Acho que diz algo
sobre Graham Hancock o fato dele ser devotado a crescer a porcentagem de
artigos de terceiros em seu site sobre alegações de OVNIs e antigos astronautas,
apesar dele mesmo dizer não acreditar na teoria do antigo astronauta. Quanto
disso é verdade é questionável, já que sua rejeição à astronáutica antiga no
Magicians of the Gods contrasta fortemente com suas aparições frequentes no
Ancient Aliens e no livro sobre astronautas antigos da qual ele foi co-autor, o
The Mars Mistery. De qualquer forma, é bastante surpreendente ver Hancock, na
sequência, publicar um artigo de outro autor sobre os encontros dos antigos
astronautas Hopi com o infame abduzido Whitley Strieber citando um trecho do
novo livro deste sobre “visitantes” antigos e seus “aliados humanos.”
Quanto mais velho
fico, se torna mais difícil fingir levar essas ideias a sério. Como alguém pode
alimentar a noção de uma conspiração todo-poderosa, por exemplo, quando vemos
todos os dias a incompetência das pessoas a cargo de conspirar?
Nosso governo federal tem feito do “compre até cair” nossa resposta oficial à pandemia, e nós temos que imaginar que eles são aliados com alienígenas do espaço em um projeto de engenharia social de centenas de anos? Qualquer governo razoavelmente efetivo poderia entender as intenções dos alienígenas em meses com um esforço concentrado.
Quem precisa de uma conspiração tão inútil? Em outro exemplo, temos que imaginar que todos esses segredos antigos foram escondidos desde sempre e ninguém sabe sobre eles a não ser os apresentadores da TV à cabo?
De qualquer forma,
Strieber opera nos limites da cultura dos antigos astronautas e dos OVNIs,
jogando com a especulação alienígena enquanto mantinha a posição de não conhecer
as origens verdadeiras dos “visitantes”. Em seu novo livro, ele decide que isso
já não rende da mesma forma que costumava, então agora ele tem revelações sobre
as origens verdadeiras dos visitantes. Ele se afastou do estilo de alienígenas
do século 20 e foi na direção da espiritualidade e “consciência” divina.
Para explorar isso,
ele vai a procura de outros que já imaginaram que conexões profundas com o
mundo natural podem ajudar caras brancos como ele a escapar da corrupção da
cultura urbana sofisticada. Naturalmente, ele foi até uma reserva nativo
americana, Pine Ridge especificamente, e naturalmente, ele enquadrou tudo de
forma a sugerir que vê sua audiência como racistas ignorantes:
"Durante o inverno de 2015-2016, uma garota de 12 anos se matou porque a
família dela não tinha dinheiro para o aquecimento e ela não conseguia mais
aguentar o frio. O alcoolismo afeta 85% da população. Abuso de drogas e crimes
estão generalizados e as condições de vida estão péssimas além de qualquer
coisa que já vi na vida. Nada disso é acidental ou devido a preguiça ou qualquer outra questão. É por
causa do local. Durante o século 19 nas guerras de índios americanos, os Lakota
Sioux foram confinados intencionalmente nesse lugar porque ali há uma falta
muito grande de recursos."
Mas é claro que ele
imagina que seus leitores associam os Nativos Americanos à preguiça. Enquanto estava na
reserva Lakota Sioux, ele alega ter tido uma visão de uma paisagem secundária
paralela e ele atribui essa alucinação às mudanças que ele criou em seu cérebro
através da meditação, que ele alega poder aumentar a matéria branca no estrato dorsal
e, portanto, poderes psíquicos. Como resultado, ele alega que também fez uma
projeção astral durante a conferência Contato no Deserto de 2019 quando ele
estava aparentemente muito entediado durante a palestra de Jacques Valée e ele
alega ter dormido e explorado psiquicamente a conferência ao passar através do
mesmo universo paralelo que encontrou em Pine Ridge. Caminhar nesse reino
obscuro e vazio foi, para ele, a coisa “mais divertida” que ele já fez na vida,
comparável, diz ele, a um jogo de realidade virtual. Isso me deixa triste.
Sinto muito que ele seja tão solitário e desprovido de alegria. Ele
aparentemente gostou tanto disso que reza diariamente para “a energia” deixar
que ele volte. Ele espera que aconteça, diz, porque acredita que um poder maior
regularmente concede a ele desejos “impossíveis”.
Strieber diz que a
experiência de visitar universos paralelos o ajudou a determinar que os Greys e
outros “visitantes” são provavelmente encarnações de consciências
interdimensionais ou talvez pessoas mortas ou ambos:
"Estou sendo um pouco vago de propósito aqui sobre a quem me refiro –
estou falando sobre os estranhos antigos visitantes, ou nossos próprios mortos,
ou algum tipo de campo de consciências desencarnadas? Não acho que seja útil fazer essas diferenciações. Qualquer aspecto disso que
entre em contato com você, te dá acesso a tudo. É melhor pensar nisso como um
campo vasto onde diferentes tipos de flores crescem, algumas aparecem de um
jeito, outras de outro jeito. Não importa em que direção você vá, você continua
no campo."
Você tem que ler a
coisa toda para ver a profundidade das reflexões pseudo-espirituais de
Strieber, que envolve declarar que as “testemunhas” de Roswell são literalmente
santos, um emaranhamento na mitologia grega para alegar que Homero confundiu um
universo paralelo com a vida após a morte, e a especulação que OVNIs são
veículos para trocas entre esse mundo e o outro através de um acesso no Rancho
Skinwalker que passa através de um Pleistoceno paralelo!
Nem precisa dizer que
as conclusões de Strieber não se seguem por evidências e que ele está
descrevendo o que parece muito com uma personalidade propensa a fantasias que
confunde sonhos acordados (e, por sua própria admissão, sonhos noturnos) com
experiências interdimensionais. Mais interessante, entretanto, é a tristeza da busca
espiritual que aparece sob a superfície. É dolorosamente evidente que ele está procurando
se conectar com o sobrenatural e o divino, mas ele quer que a ciência
justifique suas crenças ao encobrir sua fé com linguagem da física e da
matemática. Para mim, é um substituto menor para Deus e os deuses imaginar que
não há nenhuma vida após a morte além de uma estrada de cascalho em um campo
cinza, ou chamar de um vazio sem fim a epítome de “divertido”. Sartre diz que o
inferno são as outras pessoas, mas eu não acho que isso transforma o paraíso em
um lugar vazio.
Fonte: Jason Colavito
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