qualquer dano.
O outro extremo
da fita estava com outro membro da equipe, que por sua vez caminhava para trás
ao longo da linha do trator até alcançarmos a medida ou circunferência desejada
para nosso círculo inicial. Nós havíamos feito uma marca na fita na marca de 30
m, com uma tinta fosforescente apenas visível à curta distância e isso nos
garantiu certeza nas medições. E uma vez que o contorno de nosso desenho estava
feito, começamos a achatar os pés de trigo. Aqui devo dizer que o trabalho é
pesado, cansativo e doloroso, principalmente para quem não está acostumado a
grandes exercícios físicos.
Uma visita do paranormal
Uma vez que o
círculo inicial foi achatado, nós o dividimos em quatro partes, usando os
bastões marcadores, para sabermos exatamente onde tomar a próxima medição para
continuar o projeto. Quando estávamos prestes a começar a próxima medição, o
campo inteiro se iluminou com uma luz azul claro. O tom da luz lembrava a
primeira luz do amanhecer e já acontecera quando estávamos acompanhando alguns
circle makers. Naquela ocasião, a luminosidade fora atribuída à luz da Lua.
Imediatamente,
todos nós abaixamos, imaginando que um fazendeiro estivesse ali, examinando a
plantação com uma lanterna ou algo do tipo, porém logo descartamos a ideia.
Então olhamos para cima, e o céu estava escuro e turvo e a luz da Lua não era
visível. Não era o fazendeiro e não era a Lua, então, de onde vinha aquela luz?
O que todos notamos é que ela não se espalhava para os campos circundantes, mas
parecia contida no campo em que trabalhávamos. Era realmente muito estranho.
Como um de nossos
membros ficou muito assustado com o que estava acontecendo, eu me afastei com
ele para tentarmos ver a fonte da luz, mas embora nós pudéssemos vê-la, não
conseguimos entender de onde vinha. E, incrivelmente, de fora da formação ela
não era visível. Nós então retornamos e a equipe que havia permanecido no local
fez o mesmo que nós havíamos feito, mas em outra direção e obtiveram um
resultado igual ao nosso. Não sabíamos o que era, mas nos acalmamos, pois não
seríamos presos.
Mais calmos,
embora ainda alertas e prestando atenção em todos os sons que ouvíamos,
terminamos nosso projeto por volta das 02h00. Depois disso, demos uma volta em
torno do desenho de 75 m de extensão, fizemos os retoques que julgamos
necessários, torcemos algumas partes com as mãos, recolhemos nosso equipamento
e por volta das 03h00, saímos dali.
A reação
Por volta das
08h00 após algumas horas de sono, nós voltamos ao campo. Estávamos cansados e
com as costas doloridas, mas ficamos muito impressionados com o resultado de
nosso trabalho. Aquele se parecia com qualquer outro agroglifo, com o trigo bem
amassado e assentado, e tudo parecia bem feito e proporcional. Nós todos tiramos
cinco minutos para apreciar nosso trabalho. Quando o sol da manhã começou a
subir, nós estávamos arrepiados e nos deitamos sobre o desenho para observar o
céu. Às 08h30 passou o primeiro avião e nós vimos um flash de câmera. Nós
sabíamos que logo a notícia sobre um novo círculo se espalharia pela região.
Saímos do campo
às 09h00, sentamos no carro e esperamos. Uma hora depois, o primeiro veículo
apareceu. Logo depois as imagens aéreas da formação foram exibidas pelo site
Crop Circle Connector. Eu tive dificuldade de acreditar que nós realmente
havíamos feito aquilo. No dia seguinte voltei ao local e me deparei com vários
turistas sentados em círculos entoando mantras e vi uma senhora sentar-se,
ajeitando vários cristais a sua volta, em posição de meditação. Do outro lado
do círculo estava um sujeito barbudo com uma série de brincos em sua orelha
esquerda, tocando um longo didjeridu.
Quando me
aproximei de um casal de holandeses e disse a eles que nosso grupo havia feito
aquele desenho, eu sinceramente achei que fosse apanhar. O homem ficou furioso
e avançou em minha direção, dizendo que eu era louco e que nenhum humano jamais
seria capaz de criar tal perfeição. A agitação chamou a atenção e outros
espectadores vieram ouvir o que eu tinha a dizer. Eu, então, lhes mostrei como
o círculo fora criado. Alguns se interessaram e me ouviram enquanto o holandês
se afastava, ainda vociferando.
Todo o episódio
foi absolutamente essencial para obtermos uma experiência de primeira mão em
fazer um agroglifo e, também, para assistir como os outros respondem a algo que
você criou e, claro, teorias estranhas e maravilhosas começam a jorrar como,
por exemplo, os alienígenas estarem nos avisando sobre o dia do juízo final que
jamais nunca. Portanto, se você quer ser um pesquisador honesto de agroglifos e
procura sua conexão paranormal, essa é uma das experiências nas quais você
precisa se envolver, para poder fazer relatórios honestos, e não relatar coisas
com base em algum tipo de ficção, como muitos fazem até hoje. Se você é um dos
muitos que pregam que os círculos são criados por forças paranormais, faça algo
construtivo e coloque a mão na massa. A experiência, neste caso, vale por mil
teorias.
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