terça-feira, 5 de maio de 2020

OVNI Hocus Pocus: A História do Falcão (Richard Doty)


OVNI Hocus Pocus: A História do Falcão


                                     Richard Doty, o Falcão do especial UFO Cover-Up?: Live!


Parte de nosso processo de inteligência está envolvido em contra-inteligência, conduzir o inimigo para outra direção ao apontar o caminho errado. Extraído do Manual de Segurança e Inteligência Doméstica.

“Algo não faz sentido nisso. Por que alguém em Washington criaria um esforço para a desinformação, se o único resultado é confundir os membros da comunidade de pesquisa ufológica, que é um grupo muito pequeno e sem muita influência sobre a população em geral?” Pesquisador e Autor Jacques Vallee.

Lista de Participantes

Bill Moore – Renomado autor e pesquisador ufológico nos anos 1980. Moore escreveu “O Incidente Roswell”, livro que colocou a história da queda de OVNI em Roswell de 1947 no mapa. Antes desse livro, ninguém na comunidade ufológica havia ouvido falar na história. Ele divulgou os agora infames documentos MJ-12 (supostos documentos detalhando OVNIs para o então eleito Presidente Dwight Eisenhower) para a comunidade ufológica com Jamie Shandera e Stanton Friedman.

Jamie Shandera – Shandera foi um produtor de Hollywood que se uniu a Bill Moore para pesquisa e divulgação dos documentos MJ-12. Ele não era um pesquisador ufológico antes da parceria com Moore. Foi Shandera quem recebeu os documentos MJ-12 pelo correio.
Stanton Friedman – O terceiro membro da equipe de pesquisas do MJ-12 que não fez parte do Hocus Pocus detalhado abaixo. Quando abordado sobre o nome do Falcão, ele me disse: “Nunca ouvi falar nessa pessoa.”

O Aviário – Quando Moore e Shandera se comunicavam com suas várias fontes da alta inteligência nos anos 1980, eles usavam nomes de aves para cada fonte, assim poderiam conversar ao telefone sem usarem seus verdadeiros nomes. Trinta anos depois, Moore e Shandera ainda não revelaram a qual pessoa cada ave representava. A maioria das aves não sabia desse esquema de nomeação até anos mais tarde, e poucos, senão nenhum, sabem quais aves eram.

O Falcão – O Falcão era uma das aves mais importantes. Moore confirmou que ele acreditava que o Falcão era Harry Rositzke – um antigo oficial de alta patente da CIA que saiu da aposentadoria e alegava representar um grupo de informantes do governo desejando que a história dos OVNIs viesse a público. Moore, aparentemente, nunca se encontrou com Rositzke, mas especulou quem ele deve ter sido.

Richard Doty – Agiu como o Falcão para proteger a identidade do verdadeiro Falcão. Foi relatado ser um Agente Especial do Escritório de Investigações Especiais da Base da Força Aérea Kirkland, mas, na verdade, pode não ter trabalhado para esse escritório, e sim para a Inteligência da Força Aérea, de acordo com novas alegações. Lee Graham – Um técnico trabalhando para a AeroJet em uma posição confidencial que foi escolhido para vazar os documentos que Moore e Shandera recebiam das fontes da Inteligência.

Preparando o Palco

Em uma palestra dada em Las Vegas, em 1989, o pesquisador Bill Moore contou novamente como a história do Falcão começou e como os documentos vazaram.”No início de setembro de 1980, fui abordado por um indivíduo de posição de destaque dentro da comunidade da Inteligência que alegou ter ligação direta com um projeto de alto nível que lidava com OVNIs.

Esse indivíduo me contou que conversou com um pequeno grupo de pessoas semelhantes a ele que estavam inconformados com o contínuo acobertamento da verdade pelo governo, e deu a indicação de que ele e seu grupo gostaria de me ajudar com minha pesquisa sobre o tema, na esperança e expectativa de que eu pudesse ajudá-los a achar um modo de alterar a atual política e divulgar os fatos para o público sem violar quaisquer leis no processo.

O homem que agiu como contato entre esse grupo e eu foi um agente do Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea chamado Richard Doty.”Mais importante, o Falcão disse a Moore que a informação que receberia sobre OVNIs não seria precisa. Uma parte seria desinformação. Caberia a Moore descobrir o que era verdade e o que era falso. Moore aceitou o desafio.

A história de Moore, do Falcão e do Aviário é uma história que ainda fascina os pesquisadores ufológicos trinta anos após seu início. Muitos pesquisadores, como eu, passaram muito tempo tentando descobrir quem era cada uma das aves no aviário e qual informação eles contaram a Moore e Shandera. Esse é um exemplo de um acobertamento de segundo nível, algo bem comum na ufologia.

Muitos pesquisadores ficam em silêncio nos bastidores reunindo partes das histórias sobre OVNIs de outras do governo e da inteligência. A informação reunida, entretanto, não é compartilhada com o público geral. Isso se torna um acobertamento de segundo nível onde um indivíduo, ou um grupo de indivíduos, como homens ricos fazendo caçadas ilegais, reúnem alguns dos segredos ufológicos em posse do governo para seu deleite pessoal.

A história que Moore receberia, posteriormente, seria chamada de a ”História Central” dos OVNIs. Três homens, o Dr. Kit Green, Hal Puthoff, e Jacques Vallee, se encontraram para identificar o que sabiam ao certo sobre todas as histórias de OVNIs – eles determinaram a história central – de que extraterrestres visitaram a Terra, que houve uma queda, e que o governo teve muita dificuldade em realizar a engenharia reversa da tecnologia do disco voador, e que pelo menos um alienígena foi um convidado do governo dos Estados Unidos. A principal informação que Moore receberia, e que era novidade, seriam os documentos MJ-12, que alegavam ser as instruções sobre OVNIs dadas ao presidente eleito Dwight Eisenhower.

Moore declarou na edição de 30 de setembro de 1989 da revista “Focus”, que quando seu parceiro de pesquisa, Jamie Shandera, recebeu pela primeira vez os documentos de instrução MJ-12 para o presidente Eisenhower, de modo anônimo pelo correio, em 1984, ele foi falar sobre os documentos com Richard Doty e o Falcão. Ele queria saber o que fazer.

De acordo com Moore, Doty disse para ele achar alguém para mostrar os documentos, alguém que falaria sobre eles com muitas pessoas. ”Mostre-os para essa pessoa,” ele disse, ”mas certifique-se de não dar nenhuma cópia para ela. Deixe esse alguém falar tudo que quiser.” Pareceu uma boa ideia, então decidi proceder assim. Depois de cuidadosamente considerar os ”candidatos” e discutir sobre eles com Rick e outros, incluindo o próprio ”Falcão”, optamos por Lee Graham.

Então, assim Graham se tornou o ”Pombo” do infame aviário dos OVNIs – a ave que levaria a mensagem para a curiosa comunidade de pesquisa ufológica. Ele era perfeito para o trabalho. Graham contou tudo. Não guardou segredos. Ele até mesmo pegou cada documento que Moore vazou para ele e levou para seu departamento de segurança no AeroJet, onde trabalhava disfarçado como técnico. A maioria dos documentos foram divulgados, mas como Graham confirmou a mim, haviam documentos que ele recebeu de Moore que jamais viram a luz do dia.

Agora vamos seguir em frente até o principal incidente que ocorreu entre Moore e Graham, e que adquiriu um novo significado através da revelação do pesquisador Greg Bishop, em uma apresentação de 30 de junho, dizendo que o Falcão era Harry Rositzke, um antigo oficial de alta patente da CIA que faleceu em 2002. O Falcão, a mais poderosa de todas as fontes de Bill Moore, permaneceu em sigilo até Bishop revelar o segredo quase trinta anos depois. Bishop foi amigo de Bill Moore por vários anos, e se encontraram diversas vezes.

O incidente em questão ocorreu em um restaurante onde Moore e Graham se encontravam uma vez por mês para conversarem sobre OVNIs. Nas próprias palavras de Lee Graham durante o jantar, ”o Sr. Moore mostrou a mim e minha esposa uma identificação com sua foto que o descrevia como um Agente Especial do Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea (AFOSI).”[1]

Logo surge a pergunta: Por que um pesquisador como Bill Moore, que se orgulhava de suas pesquisas centradas e conservadoras, repentinamente, deixa de seguir as instruções recebidas do Falcão e, subitamente, mostra a Graham uma identificação do governo, independentemente se era verdadeira ou farsa? O próprio Moore questionou isso em uma palestra de 1989 que deu no Simpósio da MUFON, em Las Vegas, onde ele leu de um texto preparado anteriormente: ”Se fiz isso, não faz sentido também ter puxado da minha carteira e mostrado a Lee Graham, ou qualquer outro pesquisador ufológico, no mesmo contexto?”

É uma pergunta insignificante. Ele estaria arriscando toda a operação se decidisse agir por conta própria. Mais importante, como descrito acima, Graham foi escolhido para seu papel como pombo do aviário, porque seria o único a levar a mensagem. Ele com certeza diria a qualquer um sobre a identificação do governo de Bill.

Se Moore sabia que Graham contaria a todos, assim como fez, essa ação deve ter sido parte do plano iniciado pelo Falcão, que instruiu Moore a mostrar-lhe a identificação do AFOSI. Graham contaria a todos, e todos achariam que Moore trabalhava para a AFOSI. Durante décadas, assim como a história registrou o fato, Moore trabalhou para a AFOSI. O próprio Moore admitiu abertamente em um discurso da MUFON, em 1989, com a reviravolta revelada, de que ele trabalhou ”com” a AFOSI, ao invés de ”para” a AFOSI. Antes dessa admissão pública, Moore negava o fato, especialmente ao cético Phil Klass, que o pressionou sobre a questão.[2]

Então, por que o Falcão colocaria Moore em uma posição de iniciar um rumor de que ele trabalhava para a AFOSI? Tanto o Falcão quanto Moore sabiam que Moore enfrentaria acusações de outros pesquisadores, porque na comunidade ufológica é comum acusarem outros pesquisadores de trabalharem para o governo. Moore e o Falcão, entretanto, estavam, na realidade, planejando fornecer as armas e a munição para o esquadrão de fuzilamento.

A resposta é simples. Moore trabalhava para o Falcão, e o Falcão era da CIA. Portanto, Moore trabalhava em uma operação da CIA, e o Facão não queria esse fato revelado. Eles queriam que a comunidade de pesquisa ufológica acreditasse que Moore era da AFOSI para levar os investigadores ao caminho errado. A ideia era confundir o público, enquanto estivesse ocupado fazendo algo que precisasse ser realizado.

Moore não podia admitir que trabalhava para a AFOSI ou sua carreira ufológica estaria acabada. Como a história mostrou, um rumor foi o bastante para fazer todos os pesquisadores focarem na AFOSI.Para ajudar a direcionar todos os olhos para a AFOSI, o Primeiro Sargento Richard Doty foi trazido para ajudar a reforçar o foco para a AFOSI e para longe do verdadeiro Falcão e da CIA. Doty se tornou o segundo Falcão. Ele sabia sobre Harry Rositzke e a operação da CIA. A atuação de Doty como Falcão enganaria a quase todos na comunidade ufológica, e há aqueles que jamais acreditarão que havia um segundo Falcão. Para esses, Doty foi, e sempre será, o Falcão.
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A personificação de Doty como o Falcão começou em 1983, quando ele chamou a produtora de documentários Linda Howe para a Base da Força Aérea Kirkland. Na época, Linda produzia um documentário para a HBO sobre OVNIs. Ela era um nome de destaque na ufologia, lotando salas de conferência onde quer que fosse. Ela se destacou na ufologia depois de produzir um documentário vencedor do Emmy sobre mutilação de gado chamado ”Uma Estranha Colheita”. A história de Doty para Howe foi que ele ajudaria com o documentário fornecendo vídeo real de um pouso de alienígenas na Base Aérea Holloman.
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Quando estavam no escritório, ele mostrou a Howe supostos documentos de informações sobre OVNIs para presidentes, e disse a ela que o documentário sobre mutilação de gado havia incomodado o governo. Então ele jogou a isca. Ele disse a Linda que era o Falcão. Por que dizer a Howe que ele era o Falcão? Porque, assim como Graham, o Falcão e Moore sabiam que poderiam confiar em Linda para contar a todos o que havia acontecido. Linda guardou o segredo por um tempo, mas Doty e seus superiores na AFOSI nunca forneceram o que prometeram. Inspirada pela aparente ligação de Doty com um documento forjado anos mais tarde, Howe veio a público. Exatamente como planejado, todos os pesquisadores focaram sua atenção na AFOSI.
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Doty fez muitas coisas para manter seu nome em evidência na comunidade ufológica, mas sua maior contribuição em fazer da AFOSI o foco da comunidade ufológica foi quando fez sua estreia interpretando o Falcão em cadeia nacional. Isso ocorreu em um documentário chamado ”Acobertamento de OVNIs – Ao Vivo”, exibido para um grande número de telespectadores. A comunidade ufológica ficou na beira dos assentos assistindo, conforme tudo era promovido como um grande evento de revelação. Doty apareceu no programa em uma gravação, apenas sua silhueta e a voz alterada. Isso foi para dar audiência. Ele falou sobre um alienígena que foi um convidado do governo dos EUA. O alienígena, ele disse, gostava de música tibetana e sorvete de morango. Foi tudo muito secreto e dramático.
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O produtor, no entanto, sabia da identidade de Doty. Ele logo falou que era e a história se espalhou. Novamente, assim como Graham e Howe, a história foi a público rapidamente e todos os olhos se voltaram para a AFOSI, exatamente como o verdadeiro Falcão planejara.
Bob Emenegger, um executivo de publicidade, cuja história foi apresentada como parte do documentário, já tinha descoberto onde Doty estaria.
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Ele telefonou para um contato que tinha na CIA, então disse a eles para sintonizarem e assistirem aquela pessoa alegando ser um oficial da inteligência, ameaçando expor o acobertamento. Disseram a ele que a CIA ficaria ”no aguardo”. No dia seguinte, entretanto, o chefe da contra-inteligência se encontraria com o Coronel Weaver e outros dois homens que já tinham a suspeita que estavam envolvidos com OVNIs na CIA, o Dr. Kit Green e o Dr. Ronald Pandolfi. A discussão foi o aparecimento de Doty assumindo o papel do Falcão na noite anterior.
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Era importante manter o foco na AFOSI e longe da CIA. Mais tarde, depois que o plano havia sido completado, toda a história de Moore, Shandera e os documentos MJ-12 foi relegada a uma história onde Moore, Doty, e a AFOSI simplesmente estavam tentando capturar espiões soviéticos. Escritores como Greg Bishop, Mark Pilkington, e Christian P. Lambright escreveram extensivamente sobre Paul Bennewitz e a história de como a AFOSI manipulou a crença dele de que viu OVNIs na Base da Força Aérea Kirkland ao ponto de deixá-lo clinicamente louco. Apesar de Bennewitz ter trabalhado com os OVNIs que ele via por quase 23 anos, a maior parte do debate da teoria da desinformação centra em alguns encontros que Bennewitz teve com oficiais da AFOSI no início dos anos 1980.
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Doty, que exerceu um papel chave na operação contra Bennewitz, seria descrito como um Agente Especial especializado em desinformação. Ele recebeu a fama por cada história bizarra de OVNI que vazava na internet. Mais tarde, seria revelado que Doty nem era da AFOSI. Ele era da Inteligência da Força Aérea. A maioria relega a Doty, ou a uma combinação de Doty e Moore, o aparecimento dos documentos MJ-12. Doty, entretanto, foi investigado pelo FBI e liberado. Ele também passou por um teste de polígrafo, solicitado por Kit Green ao diretor da CIA no dia seguinte ao programa ”Acobertamento de OVNIs – Ao Vivo”.
Bill Moore – Espião Por Um Dia
Uma das ideias propostas por diversos pesquisadores é que todo o encontro de Moore e Shandera com o Falcão nada mais foi que uma operação soviética disfarçada, e que ninguém estava interessado em OVNIs. Os documentos sobre OVNIs e as histórias foram nada mais que uma isca para espiões soviéticos com a intenção de roubarem segredos militares e destruírem os EUA.
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Na superfície, há certas evidências que apontam para aquilo que ocorreu com Moore como um jogo de espiões. Como citado acima, Moore havia trabalhado para a CIA. Ele escrevia e falava russo, o que teria feito dele alguém muito útil para as unidades de inteligência e contrainteligência soviéticas da CIA. Ele, entretanto, estava ajudando a CIA a ”capturar espiões soviéticos” muito antes de estar envolvido com a questão dos OVNIs.
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O tempo de espionagem soviética que Moore realizou, parece ter sido mínimo, no entanto. Se foi Richard Doty quem acreditam ter sido aquele que disse ao pesquisador James Moseley que Moore trabalhou como fonte ou informante da AFOSI, ele já estava ”exterminado” em 1986.[3] Sua única fama como espião soviético foi repassar os documentos Aquarius a Paul Bennewitz, um cientista que vivia no exterior e que detectou OVNIs sobre o Armazenamento de Armas Nucleares de Monzano, no Novo México. De acordo com Richard Doty, Bennewitz estava enfiando o nariz onde não deveria, e ele tinha um cientista soviético como amigo. Supostamente, isso fez dele um alvo da contrainteligência soviética e a AFOSI fez planos para neutralizar Bennewitz.
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Moore repassou o documento Aquarius para Bennewitz saber que eram falsos. Entretanto, ele não era um espião em tempo integral. Foi um documento que levantou a questão de que Rositzke foi ou não retirado da aposentadoria pela CIA para repassar um documento falso para um cientista no Novo México. Moore declarou, e acredito nele, que jamais recebeu qualquer quantia para o que ele fez pelo Falcão. Seu principal interesse sempre foi obter a informação que o diria como o acobertamento dos OVNIs operava.
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Moore foi espião por um dia. Muitos americanos patriotas são espiões por um dia. Esse tipo de coisa acontece, às vezes, em países cheios de militares paranoicos como os EUA, onde, por vezes, todos são encorajados a relatar comportamentos suspeitos e onde todas as ligações telefônicas são monitoradas. Só é preciso lembrar das escutas de McCarthy, nos anos 1950, para entender essa questão.
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Outros pesquisadores agiram como espiões, de acordo com Moore. Ele, segundo Doty, por exemplo, com frequência insistia que John Schuessler trabalhava para a CIA. De acordo com Moore, mesmo o famoso J. Allen Hynek foi espião por um dia. Onde Moore repassou a Bennewitz um documento falso sobre OVNIs, Moore alegou que Hynek forneceu um computador com software a Bennewitz para, supostamente, rastrear OVNIs que ele via. Todo o conjunto, na verdade, não rastreava OVNIs. Foi para que a AFOSI pudesse rastrear o que Bennewitz fazia.
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Isso não significava que Hynek não fosse um professor da Universidade Northwestern ou o chefe da organização CUFOS que estudava OVNIs. Isso não significava que todo seu trabalho ufológico foi feito para capturar espiões soviéticos. Isso apenas significa que Hynek fez uma troca, assim como Moore havia feito. Hynek teria solicitado informações de OVNIs do setor de inteligência, e como Moore, teria que ser espião por um dia em troca disso.
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A teoria de que a divulgação dos documentos MJ-12 não teve nada a ver com capturar soviéticos, teria que considerar Timothy Good, no Reino Unido, também como um espião por um dia, porque ele é uma grande parte da história. Ele também vazou os documentos MJ-12, e o fato de que iria divulgá-los em seu livro ”OVNIs: Acima do Ultrassecreto” é a razão de Moore e Shandera terem ido a público com os documentos, em 1987.
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Os documentos foram recebidos por Shandera em dezembro de 1984, e em 1987, eles ainda estavam pesquisando o que havia nos documentos. O Falcão contatou Moore e disse que seria melhor divulgá-los, pois estavam prestes de liberá-los na Inglaterra. Esses eram documentos importantes que alguém deveria utilizar para capturar espiões soviéticos e a equipe composta por Moore, Shandera e Friedman não os divulgaria.
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Acrescentem a isso a evidência produzida por Lee Graham, que parece sustentar a teoria da divulgação gradual. Em maio de 1986, um ano antes dos documentos MJ-12 serem divulgados por Moore, o autor Timothy Good estava na Califórnia prestes a discursar em uma conferência. Graham e sua esposa foram convidados a jantarem com Moore e Good em um restaurante em Tujunga, Califórnia. No jantar, Moore e Good foram restritos quanto ao MJ-12. Pouco depois, Good pediu uma garrafa de vinho. Enquanto comiam, Moore e Good fizeram comentários indiretos sobre o MJ-12. Good propôs um brinde, mas não explicou o motivo. Mais tarde, ele descobriria que o brinde foi para a divulgação simultânea dos documentos MJ-12 na Inglaterra e nos EUA.
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Em uma carta de maio de 1988 para Good, Graham declarou que Moore o havia informado de que Good recebeu os documentos como um ”informante controlado”, e seu papel era a divulgação dos documentos na Inglaterra ao mesmo tempo que viesse a público nos EUA. Good escreveu de volta confirmando que a informação de Graham era ”precisa”.
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Alguns pesquisadores mencionaram que os documentos MJ-12 de Moore estavam sob a administração republicana de Reagan, bem no meio da Guerra Fria com a União Soviética. No entanto, analisando as ações da administração de Reagan quanto aos OVNIs, haviam apenas indicações positivas para uma revelação. Apesar dos comentários abertos feitos por Reagan relacionados a OVNIs, a melhor evidência mostrando revelação veio da história contada por Robert Emenegger que, juntamente com Allen Sandler, havia feito o documentário ”OVNIs: Passado, Presente e Futuro”, em 1974, com a ajuda do Departamento de Defesa.
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Quando Emenegger contou a história no primeiro mandato da administração Reagan (exatamente quando Moore era sondado pelo Falcão), ele relatou que foi contatado novamente pelo Departamento de Defesa para produzir outro documentário sobre OVNIs. Disseram a ele que o Departamento de Defesa havia gostado de seu primeiro documentário e gostaria de realizar outro. Emenegger imediatamente perguntou se esse pedido vinha diretamente de Reagan, mas não recebeu uma resposta.
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As pessoas que representavam o novo governo e que apoiavam o documentário eram Bob Scott, o Diretor da Agência Áudio Visual de Defesa (DAVA), e seu Chefe Adjunto Glenn Miller, que havia sido o primeiro agente de Ronald Reagan em Hollywood. A instalação da DAVA em Norton abrigava todo o departamento de filmagens das Forças Armadas, e também tinha salas limpas onde agências, como a CIA, realizavam treinamentos de filmagens.
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J. Allen Hynek e Jacques Vallee foram chamados para a produção. Várias reuniões foram realizadas com Miller e Scott para planejarem o que fariam. Emenegger e Hynek apareceram em uma reunião na DAVA e Miller pediu ao Chefe de Segurança da DAVA, Paul Shartle, que tirasse todas as filmagens de OVNIs do cofre e entregasse a Hynek. Shartle recusou, dizendo que ele necessitaria de um pedido formal, o qual Miller não daria. O projeto foi interrompido quando Hynek e Vallee abandonaram a produção temendo que armaram para eles.
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O Caso Emenegger claramente mostra que a revelação era a norma do dia. Isso se estendeu até o final dos anos 1980, quando Emenegger recebeu a oferta de entrevistar um alienígena vivo. Moore, Shandera, Howe, e o pesquisador e escritor ufológico Whitely Strieber também receberam a oferta de entrevistaram o alienígena vivo. Anos mais tarde, Emenegger viu tudo isso como falso, evidenciado pelo fato de que a entrevista jamais aconteceu. Então perguntei a ele quem havia feito a oferta. Ele mencionou Paul Shartle.
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Perguntei se Paul Shartle era confiável e ele respondeu afirmativamente, significando que sua oferta vinha de alguém que havia sido confiável no passado. Essa entrevista pode ter sido arquitetada pelo Coronel Lane da AFOSI que estava em Norton, e envolvido com o segundo documentário. Emenegger afirmou que se encontrou com ele algumas vezes. Anos mais tarde, notei que o Coronel Lane, ocasionalmente, jogava golfe com o pai de Doty.
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Um ponto importante que deveria ser notado com relação aos documentários de Emenegger e Sandler é que, exatamente como na história do Falcão e Moore, havia um representante da CIA presente durante toda a produção do documentário ”OVNIs: Passado, Presente e Futuro.”
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Não só a revelação parecia ser a norma do dia, como também a ideia de capturar espiões soviéticos com histórias e documentos sobre OVNIs não fazia muito sentido. Além de algumas histórias sobre pedirem a Moore que vigiasse alguém ou lesse um cartão ou dois ao telefone, não havia muito para sustentar uma enorme operação da contrainteligência soviética centrada em documentos de OVNIs.
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Isso, entretanto, forneceu um excelente disfarce para a verdadeira operação que o governo realizava. Isso também ofereceu cooperação ao incitar o medo em um inimigo estrangeiro determinado em destruir os EUA. Foi semelhante ao medo incitado nos americanos com as alegações, anos mais tarde, de armas de destruição em massa no Iraque. Elevar o medo de um poderoso inimigo estrangeiro também facilitou para Moore realizar as coisas que normalmente não faria, como espionar amigos pesquisadores e repassar um documento falso sobre OVNIs para Bennewitz.
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O temor de espiões soviéticos sendo usados como disfarce foi empregado na Área 51. Uma das histórias que Bob Lazar contou várias vezes era a de que seu chefe, David Mariana, o levou até a delegacia de polícia para obter uma licença para portar uma arma escondida. Lazar recebeu a história de que os soviéticos faziam parte do trabalho de engenharia reversa na S-4, mas depois de um avanço dos cientistas americanos, eles foram expulsos. Agora estavam nas ruas de Las Vegas. Um funcionário da S-4 não apareceu por dois dias e os oficiais temiam que os soviéticos estavam com ele. Solicitaram que Lazar portasse uma arma para que assim não pudesse ser sequestrado pelos agentes soviéticos.
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Embora o caso entre Moore e o Falcão tenha durado quase dez anos, declaradamente, nenhum espião foi capturado pelos documentos MJ-12 ou por espionarem pesquisadores ufológicos. Provavelmente, isso se deve ao fato das histórias de espiões soviéticos serem um disfarce e que não havia plano para capturar nenhum, a não ser por acidente.
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Mais importante, esses pesquisadores ufológicos que tivessem feito parte de qualquer plano ardiloso contra os soviéticos não seriam totalmente ignorados, mas auxiliados pelo governo. Os dois principais pesquisadores que se encaixavam nessa categoria eram Lee Graham e seu amigo entusiasta por aviação, John Andrews. Ambos executaram um papel na história dos documentos MJ-12, e os dois também estavam interessados em descobrir o que pudessem sobre a mais avançada aeronave militar que estava sendo desenvolvida secretamente. Graham, que tinha cada documento que Moore havia recebido, jamais relatou ser contatado por agentes soviéticos.
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Também importante para a história é que nem Graham ou Andrews relataram ter sido abordados por ninguém que pudesse repassar informações para a União Soviética. Graham foi investigado duas vezes pelo Serviço Investigativo de Defesa por sua pesquisa relacionada ao caça Stealth, mas não encontraram nenhuma ligação com os soviéticos. Andrews contou a Graham que jamais fora investigado e que não seria investigado.
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As coisas que aconteceram a Graham e Andrews mostraram que a Inteligência sabia o que fazia, mas não fizeram nada e nem os ajudaram. As ações foram completamente contrárias a uma preocupação de que entusiastas por OVNIs fossem boas iscas para uma armadilha soviética. Na verdade, eles receberam informação legítima de pelo menos um programa ultrassecreto.
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A bizarra natureza da ajuda que receberam é ilustrada por dois encontros que ocorreram no mesmo dia, em setembro de 1987. Graham e Andrews foram contatados no mesmo dia sobre o interesse deles no ainda confidencial Stealth F-117. Ambos os encontros também envolveram a questão dos OVNIs.
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Andrews relatou os detalhes da visita do Coronel Hennessey, o chefe de segurança dos Projetos Especiais da Força Aérea, em uma carta a Graham. ”Ele instruiu a não usar o número e nem o codinome do Stealth 117. Ele não me perguntou como soube dessas coisas, e eu não disse. Ele abriu a conversa dizendo: Não sei nada sobre OVNIs.” Andrews continuou. ”Hennessey disse que não mentiria para mim. Mas seu comentário de não saber nada sobre OVNIs já era uma mentira. Ele confessou nem mesmo saber o que era o NICAP.”[4]
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O encontro de Graham foi em uma visita no trabalho de um general de duas estrelas baseado na Sede da Força Aérea que forneceu a Graham a ainda confidencial designação ”Tendência Sênior” para o caça Stealth, e então o fez assinar um documento jurando segredo. Quando mostrado nos documentos Snowbird sobre OVNIs (alegando que os EUA testavam uma nave alienígena) que forneceram a Moore, o General Kerby disse a Graham para ele fazer o que quisesse com eles.
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O maior problema com a teoria do espião soviético era o próprio Moore. Quando Moore foi inicialmente abordado, ele acreditava ser o melhor em sua área, e poderia ter sido. Todos que conheciam Moore confirmariam que ele tinha um forte ego e poderia ser bastante arrogante. Foi por isso que o Falcão atraiu primeiramente Moore para se envolver com a operação da CIA. Isso ocorreu apenas alguns dias depois do lançamento do livro best-seller de Moore sobre Roswell. ”Você”, disse o Falcão, ”é a única pessoa que sabe do que se trata.”
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Moore não descartaria a chance de acabar com o acobertamento dos OVNIs ao tentar capturar um ou dos espiões soviéticos ao ser relegado a um mero agente anônimo nos livros de história. Moore queria a glória de ser aquele que acabou com o acobertamento dos OVNIs, e ele chegou mais perto do que qualquer outro pesquisador já conseguiu. Se Moore soubesse por um momento que sua interação com a inteligência dos EUA era apenas sobre espiões e que não teria a chance de acabar com o acobertamento dos OVNIs, ele teria desistido de tudo – isso é certeza.
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Moore acreditava que se tratava de alguém de dentro ajudando-o a chegar mais perto da verdade. Tratava-se de ser o primeiro, de ser o melhor.[5]Não quer dizer que Moore não trabalhou, como ele definiu, ”com” a AFOSI. Afinal, fazia parte da Força Aérea, que apesar da alegação de 1969 de que eles abandonaram a questão dos OVNIs, ainda reuniam toda a informação que conseguiam sobre o assunto. Moore estava determinado a acabar com o acobertamento e aproveitou cada oportunidade que conseguisse para descobrir o que a AFOSI tinha em termos de arquivos, conclusões, e com quais altas patentes eles compartilhavam seus arquivos.
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Foi esse ego que o destruiu no final. Após seu discurso em Las Vegas descrevendo o que havia feito com a Inteligência, sua reputação se foi. Ele foi desprezado por todos, a não ser alguns pesquisadores. Não mais a estrela do mundo ufológico, ele abandonou o campo com uma declaração final de ego e arrogância. Ele declarou que foi mais longe do que qualquer um já fora com relação ao acobertamento dos OVNIs. Era perda de tempo mais alguém tentar. Depois de alguns anos tentando chegar ao âmago do acobertamento dos OVNIs, ele abandonou tudo dizendo que faria outras coisas.
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Conclusão
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Isso significa que Moore foi uma ”maçã podre” e alguém enganou a comunidade de pesquisa ufológica? Certamente que não. Moore simplesmente seguia um roteiro que apareceu para preparar a revelação de certos detalhes do acobertamento dos OVNIs, enquanto impedia que todo o plano dessa revelação saísse de controle.
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Foi semelhante ao presidente Jimmy Carter escrever em seu diário que um médium em um programa de visão remota havia ajudado a Inteligência dos EUA a achar um avião americano de dois motores na África. O avião, na verdade, era um bombardeiro supersônico soviético TU-22 convertido em uma aeronave de coleta de informações. A Inteligência dos EUA estava desesperada para recuperar o avião e descobrir os segredos que tinha, porém Carter não poderia dizer isso ao público.
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Moore foi abordado duas vezes pelo Falcão apenas alguns dias depois do lançamento de seu livro ”O Incidente Roswell”. Como Moore descreveu: “No início de setembro de 1980, fui abordado por um indivíduo de posição de destaque dentro da comunidade de Inteligência que alegou ter ligação direta com um projeto de alto nível que lidava com OVNIs. Esse indivíduo, que posteriormente ficou conhecido como ”O Falcão”, me contou que conversou com um pequeno grupo de pessoas semelhantes que estavam inconformados com o contínuo acobertamento do governo.”
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Nesse ponto, Moore tomou a decisão de ”seguir com o jogo”, a fim de obter informações sobre OVNIs que haviam sido acobertadas pelo governo. Para isso, ele precisava utilizar mentiras como aquelas empregadas em cada operação de inteligência. ”Precisei mentir diversas vezes ao longo dos anos.” Moore escreveria quando a operação tivesse terminado, ”a fim de proteger a integridade do projeto.”[6]
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O plano sempre foi revelar informações sobre OVNIs, e Moore declarou que poderia ter abandonado a operação quando desejasse. Ele não abandonou até 1989, portanto é evidente que ele ainda acreditava na promessa que Falcão fizera em 1980. O fato de que ele não era pago para fazer isso, apoia a ideia de que o resultado final era a revelação. Se o principal propósito da operação era tentar capturar espiões soviéticos, faria sentido que eles o pagassem como qualquer outro espião é pago.
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Sem dizer que a Inteligência dos EUA não capturou nenhum agente soviético interessado em tecnologia avançada da Força Aérea dos EUA. Se alguém foi capturado, isso nunca veio a público. Além disso, se houvesse um agente soviético, ele não teria sido tão esperto, porque pegou documentos que a maioria das pessoas na comunidade ufológica declarou como fraudes quase no primeiro dia.
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Por que Moore?
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Podemos fazer a pergunta: Por que o Falcão abordaria Moore? Se a CIA queria capturar espiões soviéticos, certamente teriam usado um espião operacional, ao contrário de Moore, que era um escritor e antigo professor de escola. Devemos acreditar que estavam com falta de espiões em 1980? Moore declarou que Rositzke foi tirado da aposentadoria para comandar a operação. Estavam com falta de pessoal para comandar as operações de contrainteligência soviéticas?
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A ideia de que alguém do topo queria que as informações sobre OVNIs vazassem ao público fazia mais sentido. Moore havia acabado de publicar um livro (juntamente com Charles Berlitz que passou muitos anos como agente da Inteligência do Exército trabalhando para a OSS, que mais tarde se tornaria a CIA[7]) detalhando os dados brutos sobre a queda do OVNI em Roswell, no Novo México. Ele mostrou ser um candidato que poderia realizar o trabalho necessário. Falcão, representando um grupo de pessoas de alta patente da Inteligência que possivelmente incluía Richard Helms e James Angleton, estava impressionado com o que Moore fizera e tomou a decisão de usar Moore para liberar mais informações secretas sobre OVNIs ao público. ”Você é”, Falcão disse a ele pelo telefone, ”a única pessoa que sabe do que se trata.”
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Nesse primeiro encontro, Moore recebeu muitas informações sobre o grupo MJ-12, que atualmente tem muitas evidências favoráveis. Ele recebeu a ”história central sobre OVNIs” que agora é uma parte estável para a avaliação de muitos ufólogos sobre o acobertamento. Moore até mesmo esteve na Área 51, onde relatou uma estranha nave sem emendas apelidada de ”o ganso”, que ele testemunhou a decolagem. Todas essas ações parecem mais com informação que desinformação.
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Em segundo lugar, Moore foi abordado porque ele pode ter tido mais que um interesse momentâneo na CIA. Em 24 dezembro de 1988, em uma entrevista por telefone, Bill Steinman me falou a respeito de Moore e da CIA. De acordo com Steinman, no período entre 1982 e 1983, Bill Moore falaria pelo telefone com ele, praticamente dia sim e dia não. Eles eram muito chegados. Steinman soube a respeito do Dr. Eric Wang que havia sido o chefe do Departamento de Estudos Especiais da Base da Força Aérea Wright-Patterson, onde havia um rumor de que ele exerceu um grande papel na engenharia reversa de OVNIs recuperados. A seção foi transferida para os Laboratórios Sandia na Base da Força Aérea Kirkland, no Novo México. Wang faleceu em 1960.
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Quando Steinman soube disso, ele pesquisou e encontrou a esposa do Dr. Wang. Ele telefonou para ela, e a Sra. Wang confirmou que seu marido trabalhou nisso, mas que seus documentos foram levados após sua morte, e que se Steinman quisesse saber mais, deveria falar com o Dr. Henry Kissinger, que chefiava o programa.
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Dois dias depois da conversa com a Sra. Wang, Bill Moore repentinamente telefonou e perguntou porque Steinman estava aborrecendo a Sra. Wang. Compreensivelmente, Steinman pergunta a Moore como ele sabia que houve uma conversa com a Sra. Wang. Moore responde que ele tinha ”fontes na Inteligência”. Moore perguntou se Steinman havia falado com Dorothy na Biblioteca (mais tarde descobriu-se ser Dorothy McKimmon na Biblioteca da Base da Força Aérea Kirkland). Moore então começou a recontar várias partes de sua conversa entre Steinman e a Sra. Wang, o que fez Steinman exigir como ele obteve acesso a tudo aquilo. Moore disse a Steinman para se encontrarem na noite seguinte e então ele contaria. De acordo com as notas de minha ligação para Steinman, foi isso que Moore contou a ele.
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Quando Moore estava na universidade, a CIA recrutava nos campus americanos. Moore foi abordado pela CIA para trabalhar para eles. Moore disse a Steinman que não queria trabalhar para a CIA, mas fez alguns ”bicos” e ”escreveu alguns relatórios” para a CIA. Quando Moore se tornou um escritor e pesquisador, ele renovou os votos que tinha com a CIA e, nas palavras de Moore, ”ele usava a CIA”. Ele alega que foi assim que obteve acesso às melhores fontes.
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Por que Shandera?
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Muitos sempre se perguntaram como Jamie Shandera se tornou a pessoa que pegou os documentos MJ-12 de sua caixa de correio, no inverno de 1984. Shandera era discreto, desconhecido, e nem mesmo era um ufólogo. Bem, acabou sendo que Shandera, assim como Moore e o Falcão, tinha laços com a CIA. Essa revelação veio de Moore em uma entrevista no rádio apresentada por Greg Bishop. Moore descreveu a ligação entre Shandera e a CIA assim: ”Estávamos em uma reunião com algumas pessoas da CIA e outros. Após terminar, ficamos conversando informalmente, e uma das pessoas da agência olhou para mim e disse: Você é novo aqui, mas você [apontando para Shandera] conhecemos há algum tempo.”[8]
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Portanto, no final, todo o caso dos documentos MJ-12 parecia ser a primeira coisa que Moore descreveu – uma operação realizada por algum elemento do governo para liberar informações na comunidade ufológica. O Falcão alegou ser o chefe do grupo desejando a liberação das informações, mas não seria possível se Moore não achasse que ele era. Moore disse a Bishop que Rositzke foi retirado da aposentadoria para comandar a operação de vazamento dos documentos MJ-12, Snowbird e Aquarius.
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Entretanto, o plano já havia sido arquitetado. Bastava apenas Rositzke ser trazido para executá-lo. Sendo assim, a ideia da operação e do comando ser de Rositzke veio de um nível superior. O Falcão tinha um chefe.Um possível candidato por trazer Rositzke ao jogo dos OVNIs é Richard Helms, que era superior à Rositzke por ser um antigo Diretor da CIA. Helms, finalmente, tinha algumas histórias sobre ele dentro do jogo para revelar material sobre OVNIs.
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Uma delas é a frequentemente citada frase que ele, supostamente, disse ao Dr. Kit Green: ”Sempre acredite no que Richard Doty lhe diz sobre OVNIs.” Se for verdade, isso indica que Doty pode não ter sido o especialista em desinformação malvado como foi taxado por muitos, e que seu trabalho pode ter tido mais relação com OVNIs que com a captura de espiões soviéticos. Isso também claramente mostra que Helms sabia sobre Doty, assim como da história de Bill Moore. Doty era, no fim das contas, supostamente, apenas um modesto Primeiro-Sargento da Base da Força Aérea Kirkland, alguém que não deveria ser assunto de conversa de um ex-Diretor da CIA.
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A evidência mais dramática indicando que Helms pode ter sido parte do plano para revelar fatos importantes sobre OVNIs para Moore e Shandera, bem como para outros pesquisadores como Don Berliner e Timothy Good, vem de uma mensagem encaminhada para o Grupo de Pesquisas Starstream de Gary Bekkum, quem Bekkum considera uma fonte confiável. A pessoa em questão fazia parte de uma equipe de três homens. Ele escreveu sobre encontros com Helms e OVNIs, descrevendo ser contatado quase do mesmo modo que Moore alegou ter sido contatado pelo Falcão. Helms havia contatado a equipe de três para discutir a melhor forma de promover uma revelação do governo da suposta história central sobre extraterrestres.
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”Por ele ter me contatado”, um membro da equipe escreveu, ”e por querer se encontrar comigo com privacidade no Conselho de Pesquisa Nacional, tudo foi ambíguo e me confundiu. Não tive a impressão de que ele realmente queria isso, porque achei que estava me usando. Na verdade, ele foi insistente quanto à privacidade. Não estou preparado para repetir o que ele me disse antes disso, porque estou incerto quanto a seu estado mental. Ele parecia são, mas o assunto era loucura. Ele pediu segredo, e jamais disse que eu seria liberado da história central (explicada posteriormente no artigo) que ele alegava ser verdadeira, sendo a mesma que já ouvimos falar.[9]
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Outra possibilidade para alguém superior a Rositzke, comandando uma operação de revelação dos OVNIs, é um certo oficial sênior da Agência de Inteligência da Defesa. A busca pelo Falcão durante os últimos 30 anos foi conduzida por muitas pessoas de alto nível. Um grupo obteve confirmação verbal de que a pessoa que vazou os documentos MJ-12 foi um oficial de alta patente da DIA. (cujo nome me disseram e que ainda está vivo).
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O cenário para essa história foi que esse Almirante guardava antigos documentos de desinformação soviética de James Angleton, entre os quais incluía os famosos documentos MJ-12. Os documentos criados nos anos 1960 foram produzidos pela loja de Angleton a fim de rastrear informações repassadas dentro da União Soviética. O Almirante vazou os documentos para Shandera e Moore (S&M) como um teste experimental para a revelação dos OVNIs, ou recrutou Rositzke para fazer o trabalho.
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Vazando a História Central
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Considerando todas as evidências disponíveis relacionadas aos eventos, a teoria que melhor explica o que aconteceu é a de que algum grupo de alta patente na Inteligência, com acesso a todas as evidências de OVNIs que já foram coletadas, escolheu divulgar parte das evidências. Essa é a história central sobre os OVNIs. Mais importante, como o Falcão disse quando abordou Moore pela primeira vez, o plano era ”divulgar os fatos ao público sem violar nenhuma lei no processo”.
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O material verdadeiro é divulgado ao ocultá-lo em histórias fictícias de fontes anônimas para os pesquisadores, liberando documentos que parecem legítimos, mas que são uma mistura de informações verdadeiras e falsas. Todo o processo é parecido com os livros fictícios liberados pelos antigos agentes da CIA que entrelaçaram a verdade do que aconteceu em um conto fictício. Deste modo, o leitor nunca tem certeza de que partes da história são verdadeiras, e assim o material sigiloso fica protegido. A divulgação ocorre sem violar a lei.
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A alternativa seria um livro que diz ”sabemos o que são os OVNIs, tínhamos um alienígena preso, recuperamos várias naves extraterrestres, as pessoas têm sido abduzidas por alienígenas, e tivemos que matar algumas pessoas para acobertar o segredo ao longo do caminho”. Isso não é uma opção, já que ninguém quer ser arrastado pelas ruas por uma turba zangada como fizeram com Gadaffi. Um livro fictício é uma ideia bem melhor.
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Alguns pesquisadores diriam que esses vazamentos de informação e desinformação são para prejudicar a comunidade ufológica, e tudo que podemos usar são vazamentos de fontes confiáveis. Eu responderia que as histórias verificáveis são raras. A questão dos OVNIs é o segredo mais bem guardado dos EUA, e as pessoas que contam tais histórias estão violando seus juramentos de segurança. O governo jogaria esse tipo de pessoa na cadeia por traição, portanto faria sentido se não houvessem muitas delas nas ruas contando histórias que não deveriam contar.
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O Dr. Kit Green era um Analista de Divisão Sênior no Escritório de Inteligência Científica e Armamentos, de 1969 a 1983, e quem diziam ter de comandar a ”seção dos OVNIs” na CIA, e a pessoa que tinha informado os presidentes sobre o assunto. Bill Moore descreveu Green como ”uma pessoa próxima ao Presidente dos EUA, capaz de verificar a informação para determinar sua confiabilidade”.
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Green descreveu a história central deste modo. ”Para resumir, a história central é esta: Os ETs vieram aqui, talvez uma vez, talvez duas vezes. Por acidente ou planejamento, o governo dos EUA adquiriu uma das naves deles. O único problema foi que a física que fazia a nave funcionar era tão avançada que durante décadas os seres humanos quebraram a cabeça para compreendê-la ou replicá-la.”[10]
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Essa história central é apresentada em uma nuvem de desinformação. Isso ajuda a evitar que a revelação saia de controle. É bem semelhante aos livros fictícios escritos pelos antigos agentes da CIA baseados em fatos reais. Green descreveu como essa revelação gradual sobre os OVNIs poderia funcionar.
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”Se algo realmente estranho na área dos OVNIs é verdadeiro, então o que fazemos para transmitir essa informação ao público? Primeiramente, devemos considerar quais podem ser os fatos básicos se fossem divulgar a história central logo de cara: as pessoas se irritariam. Portanto, se faz lentamente durante dez ou vinte anos. Colocamos isso em vários filmes, livros, histórias, memes na internet sobre alienígenas reptilianos devorando nossas crianças, coisas malucas que recentemente vimos sobre Serpo. Então, um dia, dirão: Ei, tudo isso é besteira, relaxe, não é tão ruim assim, não se preocupe, essa é a realidade. Então, damos a eles a verdadeira história.”[11]
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Isso faz todo sentido e é basicamente o que disseram a Moore. O Falcão disse a ele que vazaria certos documentos e histórias. Ele estava preocupado de que nem tudo seria verdade. Uma parte seria desinformação. Outra parte seria verdade. Moore e Shandera teriam que descobrir por conta própria.
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Observações Finais
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Com tudo isso dito, somos lembrados de que nada na ufologia é simples. As agências de inteligência que lidaram com o fenômeno também encobriram seus rastros apontando vários caminhos errados. Mesmo pessoas no setor de inteligência de alto nível com a tarefa de trabalharem com o problema dos OVNIs, dizem que até eles sentem que estão sendo privados de informações por algum grupo desconhecido no controle. Por exemplo, em um e-mail obtido pelo Grupo de Pesquisas Starstream de uma fonte associada a Richard Helms, o antigo Diretor de Inteligência confirmou saber da existência da história central dos OVNIs, acrescentando: ”Você não precisa saber e nem eu.”[12]
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Gus Russo, um autor e pesquisador nomeado ao Prêmio Pulitzer entrevistou muitos desses ”informantes” e concluiu que: ”Em resumo, certamente há uma pequena porcentagem de oficiais do governo com acesso à Inteligência – alguns ativos, outros aposentados – que estão interessados na comunidade de pesquisa ufológica, se não nos próprios OVNIs. Alguns desses homens têm a impressão, certa ou errada, de que alguns poucos indivíduos no governo ou setor privado escondem um segredo maior até mesmo deles.”[13]. No mundo ufológico, parece que os informantes do governo podem ser intrusos.
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Bill Moore já está fora do campo por duas décadas e o jogo dos vazamentos relacionados ao MJ-12, ao acobertamento dos OVNIs, e à Roswell, ainda continua. Eles ainda tentam capturar espiões russos como a história de fachada da AFOSI alegou, ou isso é uma revelação gradual do acobertamento dos OVNIs ainda em curso? Ótimos exemplos de vazamentos de informação e desinformação que continuaram desde que Moore e Rositzke deixaram o campo incluem:
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Iniciando em 1991, o cientista da CIA, Ronald Pandolfi, começou a usar Dan T. Smith, o filho do último conselheiro do Presidente Eisenhower, para repassar informações para a comunidade ufológica. Esse desfile de informações começou com um rumor de que havia um alienígena vivo em Los Alamos. Pandolfi disse a Smith que o presidente não tinha a ”necessidade de saber” a respeito dos OVNIs, mas que 28 oficiais do governo receberam as informações oficiais durante a visita. Pandolfi até mesmo revisitou a teoria da ”captura de espiões soviéticos” da AFOSI ao dizer que algumas informações contidas nos documentos MJ-12 eram confidenciais e haviam sido repassadas para a KGB.[14] Pandolfi também pediu a Smith para espalhar o rumor de que o Falcão era o Coronel Barry Hennessey, chefe de segurança dos Projetos Especiais da Força Aérea.[15]
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Também em 1991, o repórter do New York Times, Howard Blum, relatou que ”um oficial sênior da NSA” deu a ele uma estranha pista. O oficial o ajudou com um livro que escrevia na época sobre o caso do espião Walker. A pista era: ”tem havido muita conversa na NSA sobre o espaço sideral. Coisas esquisitas. OVNIs. Ouvi dizer que eles têm algum tipo de grupo de trabalho de elite, ou algo do tipo. Uma equipe de figurões mirando nos OVNIs. Vão revelar a verdade, finalmente.”
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A história acabou sendo verdade, e Blum publicou um livro sobre o grupo que descobriu-se ser um grupo de estudos ultrassecreto sob a proteção do Departamento de Energia, conhecido como o Grupo de Trabalho em Física Teórica Avançada. Ele era chefiado pelo Coronel do Exército John Alexander, com a função de estudar os OVNIs. A versão de Blum foi divulgada como uma versão fictícia (informação/desinformação) dos encontros verdadeiros que ocorreram a partir de 1985.
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De 1992 a 1999, milhares de páginas de documentos vazaram de várias fontes como de um oficial do Corpo de Contrainteligência que se auto intitulava Thomas Cryll “Cy” Cantwheel, sua filha Salina, um Arquivista da CIA, um contato da FOIA na CIA, o S-1 e S-2. Eles vazaram diversos documentos relacionados a OVNIs que foram reunidos por Robert Wood e seu filho Ryan em uma coleção chamada de os novos documentos MJ-12. (http://www.majesticdocuments.com/sources.php)
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Em março de 1994, o pesquisador Don Berliner recebeu o documento de 23 páginas ”Som-101: Entidades e Tecnologias Extraterrestres, Recuperação e Descarte”.
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Um Coronel amigo do Ex-Diretor da CIA, William Colby, abordou o Dr. Steven Greer no CSETI, em meados dos anos 1990. Colby havia enviado uma mensagem de que era hora de acabar com os segredos nas operações sigilosas que acobertavam os segredos dos OVNIs. Uma reunião foi organizada para abril de 1996, onde Colby e Greer conversariam. Na semana que se encontrariam, Colby foi encontrado morto em um misterioso acidente de canoagem.
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Em novembro de 2005 e continuando até a presente fonte anônima, e-mails começaram a aparecer na internet alegadamente sendo de um oficial aposentado do governo dos EUA. A informação continha a história de um programa de intercâmbio ultrassecreto para doze militares dos EUA irem à ”Serpo”, um planeta no sistema solar Zeta Reticuli, entre os anos de 1965 e 1978. Para quase todos na comunidade ufológica, a história era uma ficção mal escrita. Kit Green, entretanto, disse ao autor Mark Pilkington: ”Há certos fatos e certas referências na história que me impedem de rejeitar todo o material, mesmo se a história sendo contada não seja notoriamente verdadeira.
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O material SERPO,” Green sugeriu, ”poderia ter servido aos propósitos de alguém, em algum lugar, talvez para transmitir informações de uma forma altamente codificada.” Ele lembrou a Pilkington que SERPO chamou a atenção de alguns membros sêniores no campo de inteligência de defesa, talvez de alguns dos mais antigos.[16] (Posso confirmar isso através de uma pessoa de alta patente que me contatou a respeito do material SERPO) O material SERPO pode ter sido um modo de tornar confidencial material público, por meio de um espião aposentado escrevendo um romance fictício como mencionado acima.
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O mais recente livro do autor best-seller James Bamford, ”A Fábrica de Sombras’’, cuidadosamente oculta na capa o selo de classificação ”Ultrassecreto/MJ-12”. Bamford talvez seja o autor e jornalista americano das Agências de Inteligência dos EUA, especialmente da NSA, que há muito tempo dizem ser uma grande executora no acobertamento dos OVNIs. Quando perguntado como ”Ultrassecreto/MJ-12” foi parar na capa de seu livro, que não tinha nada a ver com OVNIs, Bamford respondeu que não fazia ideia.
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Em 23 de junho de 2012, enquanto era entrevistado no programa de rádio de cadeia nacional Coast To Coast AM, Chase Brandon, um antigo oficial de operações secretas da CIA e, posteriormente, o Oficial de Comunicações da Industria de Entretenimento da CIA, fez extraordinárias alegações sobre o chamado ”Incidente Roswell”, declarando: ”Sei com toda a certeza que enquanto estou sentado aqui conversando com você, houve uma nave de outro mundo que caiu em Roswell, que os militares não apenas recuperaram os destroços, mas também corpos.” Brandon então lembrou de uma ocasião quando viu uma prova direta da natureza alienígena de Roswell dentro da própria Coleção de Inteligência Histórica da CIA (HIC).
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Brandon foi averiguado por vários pesquisadores e repórteres, e os resultados dessas investigações mostraram que Brandon era ”legítimo”. Robbie Graham apresentou várias evidências de que Brandon era um oficial da CIA, algo que imediatamente levanta a pergunta de se ele tinha ou não autorização da CIA para aparecer no programa Coast To Coast e fazer a declaração de que Roswell foi o local da queda de uma espaçonave extraterrestre.
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Veja o artigo sobre Brandon escrito por Robbie Graham e Matthew Alford Ph.D. http://silverscreensaucers.blogspot.ca/2012/07/senior-cia-officer-claims-knowledge-of.html
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Em resposta a uma carta de inquérito elaborada por Robbie Graham, o oficial de Assuntos Públicos da CIA, Ian Tuttle, disse: ”Não oficialmente, analisaremos suas questões e retornaremos o mais breve possível.”
Para ”analisar as questões”, há pouca dúvida de que a CIA teria falado com Brandon com relação ao que disse. Precisariam perguntar onde exatamente no cofre ele viu o material.
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Presumindo que responderam, agora é evidente que o vazamento sobre Roswell veio da CIA e não de Brandon. A razão disso é que duas semanas depois de falar sobre os arquivos secretos de Roswell que viu, e após a CIA ter conversado com ele, Brandon voltou a falar.
Dessa vez, ele falou com Lee Speigal do Huffington Post e acrescentou novos detalhes para o que disse no programa Coast To Coast AM (ao mesmo tempo Brandon evitava responder perguntas persistentes de um pesquisador que falava com ele sobre a história de Roswell anteriormente). A CIA aprovou o que ele disse e deu sinal verde para outra entrevista com o Huffington Post, que tinha grande circulação e poderia transmitir a mensagem.
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Se isso não é evidência o suficiente para convencer o leitor sobre Brandon, fique atento, pois ele está prestes a falar um pouco mais. Você ainda não leu tudo. Enquanto isso, a CIA tomou suas providências. Eles não encontraram nada nas dependências da Agência que corroborasse as alegações do Sr. Brandon. O repórter Billy Cox pegou o arquivista do HIC, Hayden Peake, se recusando a fornecer informações adicionais, dizendo: ”Meus comentários estão todos nessa declaração divulgada hoje.”
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A lista de vazamentos sobre OVNIs desde que Moore deixou o campo mostra claramente que a história do Falcão é apenas uma pequena parte de uma história bem maior e mais complexa.
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O padrão é sempre o mesmo. Divulgam uma história sobre OVNI (o que Jacques Vallee chamou de ”atrair com a cenoura”) e depois a negam. Então, quando questionados, eles alegam não saberem e se referem a declarações governamentais padronizadas – o governo abandonou a questão dos OVNIs e não existe acobertamento.
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Devemos fazer a pergunta: Todas as histórias sobre OVNIs são um esforço da contrainteligência para capturar membros da Al-Qaeda que substituíram os soviéticos como o principal inimigo dos Estados Unidos, ou essas histórias são uma continuação de um aparente plano de revelação dos OVNIs?
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Confuso? Acho que isso também faz parte do plano.
A investigação continua.
Grant Cameron

[1] Pedido MDR de Lee Graham para a Força Aérea em 17 de janeiro de 2011
[2] Moore foi desafiado por muitos, incluindo o principal cético dos OVNIs nos anos 1980, Phil Klass. Explicando o que aconteceu, Moore foi muito ambíguo, mas manteve o rumor vivo. Ele disse a Klass, em uma carta de 31 de março de 1987, que a única coisa que mostrou a Graham foi uma identificação de imprensa. A ideia de ser um ”investigador da Força Aérea” surgiu de uma conversa paranoica. Moore disse a Klass que ele conversou com Graham ”sobre a possibilidade de agentes secretos do governo infiltrados na comunidade ufológica disseminando desinformação. Respondi que não tinha evidência direta de algo assim, mas se de fato houvessem pessoas assim, então qualquer um poderia ser uma delas. Então disse algo complementar: ”Você conhece Lee; eu mesmo poderia ser um deles.” Então, de maneira improvisada, abri minha carteira em alguma divisão aleatória (provavelmente na minha identificação da MUFON, que tem uma foto nela – não lembro exatamente o que era) e disse: ”Vê? Tenho minha identificação de agente secreto bem aqui.” Aparentemente, Lee levou a piada muito a sério. A questão da AFOSI, provavelmente, tem uma origem semelhante, embora não consiga imaginar neste momento como isso poderia ter ocorrido. Desnecessário dizer que ficaria muito honrado em ser abordado, se tivesse acontecido, mas certamente não diria a Lee Graham a respeito de tal situação.
[3] http://www.bibliotecapleyades.net/sociopolitica/esp_sociopol_aviary05.htm
[4] Carta de John Andrews para Lee Graham de 16 de setembro de 1987
[5] Um ótimo exemplo disso é Phil Klass recontando a briga entre Moore e Good para quem seria o primeiro a divulgar os documentos MJ-12. Klass escreveu: ”Com a publicação do livro de Good agendada para julho, Moore poderia ser o primeiro a revelar os documentos MJ-12 em meados de junho, e o livro de Good serviria para fornecer corroboração independente. Moore estava se atrasando para a publicação da próxima edição da revista FOCUS, marcada para 30 de abril de 1987, em parte devido ao trabalho associado com sua vindoura conferência ufológica. Porém, ele conseguiu divulgar os documentos MJ-12 para a mídia dos EUA em 28 de maio, um dia antes de Good.” Ver http://www.csicop.org/specialarticles/show/klass_files_volume_44/
[6] Bill Moore, “Revista Focus” de 30 de setembro de 1989, Página 20
[7] Greg Bishop, ”Bill Moore era um Agente da CIA” http://www.ufomystic.com/2009/04/16/was-bill-moore-a-cia-agent/
[8] Greg Bishop, “Jamie Shandera e a Prova dos OVNIs – Parte 2’’ http://www.ufomystic.com/2007/02/01/shandera-ufo-proof/
[9] Gary Bekkum, ”O Falcão e a História Central dos OVNIs” http://www.starpod.org/news/1201181.htm
[10] Grant Cameron, “John Alexander, OVNIs, Mitos, Conspirações e Realidades: O Restante da História” http://presidentialufo.com/articles-a-papers/359-john-alexander-ufos-myths-and-conspiracies-and-realities-the-rest-of-the-story
[11] Grant Cameron “A Verdadeira História da Área 51: Uma Análise da Real Evidência’’ http://presidentialufo.com/articles-a-papers/379-the-true-story-of-area-51-a-look-at-the-actual-evidence/
[12] http://www.starpod.org/news/1201131.htm
[13] Gary Bekkum, “Jogo de Espiões dos OVNIs: A Face da História Central – Parte 2” http://stargate007.blogspot.ca/2009/07/ufo-spy-games-face-of-core-story-part-2.html#!/2009/07/ufo-spy-games-face-of-core-story-part-2.html
[14] http://www.starpod.org/news/1001151.htm
[15] http://www.starpod.org/news/1201181.htm
[16] Mark Pilkington, “Os Homens Miragem” Editora Skyhorse, 2010, Página 278

Link Artigo Original:

http://www.presidentialufo.com/articles-a-papers/439-ufo-hocus-pocus-the-story-of-the-falcon

Tradução: tunguska

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