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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Os 25 Anos Da Farsa Do Filme Da Autópsia

 




Imagem do infame filme da autópsia alienígena

 

Há 25 anos, muitas pessoas se reuniram para ver o lançamento mundial do filme da “autópsia alienígena” em um congresso ufológico internacional, sediado na Universidade Sheffield Hallam.

 

Na época, eu era jornalista no Sheffield Star e, de acordo com o especialista Philip Mantle, autor da história definitiva sobre a lenda, foi a minha história exclusiva que alertou a mídia internacional do que se tornaria a grande história “da estação”.


O fim de semana de 18-19 de agosto de 1995 viu a primeira mostra pública do filme no Hallam Pennine Lecture Theatre, durante o 8º Congresso Internacional da Associação Britânica de Pesquisa Ufológica. As entradas estavam esgotadas e equipes de TV do mundo todo estavam acampadas na Hallam Square, ansiosas por entrevistar os personagens principais envolvidos na história.

 

Com a expectativa crescendo, uma semana depois, um segmento da filmagem foi transmitido no Reino Unido como parte da série de documentários Secret History, do Channel 4. A partir daquele momento, se tornou parte de um dos casos célebres da ufologia, o “incidente de Roswell”. Hoje, as imagens do filme da autópsia fazem parte da cultura popular da mitologia ufológica.

 

O ufólogo e autor Philip Mantle, que escreveu a história definitiva do filme da autópsia alienígena, fotografado em sua casa, em West Yorkshire, em março de 2020

Muitos continuam a acreditar que o governo dos EUA acobertou, com sucesso, a queda de uma espaçonave alienígena perto de uma cidade do Novo México em 1947. Na era de Arquivo X, a procura era por evidência física para confirmar essa crença – e que melhor confirmação poderia haver que uma gravação real de uma autópsia feita em pilotos alienígenas?

 

A lenda da Autópsia Alienígena se tornou a fonte de um filme britânico em que estrelavam comediantes celebridades e apresentadores do Ant&Dec, que atualmente apresentam o Britain’s Got Talent e Ant&Dec Saturday Night Takeaway.

 

Alguns continuam a acreditar que a filmagem foi mesmo feita em Roswell, em 1947, e, por anos, o filme continuou a atrair grupos pequenos, mas barulhentos, de apoiadores. Minha história exclusiva, publicada na primeira página do Sheffield Star, em 18 de agosto de 1995, não revelava o autor da fraude, mas se propunha a identificar a fonte: alguém de dentro da indústria de efeitos especiais de filmes.

 


O FILME DO ALIENÍGENA É UMA FARSA, DIZ MAGO DO CINEMA

 

Magos dos efeitos especiais hoje dizem que um filme que alega mostrar o corpo de um alienígena é uma farsa.


Centenas de entusiastas e dúzias de trabalhadores da TV de todo o mundo estão se dirigindo para a Universidade de Hallam para um congresso lotado, organizado pela Associação Britânica de Pesquisa Ufológica, esse fim de semana.

 

Mas, hoje, especialistas dos estúdios Pinewood, que criaram efeitos para filmes de Hollywood de grande orçamento, disseram que descobriram que o “alienígena” era um “corpo forjado muito bom” quando examinaram a gravação.

 

Os que acreditam dizem que o filme granulado em preto e branco mostrava uma autópsia ultrassecreta, do exército americano, em um piloto alienígena, morto quando seu disco voador caiu no deserto em Roswell, Novo México, em 1947.


O programa para o 8º congresso internacional da BUFORA “OVNIs: Examinando as Evidências”, onde a filmagem da autópsia alienígena foi mostrada publicamente pela primeira vez em 1995

 

O Channel 4 está planejando usar o filme como parte de uma investigação mundial da TV sobre as alegações de que o governo dos EUA recuperou secretamente uma espaçonave alienígena e acobertou a verdade por 50 anos.


Cliff Wallace, dos Efeitos de Criaturas de Pinewood, disse que especialistas puderam ver evidências de uma costura em um braço da criatura, o que sugeria que ela era um boneco.

Eles também perceberam as palavras “Vídeo TV” escrita em partes dos destroços que, supostamente, eram do disco caído.


“Esse filme é uma farsa – não há dúvidas disso,” o sr. Wallace disse para o The Star.


“Foi feito de maneira muito inteligente por alguém que, provavelmente, está dentro da nossa profissão e não há possibilidade de que isso tenha sido filmado em 1947”.

 

Guerra das Palavras sobre o filme do disco voador: minha história por dentro, publicada na página 6 do Star, 18 de agosto de 1995

O sr. Wallace, cuja companhia fez um modelo de tamanho real de Sean Connery para o filme First Knight, disse que ele acreditava que o filme tinha sido feito como um golpe de publicidade para um filme vindouro sobre mistérios alienígenas.

 

Hoje, o empresário londrino, Ray Santilli, que tem tentado vender o filme para companhias de TV pelo mundo, não estava disponível para comentários.


Ele alegou que o comprou de um fotógrafo aposentado do exército americano, agora com a idade de 82 anos.

 

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Em seu relato definitivo sobre a história Autópsia Do Alienígena De Roswell: A Verdade Por Trás Do Filme Que Chocou O Mundo, Philip Mantle escreve (página 39):

 

“A primeira vez que o público soube sobre o filme foi em 14 de janeiro de 1995, quando [Rea Presley, o falecido cantor do The Troggs] foi entrevistado em um programa da BBC, Breakfast TV. Ele surpreendeu a todos ao anunciar que tinha visto – um filme de “alienígenas reais vivos”. Não houve grande reação ao seu anúncio já que o programa, naquela época, não tinha grande audiência. Nesse tempo, eu vi o filme sobre a autópsia alienígena e perguntei a Santilli se ele o mostraria na conferência da Associação Britânica de Pesquisa Ufológica que eu estava organizando em Sheffield, para agosto daquele ano [1995]. Surpreendentemente, Santilli concordou. Logo depois disso, eu recebi uma ligação do jornalista local e ufólogo de longa data, David Clarke, do Sheffield Star – um dos maiores jornais britânicos. Clarke estava escrevendo um pequeno artigo para o jornal sobre outro ufólogo local e pediu por algumas palavras sobre a conferência prevista para agosto. Eu dei a ele algumas linhas e, como um comentário informal, falei que um filme de “autópsia alienígena” seria apresentado como uma exclusiva.


“Clarke publicou seu artigo e eu fui contatado na sequência pela White Press Agency, em Sheffield. Eles queriam saber mais sobre o filme da autópsia alienígena e eu respondi às perguntas deles – não esperando que nada surgisse a partir dali. Dentro de horas, depois que a White Press Agency circulou a história pelo mundo, meu telefone começou a tocar.

 

“A história tinha vazado. A conferência vendeu todos os ingressos rapidamente e Santilli estava cercado por jornalistas, ufólogos e companhias de TV...”


O livro de Mantle documenta a origem da lenda e examina a trilha de evidências que expôs a fraude em detalhes forenses.


Livro definitivo de Philip Mantle sobre o filme da autópsia alienígena, edição revisada de 2020

Coincidentemente, este verão também marca o centenário de outro conjunto falso de imagens – em preto e branco – que se tornaram uma lenda e parte do folclore de Yorkshire.

Em agosto de 1920, duas primas, Frances Griffiths e Elsie Wright, tiraram três das famosas “Fotos das Fadas de Cottingley” nos fundos da casa da família de Elsie, em Cottingley, perto de Brasford, em West Yorkshire. Essas três fotos complementavam duas outras, produzidas em 1919, que convenceram Sir Arthur Doyle, o criador de Sherlock Holmes, de que as fadas realmente existiam.

Em 1975, Elsie, na idade de 74 anos, em uma entrevista para a TV, disse: “Eu te disse que elas são invenções da nossa imaginação e me atenho a isso.”

Não foi até 1982, 60 anos depois que a história foi a público, que as duas mulheres confessaram que as fotografias eram desenhos de “fadas” que foram recortados de revistas populares e pregadas por alfinetes. Mesmo assim, Frances continuou a manter que elas tinham visto fadas e que as garotas tiraram fotografias como prova para confundir seus pais céticos.


Assim como o filme da autópsia alienígena, a história das fadas de Cottingley continua a capturar a imaginação popular até hoje. Houve dúzias de livros sobre isso, dois filmes de Hollywood e vários programas de TV e documentários. A história é geralmente descrita como uma das maiores fraudes fotográficas de todos os tempos.



Mas fraude é a palavra mais apropriada para usar quando se lida com temas que envolvem crenças? O Dicionário de Inglês Oxford define uma fraude como “um engano bem humorado ou malicioso que é imposto a credulidade da vítima”.

O que eu aprendi em mais de 40 anos ao investigar crenças extraordinárias e experiências é que, quando as pessoas acreditam em algo de forma tão forte – seja a crença em fadas ou alienígenas – os indivíduos, elas vão interpretar o que emerge da câmera como uma confirmação de suas crenças.

Ver não é acreditar – acreditar é ver!

 

 

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Tradução: Pamylla Oliveira

 

Artigo original: dr. david clarke


 

 

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