
Por que criamos monstros que não existem?
Desde os primórdios, o ser humano inventa fantasmas, demônios e criaturas fantásticas. O autor Carlos Reis, em sua obra “Metafísica das Quimeras”, explica que esses seres simbolizam nossas maiores fragilidades: medo da morte, ansiedade diante do desconhecido e a eterna busca por sentido.
O medo da morte: a centelha da imaginação
A morte sempre foi o maior mistério humano. Segundo Reis, ela é a matriz de muitas crenças e narrativas sobrenaturais. Para suportar a angústia do fim, criamos entidades que prometem continuidade ou proteção. Afinal, como ele lembra, “o nada escapa à racionalização”, e por isso o homem transforma medo em mito.
Entre a fé e a razão: um campo de batalha interior
A obra mostra o conflito eterno entre fé e razão. A ciência exige provas, enquanto a fé se sustenta na esperança e no coração. Essa tensão moldou civilizações inteiras, e, mesmo hoje, ainda nos vemos divididos entre o que podemos comprovar e o que preferimos acreditar.
O sobrenatural como espelho da sociedade
Quimeras não são apenas monstros imaginários: são reflexos culturais. De acordo com o livro, cada sociedade cria suas entidades para justificar comportamentos, legitimar poderes ou alimentar esperanças coletivas. O sobrenatural, portanto, é também um documento histórico e social.
E nós, ainda criamos quimeras?
Pode parecer que vivemos em uma era racional, mas as quimeras modernas mudaram de rosto: conspirações digitais, teorias pseudocientíficas e até “monstros sociais” são novos reflexos do mesmo medo ancestral. Talvez não acreditemos mais em dragões... mas será que estamos realmente livres deles?
O poder de nossas próprias criações
“Metafísica das Quimeras” nos convida a encarar os monstros que habitam nossa mente. Eles não são apenas fruto de fantasia, mas também a prova de nossa capacidade criativa. No fim, talvez acreditar em quimeras não seja sinal de fraqueza, mas parte essencial da experiência humana.
📖 Texto adaptado por: Rodrigo Pontes
🌐 Publicado em: canaljoaomarcelo.blogspot.com, por João Marcelo
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