OVNI É APENAS O QUE NÃO SE PODE
IDENTIFICAR?
Por
Thomas Mantell*
"Só pode ser classificado como ÓVNI, justamente por
não ser possível identificar, mas não quer dizer que seja algo de fora da
Terra".
É o que dizem alguns
ufólogos de linha não místico-religiosa, termo que prefiro no lugar de científica, porque a
Ufologia ainda nem sonha em ser ciência.
Ouso discordar em
parte.
A semântica já está caracterizada com o conceito
de que ÓVNI, Objeto Voador Não Identificado, é significado de
algo extraordinário, no mínimo.
Claro que ÓVNI não quer dizer, aprioristicamente, "nave
extraterrestre". Porém está atrelado a algo desconhecido, vale dizer,
associado inevitavelmente a algo como "fenômeno estranho", em se tratando
de luzes, formatos
típicos, algo que vôe ou se mantenha no ar. Aqui não se discute
se o avistamento foi de algo objetiva e fisicamente real ou se a descrição
apenas decorre da impressão visual da testemunha.
Portanto não podemos nos esquecer disto quando queremos
classificar de ÓVNI algo que, por exemplo, foi fotografado, mas que comporta
diversas hipóteses de explicação, em razão de: falta de referência, ausência de
contornos definidos, falta de aparência para comparação com algo conhecido,
pouca resolução etc. Então não quer dizer que seja objetivamente um
"Óvni". Quer para pesquisa, quer para opinião, quer para análise,
quer para parecer.
Isto é, a foto, como candidata a compor um CONJUNTO,
seja de provas, evidências ou meros indícios, é um material completamente
inválido, sem qualquer utilidade, quando assim se apresenta. Bom repetir,
quando a foto, no exemplo, vem completamente desprovida de pontos que permitem
uma análise segura.
Se dizemos que é OVNI, automática e fatalmente estamos
atrelando a foto (ou o que valha que tenha sido fotofrafado)
a UM MÍNIMO DE POSSIBILIDADE de ser algo DESCONHECIDO. Não se pode tomar o
termo desconhecido como simplesmente não passível de se afirmar o que seja.
Isto é muito importante em dialética. As pessoas geralmente acham difícil de
compreender. Desconhecido é algo ainda não conhecido e aqui a obviedade foi proposital. Por exemplo, e apenas a título de argumentação, se não
é avião, inseto, cinza, pássaro,
balão, pipa, bola de bexiga
etc, o DESCONHECIDO já abre uma
enorme porta para se supor que se trate de algo extraordinário. Como seria o Óvni,
como seria uma "nave extraterrestre".
Em resumo - PRIMEIRO: creio que se deva parar de fazer
tal sofisma e CLARAMENTE com o propósito de deixar em aberto a possibilidade de
a foto, nas condições comentadas, ser algo desconhecido, extraordinário. Pois
que é uma foto simplesmente inválida, sem qualquer utilidade, que não se
constitui como material proveitoso. JAMAIS ÓVNI.
Jamais podendo servir a tal mantença de possibilidade de
ser algo DESCONHECIDO. Aliás Hinek foi BEM CLARO no seu "Ufologia uma
Pesquisa Científica": Para que um objeto voador seja não identificado,
DEVE SER NÃO IDENTIFICADO PARA TODOS e não somente para a testemunha. Isto é
fácil de ser entendido, através de um exemplo
muito bobo. Se, digamos, eu que nada entendo de aeronáutica, observar
o vôo de um caça sofisticado,
que nunca passou por estas bandas, e chamar de ÓVNI, certamente não o será para
quem entende de aviação. Mas se esse caça passar em altitude muito elevada, em velocidade extrema
e com tempo ruim e eu fotografá-lo, e a minha foto
apresentar um ponto sem qualquer referência, sem cor realista, sem resolução
mínima à apreciação atenta, totalmente borrada, desfocada, é bem possível que
nem os entendidos de aeronáutica e aviação poderão atestar que eu fotografara
um caça.
Percebeu? É porque o material a ser analisado, a foto,
NÃO SE PRESTA à análise. JAMAIS pode ser "classificada" como registro
de um ÓVNI, ainda que quem a tenha classificado não ache ou acredite que ÓVNI
seja necessariamente algo extraterrestre. SEGUNDO: queiram alguns ufólogos ou
não, deixar bem claro que não aceitam que OVNI seja necessariamente algo
extraterrestre, NÃO É ESTA A IMPRESSÃO que a pessoa
que envia uma foto para análise terá dessa opinião,
se disserem que, "por
absoluta falta de condições de afirmarmos o que seja, então é OVNI".
Os ufólogos da
linha supostamente científica não precisam temer deboche, se prestarem atenção
a isto e deixarem de chamar de Óvni o que simplesmente não permite uma análise
e uma conclusão plausível. Isto porque, se uma fotografia ou um depoimento não
oferecem dados e aspectos que permitam uma mínima análise, a conclusão deve ser
simplesmente “inconclusivo”, ou “inválido à análise”. Jamais Óvni, porque isto é de uma nomenclatura já incorporada à cultura, aos dicionários, ao folclore,
enfim à Ufologia. Óvni não é algo identificável, mesmo que a fotografia ou o depoimento não tragam dados para sua identificação.
Em suma, se nem a terminologia válida de significado
científico podemos usar quando NÃO HÁ CONDIÇÕES DE ANÁLISES, que dirá então de
utilizarmos um termo ufológico? Uma foto naquelas condições
não nos permite
afirmarmos sequer que o que foi
fotografado seja objeto,
muito menos voador ou mesmo
algo provocado pelo próprio
equipamento. Exemplo - cinza "voa"? Mancha na lente "voa"? Um grão de poeira "voa"? Não. A foto com essas
características apresenta algo INVIÁVEL DE SER AFIRMADO ou mesmo suposto.
JAMAIS um ÓVNI. Se do contrário fosse, estaríamos atestando que a foto
registrara algo desconhecido ou "não identificado" para todas as
áreas do conhecimento relacionadas. Eis aqui um equívoco, no meu entender:
"ÓVNI é tudo aquilo que está no céu e que não foi possível se identificar". ÓVNI é tudo aquilo que está
no céu e que seja NÃO IDENTIFICADO, no significado sugerido por Hinek. Há uma
enorme diferença.
*Thomas Francis Mantell Júnior
é um piloto da Força Aérea Americana, morto em 1948 quando seu avião explodiu durante
a perseguição a um balão estratosférico perfeitamente identificável. Atualmente dedica-se, desde o Astral, ao
trabalho voluntário de aplicação de agroglifos em plantações de trigo, milho e
cana, para manter o equilíbrio energético da Terra por meio desse método de
acupuntura cósmica.
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