Noticiar
sobre o programa do Pentágono que está investigando objetos voadores não
identificados não é uma questão de crença, mas da busca vigilante por fatos.
O Times Insider explica quem somos e o
que fazemos, e fornece informações dos bastidores sobre como nosso jornalismo
se reúne.
Fazíamos parte da equipe do New York Times
(com a correspondente de Washington Helene Cooper) que noticiou a história da
unidade secreta do Pentágono que investiga objetos voadores não identificados,
o Programa de Identificação de Ameaças Aeroespaciais Avançadas, em dezembro de
2017.
Desde então, noticiamos sobre os contatos
imediatos de pilotos da Marinha com OVNIs e, na semana passada, sobre o atual
programa renovado, a Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados e seus
briefings oficiais - em andamento há mais de uma década - para oficiais da
Inteligência, executivos aeroespaciais e membros do Congresso sobre alegadas
quedas de OVNIs e materiais recuperados.
Muitas vezes, colegas e leitores
bem-intencionados nos perguntam: "Você acredita em OVNIs?" A pergunta
nos surpreende por ser inapropriadamente pessoal. Os repórteres do Times são
particularmente avessos a revelar opiniões que poderiam implicar em possível
viés de reportagem.
Mas, neste caso, não temos problemas em
responder: "Não, não acreditamos em OVNIs."
A nosso ver, sua existência ou inexistência
não é uma questão de crença.
Admiramos o que a grande antropóloga Margaret
Mead disse quando perguntada, há muito tempo, se ela acreditava nos OVNIs. Ela
chamou de "uma pergunta boba", escrevendo no Redbook, em 1974:
"A crença tem a ver com questões de fé;
não tem nada a ver com o tipo de conhecimento que se baseia na investigação
científica. [...] As pessoas acreditam no Sol ou na Lua, nas mudanças de
estação ou nas cadeiras em que estão sentadas? Quando queremos entender algo
estranho, algo antes desconhecido para qualquer pessoa, precisamos começar com
um conjunto de perguntas completamente diferente. O que é isso? Como
funciona?"
Esse tem sido o foco do programa de investigação
ufológica do Pentágono, tornando-o digno de ser noticiado. E para ser claro:
OVNIs não significa alienígenas. Não identificado significa que não sabemos o
que são, apenas que demonstram capacidades que parecem não ser possíveis por
meio da tecnologia atualmente disponível.
Em nossas reportagens, focamos em como o
Departamento de Defesa, o Gabinete de Inteligência Naval e os membros de dois
comitês do Senado estão envolvidos com esse assunto. As atuais autoridades
agora estão preocupadas com a possível ameaça representada por objetos
tecnológicos avançados e muito reais: o quão perto eles podem chegar de nossos
caças, às vezes quase causando um acidente, e o risco de que nossos adversários
adquiram a tecnologia demonstrada pelos objetos antes de nós.
Então, se os OVNIs não são mais uma questão
de crença, o que são e como eles fazem o que fazem?
E se a tecnologia foi recuperada de objetos
que caíram, que melhor maneira de tentar entender como eles funcionam?
Nossas reportagens anteriores eram
relativamente fáceis de documentar, com vídeos do Departamento de Defesa e
relatos de pilotos apoiados por relatórios da Marinha sobre o perigo de
contatos imediatos com pequenos objetos em alta velocidade.
Mas nosso artigo mais recente forneceu um
conjunto mais assustador de desafios, já que lidamos com a possível existência
de materiais recuperados de OVNIs. Passar de dados de um objeto distante no céu
para a posse de um objeto recuperado no solo dá um salto que muitos acham
difícil de aceitar e que, claramente, exige evidências extraordinárias.
Inúmeros associados do programa do Pentágono,
com autorizações de segurança e décadas de envolvimento com investigações
ufológicas, disseram que estavam convencidos de que tais quedas ocorreram, com
base no acesso a informações confidenciais. Mas os próprios materiais
recuperados, e quaisquer dados sobre eles, não estão disponíveis para qualquer
pessoa sem autorização e necessidade de saber.
O programa
de investigação ufológica do Pentágono tem usado slides desclassificados,
como o
acima, para informar às autoridades governamentais sobre as ameaças dos
Veículos
Aeroespaciais Avançados - "inclusive de fora do mundo" - e materiais
recuperados
de acidentes de fenômenos não identificados.
Foi-nos fornecida uma série de slides
desclassificados, mostrando que o programa levou isso a sério o suficiente para
incluí-lo em vários briefings. Um slide diz que uma das tarefas do programa era
"providenciar acesso a dados/relatórios/materiais resgatados de acidentes
de AAVs", ou Veículos Aeroespaciais Avançados.
Nossas fontes nos disseram que
"AAV" não se refere a veículos fabricados em nenhum país - nem russos
ou chineses -, mas é empregado para descrever tecnologia de um domínio
realmente inexplicável. Eles também garantem que seus briefings são baseados em
fatos, não em crenças.
Tradução:
Tunguska Legendas
Artigo original: new york times
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