O que se segue é a
transcrição de uma entrevista gravada por telefone, que aconteceu em 25 de maio
de 1996, entre Mark Farmer (MF) e um indivíduo (A) que conhecia Bob Lazar
quando ele estava em Los Alamos, Novo México. A entrevista foi gravada com o conhecimento
e consentimento das duas partes. O indivíduo sendo entrevistado por Mark Farmer
pediu que seu nome não fosse divulgado publicamente nessa transcrição, então
seu nome e outras referências de identificação foram removidos.
[Começo da gravação]
MF: Eu
consegui seu nome através de… Certo, vamos chegar lá. Vou começar minha
mensagem aqui, falando um pouco de Bob Lazar, e eu descobri através de algumas
fontes que tenho… você e ele se conheceram quando ele estava em Los Alamos, certo?
A:
Certo.
MF:
Ok. Você… o que ele… ele estava trabalhando para…
A:
Antes de continuarmos, quem eram as fontes com quem você falou?
MF:
Ok. Consegui seu nome através do sr. Tom Mahood, que fez alguma investigação do
histórico da linha de tempo de Lazar. Você ouviu sobre isso?
A:
Não.
MF:
Ele juntou… George Knapp é um jornalista de Las Vegas que lançou a história
original de Lazar… Sabe, tem sido o sr. Goodwrench dos discos voadores?
A:
Sim.
MF: E
nós… Knapp declarou que não conseguiu encontrar nada sobre… o passado de Lazar.
Bem, Mahood é um ex-engenheiro civil e sócio meu, um cara realmente honesto.
Ele decidiu tomar a responsabilidade e começar a olhar pelos arquivos e tal.
Bem, ele apareceu em Los Alamos com sua mulher no ano retrasado, começou a
fazer perguntas e descobriu seu nome através de uma outra pessoa que eu não
conheço. Mas…
A: Eu
falei com algumas pessoas e não lembro do nome delas. Stan Friedman foi uma
delas, mas não me lembro de outras pessoas que me encontraram, então eu só
estava curioso.
MF:
Sim. [inaudível]. Na verdade pode ter sido através… por Tom através de Stan
Friedman, porque eu sei que eles se correspondem. Mas, não acho que é só daí
que seu nome vem. Só estou tentando descobrir se é ou não… sabe… se o sr. Lazar
estava trabalhando para alguém no laboratório naquela época.
A:
Sim. Ele… ele trabalhou para o laboratório por um tempo.
MF:
Ele estava trabalhando para Kirk Mayer?
A:
Isso me lembra algo, mas ele era… ele era um contratado.
MF:
Ok. E ele era um físico?
A:
Ele alegou ser. Eu não acredito que ele era.
MF:
Ok. Então ele… isso… isso era desconhecido na época, podemos dizer. Você não
sabia se…
A:
Ele alegava ter um diploma da Caltech, MIT, ou algo assim, mas eu não acho que
isso era substancial.
MF:
Como você o conheceu, senhor?
A:
Bem, eu costumava gostar muito de motores e ele chegou na cidade. Ele tinha um
Honda com motor a jato, então, naturalmente, eu comecei a falar com ele, e nós…
nós nos tornamos amigos dali em diante.
MF:
Você o visitou na loja de fotografia ou algo assim?
A:
Oh, com muita frequência.
MF:
Ok. Era… então você o conheceu… Eu imagino que você conheceu a primeira mulher
dele, Carol.
A:
Sim.
MF:
Qual era… qual era a atmosfera por lá? Era… era profissional? Tinha muitas
pessoas andando por lá, você se lembra?
A: A
atmosfera, quanto a ser profissional, eu diria que era… sabe, não era não
profissional. Era apenas uma loja pequena, sabe. Eu geralmente era uma das
poucas pessoas que andava por lá. Eles não tinham muitos amigos.
MF: É
a história que eu recebi de ele ter solicitado a você certa ajuda financeira
para o carro a jato?
A:
Sim. Não era para o Honda. Era para um jet dragster J-79.
MF: É
o que ele tem agora?
A:
Certo.
MF:
Ok. E… você o ajudou?
A:
Sim.
MF: E
ele te pagou de volta?
A:
Bem essa… é meio que uma história estranha. Sim, fui pago… fui pago de novo há
mais ou menos um ano atrás, e foi no auge de tudo isso… onde as pessoas estavam
me ligando e… me disseram que ele tinha um grande filme sendo lançado, e as
pessoas estavam começando a desenterrar seu passado para descobrir se ele era
correto ou não. E, depois que eu falei com várias dessas pessoas, um cheque
apareceu no correio não muito depois de eu ter falado com a última pessoa,
então, aparentemente, eu acho que ele estava um pouco nervoso sobre eu falar
com essas pessoas.
MF: O
cheque estava no nome dele ou foi ao portador?
A:
Era um cheque ao portador.
MF:
Ok. Porque eu ouvi que o sr. Bigelow, com a Bigelow Tea Family, pode o ter
ajudado com isso.
A:
Sim. Era um cheque ao portador.
MF:
Ok. Qual era… qual era a natureza do relacionamento de vocês? Era do tipo
amigável ou era só para falar sobre motores?
A:
Sim. Sim. Era mais ou menos assim. Sim.
MF: E
você acha, pelos conhecimentos dele, que o que ele dizia tinha credibilidade?
A:
Sim. Sabe, Bob não é uma pessoa estúpida. Ele… ele é muito inteligente. Ele
também é muito esperto e um pouco vigarista, poderia se dizer. Ele sempre
estava aprontando algo, mas ele é muito inteligente.
MF: Ele
já… quero dizer, houve alguma… qualquer circunstância ou qualquer coisa que ele
te falou antes… de ele receber o dinheiro de você, que te levou a acreditar que
ele… bem, não era correto com você?
A:
Logo depois de eu emprestar o dinheiro a ele, ele tinha também… ele e Carol, a sua
ex-mulher, tinham alegado que eles compraram um bordel em Nevada, e que eles
operavam esse bordel de vez em quando, que eles tinham um cara o gerenciando para
eles, e que eles vendiam camisetas com o nome do bordel nelas… na loja em Los Alamos.
Eu chequei isso e descobri que não havia negócio registrado no nome deles.
Então, foi quando eu comecei a descobrir várias coisas que ele estava me
dizendo, pelo menos sobre sua vida pessoal e os negócios, que não eram verdade,
mas, tecnicamente, ele parecia ser razoavelmente correto.
MF:
Ele alguma vez falou sobre OVNIs com você?
A:
Não, não falou.
MF:
Ok, então… isso nunca foi parte das conversas. Ele alguma vez falou sobre
tecnologias exóticas ou…
A:
Oh, sim…
MF:
Ok.
A: Um
pouco.
MF:
Ele falava mais ou menos assim, li essa história interessante aqui, ou você viu
na TV, ou das coisas com o que ele trabalhava? Vocês…
A:
Ele… sempre pareceu ter algo com que alegava ter trabalhado, inventado ou
feito.
MF:
Mas… mas... houve qualquer… havia qualquer equipamento para apoiar isso?
A:
Não, não na verdade. Ele estava construindo sempre pequenos equipamentos
eletrônicos e coisas assim. Naturalmente, ele construiu o motor. Ele era
relativamente um bom soldador, até onde, como eu disse… sobre a parte técnica,
ele… ele podia dar suporte a isso.
MF:
Isso certamente parece corroborar o que eu [Inaudível] ouvi sobre as
capacidades técnicas dele e pelo menos ser um iniciado no ponto de vista de
equipamentos.
A:
Sim. Eu certamente o consideraria mais um técnico que um físico.
MF:
Ok. Então você… nunca houve… qual… qual é seu histórico, até onde você quiser
me contar sobre o que você faz e sua graduação.
A:
Eu… eu sou um técnico. Fiz alguns anos de faculdade, e sou um técnico.
MF:
Ok. Quanto você emprestou a ele para o carro?
A: 2
mil dólares pelo que me lembro.
MF:
Ok.
A: E
ele deveria me pagar 500 dólares de juros.
MF: E
o total de 2.500 dólares foi pago?
A:
Sim.
MF:
Mas quantos anos depois?
A:
Oh, cinco.
MF:
Ok.
A:
Sabe, havia na verdade… eu falei para ele, sabe. Eu não poderia dar a ele
aquele dinheiro por muito tempo e nós fizemos um acordo de que se… se
demorasse, ele pagaria uma penalidade substancial de juro de 10% para cada 6
meses de atraso. E, isso nunca foi pago. Só os 500 dólares. Mas eu fiquei feliz
de ter aquilo de volta.
MF:
Houve algum contato dele com você depois que ele deixou Los Alamos?
A:
Nenhum, nunca.
MF:
Ok. Então ele apenas… ele foi embora e foi isso?
A:
Sim. Oh, espere. Eu tive contato com ele. Eu o encontrei e falei com ele por
telefone. E eu lembrei a ele que ele me devia dinheiro e ele… ele disse ok,
basicamente o cheque está no correio e eu nunca ouvi dele de novo. Ele mudou o
número de telefone e… e coisas assim e tal…
MF: E
isso foi quando ele se mudou de Los Alamos para Las Vegas?
A:
Sim, e ele tinha declarado falência. Ele abandonou todos os seus débitos na
cidade. Ele devia provavelmente 60 mil dólares para o Banco Nacional de Los Alamos
pelo equipamento de processamento de fotos. Ele apenas abandonou isso.
MF:
Então, foi uma questão de um dia ele estar lá e no outro ter ido?
A:
Sim. Ele partiu dentro de… acho que foi da noite para o dia.
MF: A…
a natureza do relacionamento de vocês mudou quando você emprestou dinheiro para
ele?
A:
Não. Na verdade, não.
MF:
Vocês… vocês ainda se encontravam, falavam sobre motores e coisas assim?
A:
Sim.
MF:
Quantos anos você tem, senhor?
A:
33.
MF:
Ok. Então você… tenho 33 também, então… você é… vamos ver, Lazar está no fim
dos 30 anos agora, eu acho.
A:
Sim.
MF:
Então, quais eram as circunstâncias nas quais vocês se encontraram? Foi em
alguma instalação profissional no laboratório ou algo assim, ou apenas
aconteceu de se encontrarem? Los Alamos é uma cidade pequena?
A:
Muito pequena. Eu avistei o carro e deu um jeito de ir vê-lo.
MF:
Como o… como o pedido por dinheiro aconteceu?
A:
Oh, na verdade foi apenas uma conversa amigável e ele disse que estava querendo
comprar esse carro a jato, e ele estava… não tinha todo o dinheiro. E ele
estava procurando por pessoas para… entrar nisso com ele e… e parecia que aquele dinheiro iria para equipes
de corrida e coisas assim, o que nunca aconteceu na verdade. Meio que algo para
ganhar dinheiro.
MF: Duas
entrevistas interessantes surgiram recentemente e não sabemos de onde elas
vieram. Elas apareceram para outro investigador, em um disco de computador,
vindo da área da Baía, sem endereço para retorno, e as duas entrevistas são
conduzidas por uma mulher, e foi supostamente feita em novembro de 1992, e ela
estava trabalhando para uma grande revista. E a história foi enterrada depois
que a credibilidade de Lazar começou, sabe, a vir à tona. Alguma mulher te
abordou para uma entrevista em 1992?
A:
Não me lembro.
MF:
Ok, uma delas foi com um homem chamado Dick. Seu nome foi mudado para… para
mantê-lo… manter seu nome desconhecido, e ele é um técnico que trabalha no
laboratório e tem… sabe, era amigo de Bob, falou sobre coisas interessantes e
nunca sobre discos voadores ou coisas assim, mas ele ia ao laboratório de
fotografia. E ele disse que havia muitos adolescentes por lá, e que Bob tinha
uma Uzi na loja de fotografia. Você se lembra?
A:
Era um rifle Uzi, sim.
MF:
Ok, então isso… isso estava lá. E havia outra garota. O nome dela era Cindy.
Foi mudado. Ela disse que tinha 14 anos na época, e Bob se aproximou dela para…
bem, dizendo a ela que ela basicamente poderia fazer dinheiro com prostituição,
e que a Carol tinha… tinha, sabe, meio que passivamente aprovado isso. Você se
lembra de alguma circunstância onde estavam os dois lá, falando com meninos ou
meninas?
A:
Bem, eles… eles contratavam, na maioria, meninas para trabalharem na loja.
MF:
Ok. Você já teve algum sentimento desconfortável sobre isso ou era apenas,
sabe, vários empregadores contratam jovens para ajudar?
A:
Sim, parecia apenas um relacionamento de emprego.
MF:
Não havia nada que te fazia se sentir estranho sobre qualquer das coisas que
eram ditas lá ou algo assim?
A:
Não.
MF: Eu
estaria disposto a te mandar uma cópia dessas entrevistas, se você quiser,
apenas para seu…
A:
Sim. Não me importaria de olhá-las.
MF:
Claro. Qual é seu… qual é seu endereço?
A:
[Endereço deletado]
MF:
Vou te deixar lê-las e então te ligarei em algumas semanas para ver se… se
houve qualquer coisa nelas que dispararam alguma memória sua.
A:
Ok.
MF: E,
como eu disse, vou usar nossa entrevista sem menção a seu nome ou qualquer
outra coisa que faça as pessoas virem até você.
A:
Ok. Eu agradeceria. Onde… Onde você está agora? Quero dizer, isso é apenas…
para desacreditá-lo, dizendo, olha, isso é uma fraude [Inaudível] não vai mais
lidar com isso?
MF:
Bem, eu… quero dizer, pessoalmente, eu tenho mantido a história ativa, pois é
meio que uma forma de impedimento para qualquer pesquisa séria no campo, porque
todos ficam presos na história de Lazar.
A:
Sim.
MF:
Ok, é uma história interessante e parte da mitologia, e não provada, porque não
há evidência física tangível ou qualquer evidência que corrobore, apesar de
haver algumas ligações com outras histórias que vieram à tona, que ele pode ter
ouvido através de prostitutas que ele conhecia ou de outras pessoas de… talvez
os laboratórios de Los Alamos, ou talvez pessoas que trabalharam no local de
testes nucleares de Nevada. Mas, a credibilidade dele, pessoalmente, está
começando a ser discutida de uma maneira muito pública agora.
A:
Sim. Bem, ele… ele foi mandado embora do laboratório porque estava usando
equipamento do governo extensivamente para trabalhar em seus carros, então…
MF:
Essa foi… essa foi a razão de ele perder o emprego?
A:
Eles descobriram sobre isso e disseram que gostariam que ele saísse, e foi
quando ele abriu a loja de fotografias.
MF:
Ok. Onde há outras pessoas que você acha que falariam comigo sobre isso, que
você sabe que também eram amigos do sr. Lazar?
A:
Tem um cara aqui; o nome dele é Joe Vanenetti.
MF:
Joe.. o que… como se pronuncia o último nome dele?
A:
V-a-n-e-n-e-t-t-i.
MF:
E-t-t-i.
A: E
eu não sei se ele ainda está em Los Alamos.
MF:
Ok.
A:
Mas eu acho que Bob até morou com ele por um tempo, e eu sei que, dos amigos
que ele teve lá, eu acho que eles eram os mais próximos.
MF:
Farei uma pesquisa de computador e verei se encontro qualquer uma dessas
coisas. O que estou fazendo é compilar tudo isso. Tenho três revistas
diferentes interessadas e, provavelmente, também publicarei em uma revista
online no mesmo formato que o sr. Mahood fez, uma linha do tempo para mostrar o
que está acontecendo aqui, então, essa será uma referência… quero dizer, a
evidência diz que, agora, o contrato do filme está fechado, eu acredito, pelo
que ouvi. Mas, ainda há redes de notícias e equipes de documentário que ainda
estão abordando o sr. Lazar por sua história, e ainda está sendo… e algumas
pessoas ainda acham que isso é verdade, ou pelo menos a história está sendo
perpetuada. Ele não fala também. Ele raramente faz uma entrevista, mas ele tem
um cara que vai a público chamado Gene Huff.
A:
Bem, na verdade, eu o vi na rede de televisão fazendo algumas entrevistas.
MF:
Qual foi sua impressão?
A:
Ele parece confiável se você não sabe mais sobre ele, eu acho. Sabe, ele tinha
toda a cidade na mão basicamente, sabe, aquela pequena cidade… Eu nem consigo
lembrar o nome, mas eles tinham uma foto na parede do bar da cidade, sabe, como
ele sendo um grande denunciante, então.
MF:
Oh, na cidade de Rachel?
A:
Sim.
MF: No
meio de Nevada. Sim, eles têm. Eles têm essa foto na parede. Então, de algumas
formas, ele está sendo venerado como herói pelas pessoas que não fazem nenhuma
pesquisa séria sobre isso.
A:
Certo.
MF: De
qualquer maneira, quero dizer, não é sobre ir atrás dele pessoalmente, mas,
como um jornalista investigativo, é meu trabalho fazer justiça. Então, não
tenho parcialidade sobre isso e apenas recolho informações e, como as pego, as
publico.
A:
Sim. Bem, não estou tentando… dizer nada que seja depreciativo sobre ele por
causa de, sabe, não sermos mais amigos. É só o que eu sei sobre ele, eu sei que
ele é… é dissimulado e eu não acredito pessoalmente em nada disso. Então...
MF:
Agradeço por sua gentileza, te mandarei as fitas e então te ligarei… em 10 dias
ou 2 semanas. E muito obrigado por retornar minha ligação.
A:
Senhor, você… você estava mencionando que trabalhou com James ocasionalmente?
MF:
Sim. Escrevi duas vezes para eles, uma sobre alta frequência...
Fonte: dreamlandresort
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