James Oberg
- Jornalista e
Historiador Espacial
Pergunta 1: Você chamou as histórias de encontros de astronautas
com OVNIs de “um dos maiores mitos da Era Espacial” e “provavelmente o tema
mais fascinante e frustrante do folclore moderno”. O que você acha tão
inacreditável ou tão pouco confiável sobre essas histórias, fotografias,
vídeos, citações, documentários e outras evidências?
Resposta: Das centenas e centenas de tais histórias e vídeos que
eu estudei, todos me parecem como efeitos visuais “comuns” de missões espaciais
humanas, mal entendidos compreensíveis do público sobre conversas espaciais
normais, e exageros previsíveis, confabulações e até criações de pessoas que
gostam - ou lucram – ao contar histórias malucas. Não vi nenhuma indicação
convincente de qualquer coisa além do campo da ciência moderna - nada.
Pergunta 2: Por que sua visão é tão discordante da das outras
pessoas, desafiando o que parecem ser evidências esmagadoras?
Resposta: Como um “solucionador de problemas” profissional de voos
espaciais e um pesquisador particular da história espacial, eu aprendi o
suficiente sobre voos espaciais reais e o folclore real para entender como
essas histórias podem ter começado, como elas poderiam ter expandido, mudado e
proliferado. Tive experiência real suficiente com voos espaciais reais para
entender que o que está sendo visto em muitos vídeos não é nada além da “norma”
de fenômenos mundanos ocorrendo em ambientes não terrenos. E diferente de
praticamente todos que acreditam nas histórias, eu tive a oportunidade de falar
com testemunhas originais e grandes atores culturais, e tive acesso aos
arquivos técnicos originais e dados de desempenho.
Pergunta 3: Para milhões de pessoas ao redor do mundo, os “casos de
OVNIs de astronautas” são a “joia da coroa” da “Ufologia”, que é o estudo de
relatos de OVNIs e o argumento de que tais relatos constituem evidências de
eventos extraordinários que podem incluir visitas de viajantes espaciais não
humanos. Se todos (os relatos) estão errados, por que você deveria se importar?
Resposta: Se todos estão errados, como eu acho que estão, as
implicações sociais são significativas para além desse tema limitado. Deveríamos
estar nos perguntando como isso pode acontecer nesse caso no qual a cultura
popular é tão baseada - e como isso poderia estar acontecendo em outras áreas
de crenças públicas.
Pergunta 4: O que é mais frustrante para você sobre essas histórias?
Resposta: Essas crenças difundidas são frustrantes porque parecem
estar conectadas de forma fraca com o mundo real - com evidências autênticas,
com declarações de testemunhas, com investigações de explicações possivelmente
prosaicas. Contra-argumentações e explicações prosaicas possíveis são ignoradas
ou mal interpretadas de uma maneira descaradamente propagandística.
Pergunta 5: Qual é o perigo nessas histórias?
Resposta: As primeiras vítimas dessas histórias são os que
acreditam em si mesmos, especialmente os jovens que estão genuinamente
interessados na exploração espacial, na ciência e no lugar da humanidade no
universo. Suas análises desses e de tópicos relacionados podem estar seriamente
distorcidas por muito tempo, às vezes uma vida inteira. E geralmente, quando
eles percebem que foram enganados, eles sentem um ressentimento com todo o
conceito de voos espaciais.
Pergunta 6: Você também alegou que as histórias são “perigosamente
enganosas e, sem intenção, acabam insultando o assunto e o público alvo”. Esse
é um ponto de vista bem amplo sobre um tópico vasto, como você justifica isso?
Resposta: É perigoso para nossos astronautas e para toda a nação,
porque interpretações incorretas de relatos de voos podem distrair de visões de
perigos genuínos em missões espaciais. Com tantos alarmes falsos, talvez o
perigo real possa passar despercebido, mesmo que de forma reduzida.
Pergunta 7: Que perigo isso acarreta para a NASA?
Resposta: A NASA precisa proteger sua própria reputação, mas há um
perigo ainda maior. A dominância das alegações falsas pode desacreditar o
escrutínio cético que a NASA merece, tanto como uma estatal financiada por
impostos quanto por estar histórica e culturalmente infectada com suas próprias
ilusões, geralmente arrogantes, e maus julgamentos que precisam de exposição e
crítica externa. Se muita crítica é baseada nesses tipos de mitos, críticas
merecidas também podem ser desacreditadas (“culpa por associação”) e
injustamente menosprezadas.
Pergunta 8: O que é “insultante” sobre essas histórias?
Resposta: Elas são insultantes porque, acreditar que essas
histórias são autênticas, exige a crença de que gerações de trabalhadores do
espaço, incluindo astronautas, são mentirosos, covardes e/ou bobos. Insultam
até os que acreditam nessas histórias, já que as manifestações comuns dessas
histórias no YouTube, revistas de baixa qualidade, documentários de TV e em
outros lugares onde geralmente são vistas, prevê que a audiência alvo consiste
de pessoas ansiosamente crédulas, que não sabem nada sobre os voos espaciais
reais e preferem histórias que inflam egos e dificultam a pesquisa e a
explicação.
Pergunta 9: Como essas histórias podem ser perigosas para o futuro
da ciência ou até para o futuro da civilização?
Resposta: Aqui está um possível obstáculo da aceitação ansiosa ou
seu oposto, a descrença sem reflexão. A natureza imensamente falsa do mito pode
tornar difícil reconhecer as situações na qual missões espaciais se defrontam
com fenômeno de interesse genuíno. Mas, por causa desses mitos poderosos, esses
avistamentos “reais” podem ser englobados na mistura de más interpretações e
não ter a atenção apropriada. Eles podem não ser reconhecidos e todos nós
seríamos desfavorecidos com isso.
Pergunta 10: E as várias alegações, atribuídas a
astronautas e cosmonautas através das décadas, sobre encontrarem fenômeno
alienígena no espaço?
Resposta: Muitas das alegações amplamente publicadas são fantasias
totais, feitas por outras pessoas e atribuídas falsamente a pessoas reais.
Muitas das histórias, especialmente vídeos e fotografias, mostram fenômenos que
já sabemos serem “normais” para voos espaciais e o equipamento que os humanos
usam lá, sem causas extraordinárias necessárias. Esses fenômenos visuais
representam o que viemos a reconhecer como percepções esperadas das
consequências da atividade espacial humana. Pouquíssimas outras são mesmo
relatos diretos de efeitos visuais que são genuinamente interessantes - mas
muito dificilmente sugestivos de vida extraterrestre, biologia ou física
desconhecida.
Pergunta 11: Como todas podem ser bobagem?
Resposta: Não são, apesar de a maioria ser. Poucas - mas
importantes - parecem descrever fenômenos visuais atmosféricos intrigantes
dignos de serem pesquisados, ou atividades espaciais e de mísseis de natureza
militar. E outra família de relatos é de importância crítica, já que podem
representar pistas para o mal funcionamento de uma aeronave que a testemunha
está pilotando, e é importante reconhecer rapidamente e reagir a tais
avistamentos. Por último, algumas podem representar fenômenos de interesse
científico genuíno, mas, nesse caso, elas precisam ser separadas das bobagens
nas quais elas atualmente se perdem.
Pergunta 12: Por que suas opiniões são particularmente
dignas de serem ouvidas?
Resposta: Eu me coloco em uma posição bastante única, um pé no
mundo das operações dos voos espaciais reais, o outro na cultura da mitologia
popular. No primeiro, eu descobri o que era esperado, visualmente e de outras
maneiras, no espaço, e eu trabalhei com muitos, muitos astronautas (e com
alguns cosmonautas) em nível profissional e pessoal. No segundo, eu apreciei a
dinâmica cultural de histórias fantásticas e como a percepção e a memória
humanas, e a memória e a narrativa humanas, influenciam o desenvolvimento de
tais histórias.
Pergunta 13: As pessoas deveriam se envergonhar de cair
em tais más interpretações e más representações?
Resposta: Bem, pelo menos, elas deveriam aprender a ser mais
cautelosas em aceitar alegações extraordinárias, e terem menos confiança na
argumentação de programas de TV que prometem “informação de dentro” e
revelações “ultrassecretas”. Mas descobrir as causas reais de muitas dessas
histórias e vídeos exige obter informação contextual que não está sempre
disponível. Quando está disponível ou quando a NASA oferece explicações bem
documentadas, elas são quase impossíveis de localizar na internet usando ferramentas de pesquisa tradicionais. Então,
a lição para as pessoas deve ser: façam pesquisas deliberadas por explicações
contrárias que já existem, mas são ignoradas pelos proponentes (das teorias
fantasiosas).
Pergunta 14: A NASA leva a sério o fascínio do público com
esses mitos?
Resposta: Na minha experiência, os oficiais de imprensa da NASA,
quando perguntados clara e sobriamente, tentam oferecer informação útil e
explicações. Mas esses esforços são geralmente tão desprezados ou mal
interpretados que fico triste em ter que dizer que eu detectei no grupo de
informações públicas da NASA certo nível de exasperação e desesperança, e até
desdém cínico pelos editores e escritores que promovem o mito. Eu acho que a
NASA deveria ter uma página centralizada em seu site que reunisse as respostas,
para acesso fácil ao público, mas eles não parecem achar que vale o esforço - e
eles podem estar certos.
Pergunta 15: A NASA vê esses relatos com seriedade?
Resposta: Por razões de segurança, pelo menos, os controladores de
voo da NASA, sim, prestam atenção, e têm feito isso por décadas. O relato de
John Glenn sobre os “vagalumes” foi examinado com cuidado como um indicador de
como esfriar o sistema - um “evaporador” montado externamente que usava água
para esfriar a cápsula - poderia estar com mal funcionamento. Na Apollo 13,
observações de partículas de gelo do lado de fora da janela ajudaram
rapidamente a caracterizar a severidade da explosão do tanque criogênico.
Durante as missões Apollo, relatos e imagens do que veio a ser chamado humoristicamente
de “anões da Lua” forneceram pistas para o status crítico dos componentes
externos, como os escudos de calor e cobertores termais. Uma missão da Skylab
quase foi abortada com um voo de resgate quando “neve” mostrou que um propulsor
estava vazando combustível precioso. Uma acoplagem espacial internacional vital,
em 1995, quase foi cancelada por causa de vazamento de combustível excessivo,
observado como enxames de gelo do lado de fora da janela da STS-63. Peças
estruturais de missões do ônibus espacial foram observadas e examinadas de
perto com zoom de câmera, mas a falha de ônibus espacial mais séria, o desastre
do “Columbia”, perdeu uma chance de ser prevenido quando um pedaço do escudo de
calor vital se soltou, mas não foi observado a olho nu ou nas câmeras. Por
razões como essas, coisas que parecem estranhas no lado de fora, chamam
imediatamente a atenção do Controle da Missão - e de todo o público.
...e esse estudo feito pela NASA de anomalias
de objetos externos durante a era Apollo
Aqui há como um relato em tempo útil de um
“OVNI” poderia ter salvado as vidas da tripulação do Columbia durante sua
missão condenada de janeiro de 2003: http://www.msnbc.msn.com/id/3077571
...e aqui está porque relatos de “coisas” sempre
eram feitos rapidamente e abertamente:
MSNBC - 13 de junho de 2008 - Por que a NASA
procura por OVNIS verdadeiros
Pergunta 16: A NASA faz seus astronautas jurarem segredo
sobre os OVNIs?
Resposta: Essa é uma desculpa fácil para o porquê de eles dizerem consistentemente
que NÃO veem OVNIs em missões. Mas esse é um mito inventado, até onde posso
dizer e assim como os astronautas (incluindo os que acreditam em OVNIs como
Edgar Mitchell e Gordon Cooper) já explicaram repetidamente. Fora os detalhes de
algumas cargas do Pentágono em alguns ônibus espaciais, os membros das
tripulações não são constrangidos em discutir os que eles veem em missões
espaciais, nem os convidados de uma dúzia ou mais nações que também voaram em
missões espaciais.
Pergunta 17: Astronautas que possuem segredos proibidos
sobre encontros com OVNIs no espaço os revelam “extraoficialmente” para
estranhos em corredores de conferências?
Resposta: Quando falado dessa forma, é ridículo - é claro que não.
Mas muitos dos “mitos de OVNIs no espaço” são cheios de “confissões” feitas
para algum “professor” anônimo por um grande astronauta em um corredor escuro.
Pergunta 18: Alguém no programa espacial já foi realmente
punido por tagarelar sobre “segredos de OVNIs”?
Resposta: Essa é uma forma fácil de se verificar como o testemunho
de astronautas e arquivos de voos não apenas não dão apoio a tais histórias,
mas as refutam. Isso é explicado nos mitos por ameaça de coerção por punição
grave. Mas enquanto eu trabalhava para a revista OMNI, no começo dos anos 1990,
nós lançamos uma campanha de uma grande pesquisa para localizar qualquer
pessoa, em qualquer lugar do espaço ou no ambiente militar, que parecia já ter
sofrido qualquer retribuição por declarações públicas. Não conseguimos
encontrar nem um caso verificável.
Pergunta 19: A NASA tem “canais de rádio secretos” para
discutir assuntos proibidos?
Resposta: O Controle da Missão pode mesmo falar com astronautas em
canais particulares, rotineiramente para discussões médicas e familiares, mas,
presumivelmente, igualmente para qualquer outro tópico, se eles escolherem
mantê-lo longe das ondas sonoras públicas. Mas já que a maioria dos mitos sobre
OVNIs e astronautas envolvem citações alegadamente capturadas nos canais de
transmissão pública, parece que o assunto de ver coisas estranhas não é um dos
que precisa de “acobertamento”.
Pergunta 20: A NASA tem um botão “supressor” para parar
transmissões de voz?
Resposta: Sim. O escritório de assuntos públicos tem um painel no
Controle da Missão que inclui um botão para interromper retransmissão de áudio
para o público [eu tirei uma foto do botão em uma visita recente], mas a
intenção é para uso em emergência temporária. Eu nunca encontrei nenhuma
evidência de que era usado para bloquear conhecimento de interesse público em
eventos espaciais.
Pergunta 21: A NASA impõe um atraso de tempo na
retransmissão de áudio/vídeo do espaço?
Resposta: A partir de meus colegas no Controle da Missão, eu fui
avisado persuasivamente de que todos os atrasos de transmissão são o resultado
de processamento de sinal, conversões de formato e atraso de linha [problemas
com a velocidade da luz com satélites de comunicações]. Posso ver atrasos de
vários segundos em transmissões da internet também. Não descobri indicação de
que qualquer retenção de sinal foi deliberadamente implementada.
Pergunta 22: A NASA não mudou sua política de
gerenciamento de transmissão ar-terra depois do caso do “zig-zag” da STS-48
[1991]?
Resposta: Essa é uma história antiga que parece ser explicada
dessa maneira. Por causa do recente melhoramento da capacidade de transmissão
espaço-terra, que ficam no recentemente implantado Sistema de Satélite de
Rastreamento e Retransmissão de Dados [que supria todas as comunicações até
White Sands], a NASA estava liberando todas as recepções de televisão puras, 24
horas por dia, através da transmissão aberta de um satélite de comunicações
comerciais. Preocupações com privacidade médica nas missões científicas do Spacelab
levaram à decisão de direcionar a transmissão pura para um centro da NASA, de
forma encriptada, e desencriptá-la lá e liberar através da rede comercial. Isso
adicionaria um atraso de processamento. Mas a maior porção de transmissão de TV
ainda era liberada essencialmente “não filtrada”, como os milhares de vídeos do
YouTube atestam.
Pergunta 23: Os operadores no Controle da Missão fazem
[ou já fizeram] cortes deliberados de cenas do espaço que mostram objetos
inexplicados?
Resposta: Não. Eu conheci colegas no painel INCO do ônibus
espacial [Instrumentação e Comunicação] que tinham controle direto de comandos de
zoom e movimento de câmeras externas e recepção de vídeos, e eles me disseram
que tal ação seria diretamente contrária aos requerimentos de segurança para
algo que, incialmente, não é reconhecível na tela. Porque poderia - e algumas
vezes é - um indicador de mal funcionamento do veículo ou dano, todos precisam
ver o mais rápido possível, para acessar, preparar e implementar uma resposta.
Pergunta 24: Não há um Centro de Controle de Missão
duplicado operando por detrás de uma parede de segredos?
Resposta: A NASA tinha duas salas de controle duplicadas no
complexo de prédios 30, no segundo e terceiro andares. Por um período, uma foi
“fechada” para missões secretas do Departamento de Defesa [apenas no nível
SECRETO], mas quando eles encerraram no começo dos anos 1990, foi aberta para
uso de rotina. Um anexo ao prédio foi construído mais tarde, com mais dois
centros de controle, para apoio à Estação Espacial, apesar de o apoio primário à
Estação ser movido mais tarde de volta para uma das salas do ônibus espacial.
Mas as instalações estão todas em um prédio e elas são abertas à visão pública
durante visitas guiadas.
Pergunta 25: Como as pessoas podem monitorar áudio e
vídeo do espaço?
Resposta: Vídeos ao vivo estão disponíveis a partir da Estação
Espacial Internacional, incluindo visões internas de quando a equipe está em
serviço e visões da Terra em outros momentos. Os vídeos são acompanhados por
áudios de conversas entre a tripulação e o Controle da Missão. Esses vídeos
apenas estão disponíveis quando a Estação Espacial está em contato com o solo.
Durante os períodos de “perda de sinal”, quem assistir pode ver um padrão de
teste ou um mapa gráfico do mundo que descreve a localização da Estação em
órbita sobre a Terra. Devido a Estação orbitar a Terra a cada 90 minutos, ela
experiencia um nascer do sol ou um pôr do sol a cada 45 minutos. Quando a Estação
está no escuro, a câmera externa pode aparecer em preto, mas pode às vezes
fornecer visões espetaculares de raios ou as luzes da cidade abaixo.
Transmissão ao vivo da ISS
Pergunta 26: Como pessoas comuns podem obter os vídeos de
missões passadas?
Resposta: ???
Pergunta 27: Por que as pessoas interpretam tão mal os
vídeos com cenas de missões espaciais?
Resposta: Em discussões com pessoas que estão convencidas de que o
que elas estão vendo apenas pode ser explicado como veículos alienígenas,
“criaturas de plasma” ou outro estímulo extraordinário, fica claro para mim que
elas estão sendo enganadas pela interpretação de seus algoritmos da ligação
cérebro-olho, que evoluiu e foi refinado sob condições normais na Terra. Elas
fazem presunções “sensatas” sobre o que o espaço sideral deveria parecer,
geralmente se baseando em efeitos especiais de Hollywood. Então, a visão
genuína do ambiente de fora da Terra, como visto nas imagens reais do espaço,
não é o que elas esperam e elas aplicam processos que se mostraram corretos com
a passagem do tempo para a vida comum em imagens extraordinárias.
Pergunta 28: Quem são as testemunhas que relatam esses
“OVNIs do espaço”?
Resposta: A maioria dessas histórias que mais circulam por aí NÃO
têm testemunhas - elas estão apenas associadas com vídeos do YouTube de pontos
se movendo através do campo de visão da câmera. Nenhum astronauta de ônibus
espacial jamais alegou ter visto um OVNI no espaço, e esses que se preocuparam
em comentar sobre as alegações publicadas as desmentiram como mal entendidos ou
más interpretações da mídia. Histórias da era Gemini-Apollo-Skylab envolvem
coisas que parecem com objetos feitos pelo homem, sem características de
comportamento que são suficientemente incomuns para levantar qualquer suspeita
séria.
Pergunta 29: Você está chamando os astronautas de
mentirosos?
Resposta: O oposto - estou defendendo ouvir o que os astronautas realmente
dizem sobre suas experiências, o que geralmente NÃO é da forma como é relatado
em sites e na TV a cabo. São os entusiastas por OVNIs que estão acusando os
astronautas de mentir quando eles NÃO concordam que viram OVNIs no espaço.
Pergunta 30: Você está chamando de mentirosos aqueles que
não são astronautas e têm histórias pessoais de evidências de OVNIs no espaço?
Resposta: Eu nunca vi evidência convincente de que qualquer das
várias histórias de ex-empregados do setor aeroespacial são criações
deliberadas. Elas parecem mais com mal entendidos de eventos normais ou relatos
recontados e enfeitados várias vezes de histórias antigas através das décadas,
que derivam de memórias originais. Algumas histórias parecem relatos ouvidos de
uma terceira pessoa, e algumas poucas outras têm a aura irreal dos sonhos. A
chave para determinar a veracidade delas é comparar as alegações com outras
fontes de características de voos espaciais operacionais. E nenhuma se
verificou equivalente - nenhuma é corroborada.
Pergunta 31: Você está chamando aqueles que relatam e
repetem tais histórias de mentirosos?
Resposta: Eu não acho que a maioria dessas pessoas sabem ou se
preocupam se essas histórias são verdadeiras ou não, mas se elas estão alegando
que investigaram as histórias e NÃO encontraram explicação prosaica plausível,
então elas estão partindo da verdade. Ou então estão fornecendo evidência de
que sua alegação seja idônea. Para investigadores imparciais isso é, em si,
duvidoso.
Pergunta 32: Você já encontrou qualquer caso de fraude ou
falsificação deliberada?
Resposta: Certo número de alterações fotográficas ou más
interpretações foram feitas, algumas envolvem manipulação de imagem. Esferas
fotografadas na Apollo 11 eram reflexo das janelas, “OVNIs gêmeos” na Gemini 7
eram os propulsores do nariz, e uma nave circular em uma foto da Apollo 12 é a
frente iluminada do motor de propulsão da S-4B com o resto do foguete de fora.
Alguns vídeos de cargas livres de ônibus espaciais [tais como a AERcam ou o
Wake Shield] geralmente aparecem no YouTube como “OVNIs”. E muitas citações
atribuídas a astronautas parecem ser fictícias - de acordo com os próprios
astronautas. Mas, de longe, o tipo mais comum de evidência é simplesmente
imagem mal compreendida feita para parecer interessante devido às
interpretações erradas.
Pergunta 33: Por que há TANTOS documentários de
televisão, revistas e sites que promovem essas histórias?
Resposta: Claramente, há uma audiência ávida por tais histórias,
mas pode haver mais decisões cínicas de negócios em jogo. Muitos desses lugares
ganham dinheiro vendendo anúncios comerciais. Que tema melhor pode haver para
anunciantes em potencial do que você criar um programa que será
predominantemente assistido por pessoas que vão facilmente acreditar em
qualquer coisa?
Pergunta 34: O que são esses “OVNIs do espaço”?
Resposta: Alguns deles são as mesmas coisas que os “OVNIs da
Terra”, tais como atividade de voo humano normal mal compreendida, fenômeno
atmosférico natural [quando se olha de cima em direção à Terra], reflexos de
janelas, falhas, ou contaminação, algum acontecimento, objetos celestes
brilhantes como a Lua e - sim! - Vênus. Acontece, na passagem da noite, que
astronautas caminhando no espaço, no escuro, veem o que acabou se mostrando
como luzes brilhantes na superfície da Terra passando por baixo deles. Alguns
são outros veículos espaciais que estão orbitando, mas apenas raramente. Muitos
são “coisas” saindo do veículo em que observação está sendo feita, que voa
junto com o veículo por certo tempo. Veja as localizações desses sistemas de
ventilação aqui:
Pergunta 35: Quanto disso é “lixo espacial”?
Resposta: Muito, muito pouco, na verdade - se você usa a definição
padrão de “lixo espacial” para se referir a outros satélites e peças que saem
deles, que constituem perigo de impacto para missões espaciais humanas e
satélites autônomos, também. Por todos os objetos orbitando estarem se movendo
a tremendas velocidades em direções diferentes, quando eles passam perto um do
outro, eles estão a vários quilômetros por segundo. Portanto, eles são
extremamente difíceis de se detectar visualmente. Qualquer coisa que foi vista
por um tempo maior que poucos segundos, teria que ter sido algo seguido de
perto pelo observador e, portanto, associado com o veículo do qual a observação
foi feita. A não ser que seja algum outro veículo se mantendo por perto
deliberadamente, é claro. Mas ser “lixo espacial”, como normalmente usamos o
termo, é muito difícil, talvez nunca.
Pergunta 36: Geralmente, como os astronautas veem os
satélites que passam em suas janelas ou em telas de TV?
Resposta: Os astronautas observam outros satélites distantes, mas
nem sempre. Em programas especiais de pesquisa, alguns astronautas foram
capazes de avistarem “luzes de irídio” [Don Pettit, por exemplo]. Mas, em uma
ocasião, quando a tripulação foi avisada para procurar por um particularmente
perto [há poucos quilômetros], na órbita de grandes satélites, todo esforço de
detecção visual falhou. Nunca encontrei nenhum caso de um objeto próximo
observado ser um satélite que passava por ali em uma órbita independente.
Pergunta 37: Mas eles não estão passando por nuvens de
“lixo espacial”? Como todas essas dezenas de milhares de objetos podem ser
invisíveis?
Resposta: Tenho que admitir que isso tem sido realmente
surpreendente para mim, já que eu, como muitos outros, não tinha percebido quão
grande é o espaço e quão rápido órbitas que se cruzam podem divergir. A
analogia de aviões da Terra, em diferentes direções, sendo visíveis um para o
outro no meio do ar, enquanto cruzam suas trajetórias, ultrapassa uma
consideração racional do caminho espacial que é tão diferente, tão estranho à
paisagem terrestre. Faz sentido que os olhos podem nunca ter notado algo
passando rapidamente, então eu posso entender como o público cai na mesma
analogia falsa.
Pergunta 38: Os astronautas não mantêm um monitoramento
de radar ou visual para satélites que se aproximam para evitar uma possível
colisão?
Resposta: Surpreendentemente não. Nas velocidades relativas dos
objetos no espaço, os objetos apenas seriam detectados [se forem] perto de
poucos segundos do impacto. Previsões de colisões são feitas com horas e dias
de adiantamento, porque radares da Terra muito mais poderosos observam e
catalogam tudo em órbita, e computadores poderosos preveem suas futuras
trajetórias para ver se eles podem chegar muito perto e ameaçar uma colisão. A
antena parabólica Ku-band, do ônibus
espacial, era geralmente usada para comunicação de transmissão via satélite,
mas podia operar em um modo “rastreador” para pegar “marcas” de navegação em um
satélite alvo para uma união ou separação - mas apenas em um alcance de
aproximadamente 16 mil quilômetros. E ao usar a antena para rastrear, ela
poderia não ser usada para dados ou transmissão de vídeo. Não há função de
radar rastreador na ISS.
Pergunta 39: Mas os tripulantes da Estação Espacial não
observam o lançamento de veículos que vão até ela e o retorno para a Terra de
veículos de tripulação que partem?
Resposta: Sim, e obtém imagens espetaculares. Mas esses veículos,
indo e vindo, estão em rotas paralelas à Estação Espacial, com velocidades
similares. Então, eles ficam à vista por vários minutos ou mais. Na verdade, é
por isso que tudo fora janela, que fica à vista por minutos ou mais, tem que
estar associado com a Estação [ou ônibus espacial] e não ser algo “estranho no
espaço”.
Pergunta 40: Se não são de enxames de “lixo espacial”
existente, de onde essas coisas vêm?
Resposta: Eu acho que a grande maioria das “coisas” reais vistas
por astronautas, pela televisão ou filme [em movimento e estático] é derivado
diretamente do veículo em que estão a bordo. Chamo isso de “caspa” para
diferenciar de “lixo espacial” - o que eu NÃO acho que conta como nenhum desses
avistamentos notórios.
Pergunta 41: Que tipos de coisas visíveis são eliminadas
por um veículo espacial?
Resposta: O veículo pode descartar um motor de propulsão ou
elementos de apoio estruturais, assim como os objetos vistos por tripulações da
Apollo que iam à Lua ou tripulações da Skylab (o propulsor das estações S-II).
Fragmentos de isolamento tinham uma tendência a “se soltar” na Gemini, Apollo e
Skylab (que regularmente liberavam pequenos fragmentos avermelhados vistos
através do telescópio solar a bordo, fora da janela em caminhadas espaciais), e
astronautas que andavam no espaço às vezes, manualmente, descartavam excesso de
equipamento durante aberturas de escotilhas. Durante movimentação de cargas,
faixas retentoras e escudos de cascos de explosivos poderiam ser vistos e
fotografados. Em ônibus espaciais, logo depois de atingir a órbita, muito gelo
associado com os motores criogênicos principais [incluindo uma escultura de
gelo particularmente em forma estranha que uma vez se formou na interface do
ônibus espacial e sua linha externa de alimentação do tanque de combustível],
se separou e foi claramente vista. Também, em voos de ônibus espaciais,
pequenos itens de equipamento flutuam para fora do compartimento de cargas ou
se soltam das estruturas mecânicas do lado de fora. Fragmentos de faixas e
tiras de material “preenchedor de espaço” de poliuretano também foram notadas em
vários voos. Várias instalações de cargas, incluindo estruturas infláveis e
tripés de câmera voando soltos foram, de maneira errônea, descritos no “YouTube”
como “desconhecidos”. Durante caminhadas espaciais, materiais embalados podem
ser descartados, ou as ferramentas podem se soltar acidentalmente [uma vez,
várias bolas de golfe flutuaram no espaço]. Mas, de longe, a maioria das fontes
de “pontos” gravados em vídeo vem de dentro dos veículos, tais como água e
combustível frio [hidrazina e tetróxido de nitrogênio], de mais de mil válvulas
externas - algumas deliberadamente, como despejos de água, operação de
evaporação e teste de pressão hidráulica, mas a maioria acidental, de válvulas
de infiltração do propulsor.
Pergunta 42: As espaçonaves, ou a Soyuz, eram mesmo tão
fracas que peças estavam sempre caindo? Isso parece perigoso.
Resposta: A maior parte da “caspa” parece consistir em material
não vital, predominantemente pedaços de gelo formados de despejos de água e
vazamentos de combustível através de válvulas do motor. Mas, de vez em quando,
algo que realmente pode ser vital - uma cobertura térmica, uma dobradiça ou
algo do tipo - se solta, sim. É exatamente por isso que a NASA observa tais
“estranhezas” com tanto cuidado.
Pergunta 43: Como esse grau de perda pode ser tolerada,
puramente de um ponto de vista de segurança de colisão?
Resposta: Qualquer coisa sólida, saindo de um veículo espacial,
tem uma velocidade relativamente muito baixa, então não seria uma ameaça para
perfurar o casco. Se volta na órbita e faz um novo contato devagar,
provavelmente ricocheteia sem perigo.
Pergunta 44: Em que direções tais coisas podem ser vistas
voando?
Resposta: Por causa do grande tamanho do ônibus espacial e suas
fontes largamente distribuídas de efluentes ou outros despejos, e a localização
das câmeras externas e janelas, “caspa” pode se desprender através do campo de
visão de uma câmera em praticamente qualquer e todas as direções. Mas isso não
muda o grande panorama de que coisas vistas através da câmera de um ônibus
espacial estão orbitando muito próximas a ele - e então, provavelmente, se
originaram dele - o ônibus [ou estação].
Pergunta 45: Não há relatos de objetos vistos em “órbita
polar”, o que é muito diferente das trajetórias de espaçonaves humanas?
Resposta: Às vezes, quando “algo” atravessa o campo de visão, isso
é inicialmente interpretado como significando que está em uma “órbita polar”
norte-sul e então não pode ter se originado do veículo de quem avista. Mas
essas interpretações se baseiam na experiência terrestre de voos de aeronaves
cujas trajetórias atravessam o céu. Elas poderiam ver uma a outra por vários
minutos e fazer boas estimativas de direções verdadeiras dos outros veículos.
Não é apreciado o quão RÁPIDO objetos orbitando a Terra estão indo, e quão
rápido eles podem passar um pelo outro se, na verdade, ESTIVESSEM em órbitas
que se cruzassem. Para qualquer coisa perto da órbita polar, visto de uma
espaçonave que carrega tripulação em uma inclinação de órbita muito mais baixa,
seu movimento a levaria de um lado para o outro do céu em um segundo ou dois no
máximo. Isso não é o que as testemunhas reportam na verdade, ou nas imagens
capturadas, então, os objetos que se movem muito mais devagar não podem estar
em “órbitas polares” reais.
Pergunta 46: Às vezes, pontos próximos parecem se dirigir
para a Terra. Eles foram deliberadamente mandados naquela direção?
Resposta: Você tem que lembrar que comparado a velocidade de 7.600
metros por segundo de uma espaçonave, qualquer coisa passando a poucos metros
por segundo ao menos ainda está em rota paralela próxima. Algo visto se movendo
para “cima” ou para “baixo” no campo de visão da câmera ainda está passando
aleatoriamente próximo. Mesmo vídeos de decolagem de espaçonaves, tais como
ônibus espaciais ou a Soyuz, mostram eles aparentemente se movendo de forma
devagar em relação a estação, não caindo rapidamente de volta para a Terra.
Pergunta 47: As câmeras das espaçonaves fazem esse tipo
de coisa parecer ainda mais misteriosa?
Resposta: Sim. As câmeras não são instrumentos científicos, elas
são unidades resistentes que permitem a observação do que está acontecendo no
compartimento de carga. Mas elas também são usadas para visões da Terra e do
céu. Se pequenos objetos têm velocidade angular grande o suficiente, a latência
da lente da câmera vai criar um efeito estriado. Também, uma característica de
“proteção contra brilho excessivo” reduz os pixels que maximizaram seus
receptores, levando objetos brilhantes a terem centros escuros. Pequenos pontos
podem parecer com rosquinhas, cidades brilhantes teriam seus centros comerciais
escurecidos, nuvens iluminadas pareceriam ocas. Às vezes, mesmos estrelas
comuns aparecem com contornos irregulares - como imagens de “Órion” e outras
constelações reconhecíveis mostraram.
Pergunta 48: As câmeras dos ônibus espaciais podem ver em
espectros de luz invisíveis aos olhos humanos?
Resposta: As câmeras dos ônibus espaciais operam principalmente no
espectro de luz visível, e câmeras portáteis dentro do ônibus filmam através
das janelas especificamente projetadas para filtrar luz infravermelha e
ultravioleta danosa. Certas vezes havia instrumentos científicos com o
propósito especial para observações em luz ultravioleta [ou infravermelha], mas
seus dados eram enviados diretamente para os cientistas e eram raramente
transmitidos ao vivo [apesar de que isso poderia acontecer]. Há detalhes sobre
câmeras do ônibus espacial nos links abaixo. http://www.jamesoberg.com/INCO-CHB-CCTV1.PDF
Pergunta 49: A tripulação já viu meteoros?
Resposta: Já houve relatos, junto com excelentes vídeos de entrada
atmosférica controlada por outros veículos espaciais saindo da Estação. Mas a
maioria do que os oficiais de imprensa da NASA descrevem como “meteoros” no
link ao vivo da TV, é mais provável serem partículas próximas iluminadas, sobre
as quais eles simplesmente fazem suposições. O efeito de latência na lente da
câmera cria um “rastro” para um ponto de fonte em movimento rápido [isso é
visto até com as estrelas quando a câmera está girando rapidamente].
Pergunta 50: “Caspa espacial” ocorre aleatoriamente ou
principalmente durante certas fases de voo?
Respostas: Por os objetos serem arremessados ou expelidos dos
veículos espaciais, elas são muito mais comuns durante operações dinâmicas
quando os propulsores estão ativos ou cargas estão sendo mobilizadas. Espaçonaves
podem também realizar “despejos de água”, apesar de que a ISS raramente faz
isso - ela mantém a água para o uso da tripulação. Uma unidade de resfriamento
da nave, chamada de “evaporador instantâneo”, também está ativa ocasionalmente,
lançando flocos de neve - mais notavelmente no dia antes da aterrissagem,
quando a tripulação testa todo o equipamento antes de apostar suas vidas nele.
Por isso é tão importante, ao ver os vídeos do espaço, saber exatamente quando
a cena ocorreu, então a imagem pode ser relacionada com a atividade da nave
conhecida por criar a “caspa”. Essa informação vital raramente é
disponibilizada por quem posta no YouTube.
Pergunta 51: Como “caspa espacial” pode acender e apagar?
Resposta: Quando os objetos caem devagar no espaço, eles
geralmente - nem sempre - viram faces diferentes em direção às câmeras. Se eles
giram em um eixo na maior parte perpendicular à linha de visão, eles podem
ficar mais brilhantes e menos brilhantes em um padrão regular. Flocos de gelo
geralmente formam folhas finas antes de se soltarem e podem aparecer de forma
brilhante. Mas, mesmo partículas que giram podem produzir reflexos constantes,
se são minimamente simétricas.
Pergunta 52: Como objetos inertes podem manter trajetória
com uma espaçonave que se move a 28 mil km por hora?
Resposta: Mesmo após 50 anos de voos espaciais, esse conceito
ainda confunde muitas pessoas inteligentes. É a velocidade na qual o satélite
está caindo que o mantém no espaço, não seus motores ou qualquer outra
tecnologia de propulsão. Qualquer objeto colocado perto de um satélite vai manter
a trajetória com ele através do espaço. Isso também explica por que a
espaçonave pode orbitar a Terra em qualquer direção - não apenas para frente.
Pergunta 53: Quais são os movimentos típicos de objetos
próximos?
Resposta: Três características principais ditam o movimento
esperado de objetos pequenos perto de uma espaçonave, tais como um ônibus
espacial ou a Estação Espacial. Eles são efeitos de “mecânica orbital” [às
vezes chamado de astrodinâmica], resistência aerodinâmica diferencial [nas
altitudes típicas de voos do ônibus espacial ou da Estação], e eventos de
liberação de gases de veículos. Como resultado, objetos podem ir para trás,
reverterem seu curso, passarem por baixo do veículo e desaparecerem à frente
dentro de minutos ou uma hora ou duas. Eles podem abruptamente mudar sua
velocidade e curso angular. Podem se comportar em movimentos que parecem
genuinamente bizarros e que são verdadeiramente “não terrestres” - o que é
esperado porque eles NÃO estão na Terra [ou no Kansas].
Pergunta 54: Explique “resistência aerodinâmica
diferencial”.
Resposta: Movendo-se a 7 mil metros por segundo, objetos em órbita
atingem algumas moléculas de ar que chegam nessa velocidade, e isso desacelera
o objeto em órbita. Mas objetos que são menos densos - tem mais área frontal,
mas menos massa - são desacelerados muito mais significativamente que objetos
“grossos” - de alta massa concentrada em um volume menor. Como resultado, coisas
mais “leves”, como um isolamento ou flocos de neve, são desaceleradas mais rapidamente,
caem para órbitas menores, e então são empurradas para frente [por causa da
velocidade que ganharam na descida] de objetos que são mais densos, como a
espaçonave principal. Em casos extremos, esse efeito pode ser detectado por
períodos de 10 a 20 minutos.
Pergunta 55: Explique “mecânica orbital”.
Resposta: Objetos a diferentes altitudes precisam de velocidades
diferentes para permanecerem em órbitas circulares, e objetos mais baixos,
então, são empurrados para a frente dos maiores. Uma “regra de queda”, no
Controle da Missão, diz que algo a 100 metros abaixo irá ser empurrado para
frente por 10 vezes 100 metros a cada circuito completo da Terra [cada órbita
ou revolução]. Essa regra de 10 para 1 se aplica a uma grande faixa de
diferenças de altitudes.
Pergunta 56: Os objetos que se afastam de uma espaçonave
continuam até se perderem de vista?
Resposta: Não, eles geralmente voltam em uma hora ou duas. Esse é
um comportamento ainda mais bizarro, quando objetos próximos estão se movendo
mais devagar em direções relativamente diferentes - apesar de os dois estarem
voando próximos, paralelamente a 7 km por segundo. Algo se movendo para longe
em cada um dos lados de um objeto central vai partir por 15 a 20 minutos e,
então, vai parar e começar a se movimentar de volta em direção a seu ponto de
origem, chegando lá com a velocidade original de partida, aproximadamente em
meia órbita ou 45 minutos. Algo lançado para cima, vai subir e então cair
devagar para trás e passar por baixo da espaçonave, mas, então, vai cair e
alcançar a espaçonave e retornar a ela uma órbita completa mais tarde. Algo
lançado para frente vai para frente e, gradualmente, ganhar altitude,
desacelerando e passando por cima, indo para trás, e vai desaparecer de vista -
mas se influenciado por um arrasto diferencial, pode então deslizar em uma
órbita menor e mais rápida, e alcançar a espaçonave por trás nas próximas
horas. Apenas algo lançado PARA TRÁS vai partir com segurança para a vizinhança
da espaçonave, enquanto cai para trás, desliza para uma órbita menor e, então,
pode ser visto passando por baixo da espaçonave se movendo adiante dela - mas
com segurança por baixo dela.
Pergunta 57: Explique “pluma veicular”.
Resposta: Propulsores de controle de altitude são acionados sob
comando manual, ou de piloto automático, e criam uma pluma efluente de 3 mil
metros por segundo que pode ser impressionante. Diferente de tais plumas em uma
atmosfera, plumas no vácuo se espalham em um grau incrível. Metade da pluma do
propulsor de uma espaçonave se espalha por ângulos maiores que 30 graus a
partir da linha central e alguns até se apresentam a 90 graus da linha central
ou até mais.
Pergunta 58: As plumas se movem um em direção assim como
as de um exaustor de motor a jato na Terra?
Resposta: Não. As partículas de pluma ricocheteiam na estrutura do
veículo que eles encontram. Isso não é “reflexivo” [sai no ângulo que entra],
mas aleatório. Esse efeito é mais notável para os motores da espaçonave que
apontam para baixo, que se chocam seriamente na estrutura, tais como os elevons
e o “body flap” [perdendo cerca de 30% da sua propulsão efetiva nessa colisão].
Um motor voltado para baixo “espirra de volta” uma porção significativa da sua exaustão
no espaço sobre a superfície reflexiva.
Pergunta 59: Algo flutuando nas proximidades vai ser
sempre atingido pelas plumas do propulsor quando ele é ativado?
Resposta: Não. Outro efeito importante que deve ser observado é o
de “pluma virtual”, quando objetos mais próximos de uma câmera podem estar
sobre ou dentro de um compartimento de carga da espaçonave. Já que é impossível
julgar a extensão ao apenas observar um ponto na tela, pode ser intrigante
observar que alguns pontos podem ser afetados por uma pluma e outros não. Mas
isso pode ser porque alguns estão longe o suficiente da câmera para estarem
fora da estrutura da pluma virtual e outros não estão.
Pergunta 60: O que tais plumas se parecem na TV ou a olho
nu?
Resposta: É importante perceber que plumas não estão continuamente
visíveis mesmo quando um motor está em funcionamento. Isso é mais evidente ao
se observar as plumas dos três motores principais da espaçonave e seus motores
maiores do “Sistema de Manobra Orbital” [OMS], que “acende” quando começa e para,
mas, na maior parte, queima de forma invisível. Propulsores menores do “Sistema
de Controle de Reação” [tanto o “Primário” e o menor “Vernier”] podem apresentar
plumas brilhantes a partir de uma linha central, mas a visibilidade da pluma
cai rapidamente em um grande ângulo a partir da linha central, mesmo com fluxo
de pluma presente. A visibilidade é geralmente devido a uma variação de mistura
de combustível que ocorre quando as duas válvulas se abrem ou fecham próximas,
mas não precisamente em simultâneo, ou, de outra forma, durante uma queima
quando há um “arroto” leve em uma das linhas de fluxo. Enquanto o RCS queima
[de 5 a 10 segundos], também pode ser, na maior parte, invisível durante a
porção estável da queima.
Pergunta 61: Explique “liberação de gás do veículo”.
Resposta: A cabine de ar pode ser ventilada a partir de válvulas
específicas, para ajustar a pressão interior ou despejar sobras de gases, tais
como dióxido de carbono e metano. Água [ou sobras de água] também pode ser
liberada e, dependendo do fluxo, pode gerar uma pluma suave invisível até se
tornar uma nevasca de cristais de gelo que brilham. Em espaçonaves, unidades de
força hidráulica expelem vapor quando “queimam” hidrazina para fornecer o
empurrão necessário para mover superfícies aéreas.
Pergunta 62: O que é efeito “Constelação de Órion”?
Resposta: Nos programas Gemini e Apollo, a urina era despejada
através de um tubo especial. Ela se transformava em gelo e brilhava no Sol, uma
foto disso foi apelidada de “Constelação de Úrion”. Perdão por desapontar os de
mente suja, mas material fecal NÃO é descartado.
Pergunta 63: O que eram os “vagalumes” de John Glenn e
eles ainda acompanham as naves?
Resposta: Para espaçonaves tripuladas em voos curtos, o calor
excedente do consumo do motor elétrico e do metabolismo da tripulação pode ser
liberado no espaço. A maneira mais fácil de esfriar uma superfície de troca de
calor é despejando água sobre ela, que evapora e retira calor da chapa. Esse era
o mecanismo nas cápsulas Mercúrio que liberava tantos fragmentos de gelo, que
era chamado de “caldeira vaporizadora de água”. Em ônibus espaciais, “um
evaporador”, perto da base dianteira da cauda, às vezes expele água para
retirar calor de utilização elétrica, apesar de o ônibus espacial também
possuir grandes painéis de radiadores termais - como na ISS.
Pergunta 64: Trajes espaciais “liberam gás” de forma
diferente dos veículos espaciais principais?
Resposta: Sim. Há fenômenos especiais durante caminhadas
espaciais. Trajes espaciais podem liberar gás, e eles também liberam vapor de
água do resfriamento de dispositivos. Apesar de ser invisível, esse fluxo é
poderoso e, às vezes, quando voltado para a direção “errada”, pode gradualmente
desviar o veículo espacial inteiro de sua orientação desejada. Também, ar
residual em uma câmara de vácuo vai disparar para fora da escotilha assim que
aberta, geralmente deixando entrar detritos flutuantes de dentro da câmara de
vácuo. E apesar de raramente usadas, unidades para atividade extraveicular podem disparar pulsos
de nitrogênio e outros materiais para prover propulsão para astronautas em voo
livre.
Pergunta 65: O que é tão importante sobre a “liberação de
gás”?
Resposta: O ângulo mais sério da liberação de gás é quando é
acidental, geralmente envolvendo a falha de uma válvula ou de uma linha
pressurizada - ou até, possivelmente, um buraco na vedação de uma janela, casco
de cabine de pressão, ou [no ônibus espacial] um desgaste, ou em um traje espacial.
Você quer saber sobre isso imediatamente - ou o mais cedo possível. Então,
qualquer partícula em movimento, vista por uma pessoa ou na TV, é um sinal
potencial de problema. Você pode ver esse efeito também quando cabos conectores
de resfriamento estão sendo manipulados durante caminhadas espaciais de reparo
do lado de fora da Estação, como nevascas ou flocos de neve escapando das
linhas portáteis.
Pergunta 66: Esses são os únicos fatores que podem
influenciar movimento relativo no espaço?
Resposta: Provavelmente não. Pequenas partículas de gelo, por
exemplo, parecem ser influenciadas pela sublimação da água [ou combustível] de
seus lados iluminados, isso, por um período de vários minutos, pode desviar
levemente suas trajetórias. As trajetórias de grandes objetos, tais como um kit
de ferramentas derrubado ou um traje espacial descartado, podem ser afetadas
pelo escape de pequenas quantidades de gás ou líquidos presos dentro deles.
Partículas de gelo aglomeradas, tais como de um despejo de água, podem colidir,
o que as manda em diferentes direções, e partículas de gelo giratórias podem se
quebrar, mandando fragmentos em uma grande variedade de direções. É mesmo bem
estranho lá fora, mesmo sem o recurso das visitas alienígenas.
Pergunta 67: Como pontos diferentes aparecem em tempos
diferentes na visão da câmera?
Resposta: Geralmente há um período curto durante o nascer do sol,
quando muitos objetos próximos “desaparecem” simultaneamente, e com o horizonte
da Terra se movendo através do espaço inerte a 4 graus por minuto [uma rotação
completa a cada 90 minutos], o disco solar leva de 7 a 8 segundos para “nascer”
completamente. Esse período pode ser seguido pelo “desaparecimento” aleatório
de objetos, presumivelmente quando eles saem da sombra da espaçonave [a
velocidade na qual eles aparecem depende de quão rápido cruzam a fronteira da
sombra]. Um bom argumento circunstancial de que essa zona de sombra é a causa
para os “desaparecimentos” é que raramente se fez um vídeo mostrando um
“aparecimento” - o que iria exigir que um ponto retornasse para a sombra da
espaçonave. Já que a maioria do movimento observado das “caspas” que são eliminadas
pela espaçonave estavam longe dela, isso é completamente consistente com a
hipótese de pequenos objetos sombreados, aleatoriamente emergindo na luz do sol
DEPOIS de a nave ter emergido da sombra da TERRA.
Pergunta 68: Se os pontos mudam de movimento devido à
ignição do propulsor, como o plano de fundo, a Terra, as estrelas não mudam
quando a orientação do ônibus espacial responde ao impulso rotacional? Muitos
observadores confidencialmente alegam que a falta de qualquer movimento
perceptível é prova positiva de que nenhum propulsor poderia ter sido acionado.
Resposta: Esse é um argumento muito comum, mas falho, porque
ninguém na verdade “fez os cálculos” de QUANTO da cena poderia mudar devido ao
acionamento do propulsor. Enquanto é verdade que o ônibus espacial pode virar
em seus propulsores para alcançar uma taxa de rotação de até dois graus por
segundo ou até mais, para fazer maiores mudanças em sua orientação, o
acionamento mais comum de um propulsor é meramente para reduzir sua orientação
contra o desvio devagar para fora da “banda morta” permitida - geralmente a
vários graus. E tais acionamentos geram taxas de rotação muito suaves para
serem notadas no campo de visão da câmera. Dados de voos mostram quão suaves
tais acionamentos são.
O acionamento do propulsor, que ocorreu
precisamente no tempo do “brilho” na parte de baixo na esquerda da tela, foi
disparado pelo piloto automático detectando um erro de inclinação excedendo a
faixa permitida e disparando o jato para corrigir isso. A mudança de taxa
gerada da rotação era aproximadamente de um centésimo de grau por segundo
[aproximadamente meio grau por minuto], que é tão minúsculo que obviamente não
iria se registrar no campo de visão. Esse dado foi postado na internet por
muitos anos, mas, aparentemente, as pessoas se agarram na desculpa de que “o
ângulo mudaria muito”, ou não leram, ou não entenderam isso. Aquela pequena
taxa angular pode ser verificada aritmeticamente. Apenas consiga o propulsor de
um motor Vernier, presuma um pulso de um segundo, o coloque na distância
apropriada do centro de massa do ônibus espacial, presuma a densidade de massa
uniforme por conveniência, e use física simples para determinar a taxa angular
gerada. Ficaria razoavelmente perto do valor legível nos gráficos de
telemetria.
Pergunta 69: O que está faltando na maioria dos relatos
de “OVNIs espaciais”?
Resposta: Duas características principais estão ausentes nesses
tipos de relato. Primeiro, o tempo e data exatos são geralmente omitidos dos
vídeos, impedindo qualquer pesquisador sério de determinar o contexto do evento
e o que estava acontecendo a bordo da espaçonave. Segundo, o que está faltando
é geralmente um entendimento fundamental do ambiente de voo espacial -
movimentos de partículas próximas, condições de iluminação, atividades de
veículos que geram “coisas” que também podem ser vistas. E depoimentos reais de
testemunhas oculares também não existem.
Pergunta 70: Por que falta essa informação?
Resposta: Apenas um palpite, mas geralmente quem posta não sabe o
suficiente sobre voo espacial para saber o que é importante. Mas, em outros
casos, é possível que seja de propósito. O princípio parece ser de que quanto
menos se sabe sobre voos espaciais reais, mais entusiasmado quem acredita pode
ficar com “relatos de OVNIs espaciais”.
Pergunta 71: Como o estudo de anos da NASA sobre “raios
sprite” contribuiu para o conjunto de vídeos de “OVNIs espaciais”?
Resposta: Uma vez que a NASA implantou seu sistema de satélite com
dados de transmissão que circulavam o mundo (TDRSS), depois de retornar do voo
desastroso do “Challenger”, no fim dos anos 1980, o link contínuo para a TV se
tornou possível. Pesquisadores atmosféricos, como o Dr. Otha “Skeet” Vaughan,
começaram um estudo especial da “Mesoescala de Raios”, que envolvia o uso
oportunista de câmeras exteriores de espaçonaves transmitindo imagens quando os
canais comerciais estavam abertos [na maioria quando a tripulação estava
dormindo e nada mais estava acontecendo a bordo]. Seguindo cada pôr do sol da
órbita, uma das câmeras estava apontando aproximadamente para a parte de trás
da órbita da espaçonave e apontava de forma centralizada para o horizonte da
Terra. Quase perto da escuridão total, a lente da câmera automaticamente
maximizava o “ganho” - o equivalente de abrir a íris ao máximo. A procura por
imagens mostrava pulsos breves de luz e muitos brilhantes, os recém descobertos
“sprites”. O projeto coletou centenas de horas de visão do horizonte a noite e
foi muito bem sucedido em avistar tal fenômeno. E viu outros fenômenos visuais
também.
Pergunta 72: Os russos têm experiências parecidas?
Resposta: Com certeza. Cosmonautas relataram ver “vagalumes” em
missões iniciais da Vostok, e outros pontos se movimentando fora das janelas na
Voskhod-2 e mais tarde. Elas parecem o mesmo que aparições de rotina nas
missões americanas.
Pergunta 73: Há quaisquer aspectos únicos nos relatos de
cosmonautas sobre OVNIs?
Resposta: Uma característica particular das estações espaciais
Salyut, no fim dos anos 1970, e da Mir, mais tarde, era uma câmara de vácuo de
detritos. Caixas de despojos foram embaladas, instaladas em compartimentos e,
então, liberadas para o espaço. Vários cosmonautas [por exemplo, Georgiy
Grechko] se lembram de ficarem surpresos horas mais tarde quando alguns dos
sacos foram vistos flutuando de volta para a vizinhança da estação.
Pergunta 74: Mais alguém no espaço já viu tal coisa?
Resposta: Outras nacionalidades voaram em espaçonaves russas e
americanas, por razões diplomáticas e comerciais. Viagens comerciais espaciais
recentes abriram um acesso ainda mais amplo. Os esforços do pioneiro Robert Bigelow,
no desenvolvimento de espaços habitáveis, incluem dois protótipos dos módulos
“Genesis” que voaram por anos com câmeras de TV montadas na parte exterior.
Eles aparentemente veem a mesma “coisa” - “caspa” de veículo - ocorrendo em
voos da NASA.
Pergunta 75: Que características incomuns de iluminação
da luz do Sol no espaço contribuem para artificialmente criar os vídeos de “OVNIs
no espaço”?
Resposta: O melhor exemplo de tais condições não terrestres e não
familiares é o que chamo de “crepúsculo de sombra”, que pode fazer partículas iluminadas
próximas de repente “aparecerem” ou “desaparecerem” no campo de visão da
câmera. Normalmente, na luz do dia, a espaçonave é banhada em luz solar direta,
assim como em luz solar refletida da superfície da Terra, que ilumina de volta
o veículo de forma difusa, preenchendo as sombras quando não há luz do sol. Mas,
em breves períodos depois do nascer do sol orbital ou antes do pôr do sol, a
espaçonave passa sobre uma faixa da Terra que ainda está na escuridão - e não
refletindo qualquer “luz”. Esse é o período em que as pessoas nas regiões
abaixo, cujos céus ainda estão escuros, podem ver satélites iluminados passando
a milhares de quilômetros sobre suas cabeças. Por vários minutos, no fim de
cada passagem noturna, uma câmera orientada de acordo com o experimento de
pesquisa dos raios sprite irá ver qualquer partícula próxima de repente
“aparecer” no nascer do sol, e mais podem aparecer enquanto ela desliza de
forma aleatória na sombra invisível da espaçonave. Aqui está um gráfico desse
efeito: http://www.jamesoberg.com/sts-ufo-twilight-zone.PDF
Pergunta 76: O que isso tem a ver com os “OVNIs dos
ônibus espaciais”.
Resposta: A conexão é evidente e as implicações são profundas. As
MELHORES imagens dos “OVNIs do espaço” mais famosos são vistos durante esses
raros e breves intervalos de “crepúsculo de sombra”. Longe de ser uma sequência
inacreditável de coincidências estranhas, essa correlação é claramente um
reflexo de “causa e efeito”. Isso mostra que condições de iluminação mais
favoráveis para se observar pequenos objetos perto do ônibus espacial são
exatamente as condições sob as quais tais “OVNIs” aparecem.
Pergunta 77: Como você explica TANTAS histórias bem
documentadas ditas por testemunhas confiáveis?
Resposta: Eu descobri que as histórias são muito menos bem
documentadas do que geralmente é alegado, e geralmente as supostas testemunhas
- qual que seja a credibilidade pessoal delas - na verdade não tem nada a ver
com as histórias que carregam seus nomes.
Pergunta 78: Como você ousa não acreditar em um
verdadeiro herói americano como Gordon Cooper?
Resposta: Eu pesquisei as histórias dele profundamente, e descobri
que as histórias dele tendem a ficar mais dramáticas com o passar dos anos - um
típico efeito de narrativa. Eu descobri muitas testemunhas independentes para
suas histórias pré-NASA [Alemanha e Base Aérea de Edwards] e todas descrevem
ocorrências muito menos espetaculares [escritores que alegam que as histórias
nunca foram explicadas são ignorantes sobre essas atividades de pesquisa]. Em
outros casos onde Cooper recontou experiências de voos espaciais documentados,
ele geralmente acrescentava detalhes dramáticos irreais, possivelmente para a
satisfação da audiência. Algumas histórias fantásticas apenas podem ser
explicadas como elaboradas para agradar generosamente as audiências dele - o
melhor exemplo está em um encontro em sua autobiografia de como ele salvou a espaçonave
de um erro letal ao retransmitir um aviso telepático de alienígenas.
Pergunta 79: Como você ousa desacreditar um verdadeiro
herói americano como Edgar Mitchell?
Resposta: Eu fico feliz em aceitar as opiniões pessoais de
Mitchell em outras histórias que ele ouviu, mas ele não tem nada a contribuir
com o tema dos “OVNIs no espaço”. Fico feliz por haver algumas pessoas
inteligentes que mapeiam os limites do conhecimento humano - e além - como ele
tem feito desde sua carreira espacial. Quando eu analiso seus trabalhos
publicados, como o relato de seu experimento particular de percepção extrassensorial na Apollo 14, eu tive a
impressão de um homem tão entusiasmado pelos conceitos que talvez não tenha
trazido ceticismo suficiente e rigor para seu critério de credibilidade. O
relato dele em seu experimento de percepção extrassensorial, por exemplo, me
atinge como uma modificação “ad hoc” para o critério de medir o “sucesso”
depois do fato, para fazer resultados essencialmente aleatórios parecerem
significativos ao se mudar as regras depois do jogo. Fico feliz por ele ter
tido a coragem de conduzir o experimento, mas não estou só ao concluir que uma
avaliação apropriada dos resultados não mostra nada significativo.
Pergunta 80: Mas Mitchell não disse que viu alienígenas
na Lua quando ele, acidentalmente, desabafou “nós temos visitantes” em um
microfone aberto durante a caminhada lunar da Apollo 14?
Resposta: Essa é a história da internet. Como você pode descobrir
ao olhar as transcrições reais, ele estava fazendo piada sobre as mensagens
deixadas em seu equipamento lunar por alguém da equipe de apoio. Ele é bastante
claro em não ter encontrado nem alienígenas nem equipamento alienígena em seu voo
espacial.
Pergunta 81: Como você ousa desacreditar o ex-diretor dos
arquivos de fotografias lunares da Apollo, Ken Johnston?
Resposta: Na minha investigação, eu descobri que Johnston
desempenhou deveres honoráveis, primeiro na USMC, como técnico de eletrônica de
linha de voo, e, mais tarde, como um contratado da NASA durante o programa
Apollo, ali, primeiro como um técnico de módulo de simulador lunar, depois nos
testes de traje espacial, em seguida como encarregado de envio para as amostras
lunares da Apollo. Mas os arquivos mostram que apesar das alegações largamente
espalhadas hoje em dia, ele nunca foi um piloto de qualquer tipo, nunca
trabalhou em um voo real de teste do módulo lunar e nunca teve qualquer
autoridade de controle sobre os arquivos de imagens da missão Apollo. Esses
relatos parecem envolver melhoramentos consideráveis nas várias recontagens das
histórias. Talvez por razões similares de “aprimoramento da narrativa”, ele entrou
em problema anos depois, em um programa de alcance voluntário da NASA, quando
credenciais acadêmicas que ele alegou ter em seu currículo não puderam ser
confirmadas nas instituições originárias, e, ao invés de modificar suas
alegadas credenciais, ele pediu demissão [ele não foi “demitido” - esse é outro
exagero]. Qualquer história adicional que ele conta é uma variação do que os
cientistas do programa Apollo contaram, e eu categorizo no mesmo nível de
credibilidade de suas “histórias de guerra”.
Pergunta 82: E sobre todas as outras testemunhas?
Resposta: Eu discuto a maioria delas, uma por uma em uma seção
diferente, mas o que eu descobri é que as supostas citações são geralmente
falsificadas ou inteiramente ficcionais. Eu tive problema em rastrear as
pessoas a quem as citações foram atribuídas - um procedimento muito raro nesse
campo.
Pergunta 83: Então, qual é a história mais famosa da era
da “Corrida Lunar”?
Pergunta 84: Qual é a história mais famosa de OVNI da era
dos ônibus espaciais?
Pergunta 85: Quantas das histórias são farsas descaradas?
Resposta: Não muitas, mas algumas. O comentário geralmente
repetido “nós ainda temos a espaçonave alienígena na visão” parece com uma
pegadinha feita em uma transmissão de rádio amador sobre uma frequência de rádio,
em que a transmissão ar-terra estava sendo retransmitida para ouvintes locais
em Greenbelt, Maryland.
Pergunta 86: Algumas dessas histórias iniciadas por
astronautas estão apenas se espalhando por aí?
Resposta: Não muitas, mas algumas, incluindo uma das mais famosas:
o comentário de Cady Coleman sobre um objeto voador não identificado. Ela
depois explicou, e não há muito tempo explicou de novo para mim cara a cara,
que ela estava fazendo uma piada sobre o que uma câmera de TV instalada dentro
do módulo do Spacelab estava mostrando. O link do vídeo a mostra flutuando
perto de seu painel de trabalho, sem vista de fora e sem monitor de TV à vista,
então, o senso comum deveria ditar de que ela não tinha visão do lado de fora
de nenhum “OVNI” real.
Pergunta 87: Você restringiu suas investigações para
apenas eventos no espaço?
Resposta: Eventos em missões espaciais humanas, americanas e
russas, são com certeza meu interesse central, por causa do meu foco
profissional pré-existente. Mas eu também procurei por histórias de pessoa em
terra ligadas à NASA ou outros programas espaciais e de mísseis dos Estados
Unidos, assim como algumas histórias associadas a programas anônimos. Não estou
interessado em debater se as fotos de sondas da Lua, Marte ou de outros mundos
mostram artefatos não humanos - essa questão já é bem debatida em outros
lugares.
Pergunta 88: Qual é a resposta para a comunidade pró-OVNI
que acredita que os vídeos são genuinamente inexplicáveis?
Resposta: Até onde eu sou capaz de falar sobre a década passada, a
resposta tem sido - absolutamente zero. A correlação dos mais famosos “vídeos
de OVNIs” de ônibus espaciais com a rara zona de sombra pós nascer do sol, que
eu descobri primeiro, porque nenhum dos investigadores anteriores se preocupou
em tentar, é totalmente ignorada em todas as novas discussões e alegações para
tais vídeos. O acobertamento da ufologia sobre isso é altamente sugestivo de
que o resultado tem sido, até onde sei, perto de completo.
Pergunta 89: Você é parte de algum esforço pago para
“desmascaramento”?
Resposta: O que posso dizer? Se eu fosse, supostamente deveria
negar. Geralmente eu apenas respondo que qualquer um que me der o número de
contato e endereço para que eu mande minhas contas, vai ganhar 10% de comissão
por todos os meus pagamentos futuros. Como regra, as pessoas que fazem essa
acusação estão apenas procurando por uma desculpa ruim para ignorar os
resultados de minhas investigações.
Pergunta 90: Você não foi pago pela NASA para desmascarar
a alegação que a Apollo era uma fraude?
Resposta: Essa alegação tem sido derrubada inteiramente e por
especialistas durante anos. Meu projeto era diferente. Em 2001, eu quis
escrever uma monografia mostrando como professores poderiam usar o interesse de
seus estudantes nesses rumores para ensinar ciência genuína e pensamento
crítico. Mas o projeto foi ridicularizado na mídia de massa, como um
desperdício de dinheiro [um milionésimo do orçamento anual - imagine isso!] e a
NASA o cancelou para evitar críticas do Congresso.
Pergunta 91: Você é algum tipo de “defensor irrefletido
da NASA”?
Resposta: Essa é a maior piada de todas. Eu fui um dos mais
obstinados críticos da NASA nos últimos 15 anos em relação ao que eu vi como
uma cultura de segurança decadente [eu fui um “denunciante” no Congresso em
1997 sobre a cultura de segurança pobre da NASA, e eu deixei meu trabalho no
Centro Espacial Johnson, em Houston, logo depois disso], a politização dos
programas internacionais por intenções diplomáticas [veja meu livro
“Star-Crossed Orbits”], a política de informação pública de acusar
trabalhadores ao invés dos gerentes por erros [eu ganhei um prêmio de uma
revista nacional por expor a verdadeira causa do fracasso da frota de robôs
Mars em 1999], e um apagão desajeitado das notícias sobre falhas do programa
espacial russo, por propósitos políticos. Eu sou o único jornalista que já foi
denunciado por nome em uma publicação da imprensa da NASA por uma teoria
“insana” que acabou se mostrando mais próxima da verdade que a posição oficial
da NASA.
Pergunta 92: Você já esteve errado sobre qualquer um
desses casos?
Resposta: Ninguém com milhões de palavras publicadas durante
várias décadas nunca errou, e eu não sou exceção. Mas eu tenho um histórico
muito bom. Críticos descobriram uma descrição errônea de quais câmeras foram
usadas na Gemini-4, em um artigo de 35 anos, e deram uma nota 0 na minha
explicação prosaica original para o ziguezagueador do STS-48, publicado 20 anos
atrás. Em uma “lista de cena” de “cenas de OVNIs” da NASA produzida 30 anos
atrás, eu, sem verificar, repeti uma explicação errada do técnico de fotografia
Don Pickard (“Terra crescente na janela” da Apollo-16), mas, mais tarde,
concordei que a explicação não era satisfatória - então endossei a inegável
explicação da NASA de que era o braço de iluminação da TV. Minha aceitação
original da identificação da NORAD do satélite Proton-3, no voo da Gemini-11,
foi efetivamente contra argumentada por Bruce Maccabee, e eu preferi depois a
visão de Brad Spark de que era um pacote de equipamento de caminhada espacial
recentemente eliminado. E pode haver mais, o que eu estarei feliz em considerar
quando sugerido por outros investigadores sérios.
Pergunta 93: Por que você não resolve todos os outros
vídeos de “OVNIs dos ônibus espaciais” no YouTube?
Resposta: Enquanto há quase uma série ilimitada de pontos
espaciais dançantes no YouTube, não há muito tempo e esforço à minha
disposição. Além do mais, muitas dessas publicações omitem informação vital,
tais como a data e o tempo do evento, ou a gravação original, o que impede
checagem independente. Publiquei explicações prosaicas detalhadas do que são
considerados de longe os “melhores” “vídeos de OVNIs” de ônibus espaciais -
sobre o STS-48, -63,-75, e -80, e quando os resultados dessas pesquisas forem
aceitos como definitivos pelo consenso dos ufólogos, eu farei novos esforços
com os outros. Mas nenhum dos outros que eu olhei parecia mais misterioso ou
não solucionável que esses “melhores” casos, que eu acredito que já resolvi.
Pergunta 94: Se você não explica TODOS, isso não permite
que alguns deles sejam “OVNIs reais”?
Resposta: Você entendeu o peso da prova de forma completamente
contrária. Estabelecer que um fenômeno é extraordinário, é responsabilidade de
quem propõe provar que nenhuma explicação comum, envolvendo fenômenos
desconhecidos, é adequada para descrever os relatos. Quem propõe essas
histórias envolvendo OVNIs prospera em uma visão de mundo onde falta o
conhecimento básico de quais fenômenos prosaicos são característicos de voos
espaciais, então suas tentativas de provar seus casos nunca saem do chão. A
demonstração de que esses tipos de cenas PODEM ser gerados por causas dentro do
conhecimento humano é o resultado resumido de minha própria pesquisa durante as
últimas décadas.
Pergunta 95: Se a ufologia erra tão espetacularmente
sobre esse subconjunto particular de relatos de OVNIs, quão confiável ela pode
ser sobre as outras categorias de relatos?
Resposta: Essas histórias têm sido particularmente difíceis de
terem a realidade checada, porque o ambiente é genuinamente muito diferente de
toda a experiência humana prévia. Quando você acrescenta o peso do valor das
altas reputações dos astronautas e do resto do programa espacial, a ansiedade
de olhar mais profundamente para essas histórias - arrisca arruinar o valor de
relações públicas deles - e por isso pode também ser subconscientemente
diminuído. Hoje em dia, eu tenho muito menos tendência que antes para
generalizar, a partir desse subconjunto único, a qualidade de todo o corpo de
casos.
Pergunta 96: Então, todas as histórias são sem sentido e
deveriam ser ignoradas?
Resposta: Não! É porque todas podem NÃO ser sem sentido que elas
precisam de filtragem apropriada para focar nas que são importantes.
Pergunta 97: O que as pessoas poderiam FAZER para
concentrar a atenção em relatos de valor potencial genuíno?
Resposta: Primeiro, perceba que o que é “prosaico” no espaço - é
MUITO diferente do que é normal na Terra. Caracterize a “rotina” e esteja mais
alerta para o que quebra esses padrões - mas esteja ciente de que estímulos
incomuns podem parecer muito com coisas normais [e, possivelmente, podem ser
feitos deliberadamente]. Desenvolva um conjunto de técnicas para aplicar às
percepções ambíguas - isso é, saiba onde ir em busca de informações melhores.
Esteja preparado para ser surpreendido, e esteja preparado para fazer
suposições sob condições de incerteza. E não deixe desapontamentos repetidos
com “falsos positivos” te dissuadirem de estar alerta para a próxima aparição
em potencial, já que o custo de “falsos negativos” pode ser severo.
Pergunta 98: O que as pessoas podem fazer para elevar os
padrões de evidência para tais histórias?
Resposta: Faça o que QUALQUER boa investigação demanda. Fale com
testemunhas reais, determine o contexto [especialmente incluindo condições de
iluminação], obtenha as gravações das atividades simultâneas. Acompanhe
qualquer “ouvi dizer”, mas cheque-os.
Estabeleça uma linha do tempo com datas precisas, horários, sequências de
cenas. Reconheça quem são os “suspeitos comuns” e estabeleça seus álibis.
Calibre a credibilidade de alegações repetidas. Procure por visões opostas
deliberadamente, e faça um hábito de perguntar repetidamente se suas próprias
interpretações estão erradas. Não invista em defesas do ego como mecanismos de
apoio para o ponto de vista de alguém. Esteja aberto para qualquer argumento,
mas suspeito acerca de todos, particularmente o seu. Tente ver seus argumentos
do ponto de vista de possíveis discordâncias. Mantenha sua mente razoavelmente
aberta, mas não deixe seu cérebro cair.
Aqui está um exemplo do tipo de dado de
contexto que é útil:
Pergunta 99: Viajantes espaciais, algum dia, se depararão
com evidências de vida inteligência extraterrestre?
Resposta: Isso sempre será uma possibilidade e é uma explicação
possível que nunca deverá ser excluída. Até hoje, a longa lista de explicações
prováveis podem entrar na gama de experiências humanas de voos espaciais. Mas
não há prova de que será SEMPRE dessa maneira.
Tradução: Pamylla Oliveira
Revisão: Tunguska