quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

No Rastro do Filme da Operação Prato Parte I

 

NA ROTA DAS LUZES

27 de janeiro de 1978, há exatos 43 anos... 

Uma equipe composta por militares e civis registrou, através de uma filmadora (Elmo 360) um dos raríssimos filmes da Operação Prato gravado pelo piloto civil Virgílio Arantes de Mello (figura-01). Nesta reportagem você vai conferir com exclusividade a entrevista com Ernesto Isaías, filho deste piloto, e ainda poderá ver a fotografia do OVNI registrada pelo Virgílio e doada pelo próprio Sgt. Flávio Freitas ao filho do piloto (figura-02). Será disponibilizado o material produzido nas ruínas da antiga Cimatro (Companhia de Importação de Madeiras Tropicais) onde teria ocorrido o fenômeno ufológico (figura-04). Este local possui uma enorme caixa d’água que era utilizada como ponto de observação pelos militares. Ao final da reportagem você vai poder acompanhar a entrevista com o piloto Ivaldo Viegas Pantoja, Ivaldo é citado nos arquivos militares como testemunha ocular do OVNI.



Em 1977, entre os estados do Pará e Maranhão, nascia a mais rica onda ufológica que se tem conhecimento na história, conhecida popularmente como “Chupa chupa”. Gahando este título devido alegações feitas por moradores de algumas comunidades que se queixavam por serem atingidos por uma luz estranha - onde se retiravam o sangue, através de feixes de luz, e como consequência ficavam dias acamados - além de suas evoluções no espaço aéreo muito recorrentes em todo período que durou a onda. 

Devido ao desespero que tomou conta desses ribeirinhos no Pará houve o deslocamento de uma equipe composta por suboficiais da Força Aérea Brasileira (FAB), lotados no I Comar em Belém. Os militares foram a campo para averiguar as denúncias e logo puderam constatar que algo extraordinário de fato acontecia naquela região, majoritariamente próximos a grandes massas de água. Estas missões receberam o nome de Operação Prato, posteriormente bastante conhecida por estudiosos do fenômeno UFO.

 A operação composta por militares também contou com a colaboração de civis, fato pouco explorado e ainda um mistério, afinal era uma missão muito sigilosa e que possuía uma quantidade considerável de civis, como é o caso de Virgílio Ernesto Arantes de Mello  que na época atuava como piloto e diretor de operações da empresa Kovacs Táxi Aéreo.

Virgílio é citado em relatórios e a ele é atribuído a autoria de gravações de filmes que registraram as evoluções de objetos no município de Ananindeua - Região Metropolitana de Belém - como comprovado neste documento: ROV (Registro de Observações de Óvnis) anexo-01-02 reg-089




Abaixo, confira os  fotogramas (Prints do filme)




Em abril de 2020, a equipe do documentário NA ROTA DA LUZES entrou em contato com Ernesto Isaías Arantes de Mello, filho de Virgílio. E ele revelou com exclusividade ao grupo de pesquisa Ufologia na Amazônia, que certa vez o seu pai levou pra casa um rolo de filmes com imagens que haviam sido gravadas na Baía do Sol, Ilha de Mosqueiro. Segundo Isaías, no filme havia uma gravação na qual era possível ver um Objeto Voador Não Identificado. Acompanhe a entrevista na íntegra. 

1) U.N.A: Ernesto, você saberia nos contar, como seu pai se envolveu nas pesquisas sobre os fenômenos aéreos que ocorreram no Pará em 1977?

ERNESTO: Não, talvez pela ligação com militares da FAB, uma vez que ele era investigador civil de acidentes aéreos, ou pelo fato de conhecer bem a região, mas não sei exatamente como ele se envolveu no projeto.

2) U.N.A:  Você lembra o nome de algum desses militares?  

ERNESTO: Sim, quer dizer, eu acho que ele era militar na época, mas não sei se ele foi militar, inclusive conheci ele pessoalmente, era o senhor Flávio.

3) U.N.A: Além deste nome você se recorda de outro nome?

ERNESTO: Sim, teve um piloto, chamado cmdt. Cohen, já falecido, lembro que ele foi algumas vezes com meu pai, assim como meu tio Aderbal Mello, já falecido.

4) U.N.A: Alguma vez seu pai comentou sobre o que ele tinha observado em suas vigílias?

ERNESTO: Sim ele conversava muito com meu tio Aderbal, eu presenciei várias conversas e eu vi um filme, que ele registrou um avistamento na Baía do Sol.

5) U.N.A: Você poderia nos descrever como era a filmagem?

ERNESTO: Então, era um filme curto tá? O local na época, segundo meu pai falou era na Baía do Sol, mostrava a lua inicialmente e o reflexo dela no rio e depois a câmera era deslocada para o lado esquerdo, eu acho, e focava uma luz no céu, e depois apontava para lua, e voltava para luz, eu lembro só disso, eu não lembro se movimenta, se havia objeto, se havia outra coisa, mas o que recordo é isso, era tipo como se quisesse estabelecer um  parâmetro entre a luz e a lua para mostrar que não eram a mesma coisa. Esse filme eu assisti e era interessante no filme que a câmera tinha um recurso que não era um zoom, mas era como se fosse, algum movimento que você fizesse na lente em que se afastava e se aproximava parecido com um zoom, só que quando você ampliava isso, a imagem distorcida e o que parecia ser apenas uma luz na verdade eram várias luzes, que unidas formavam apenas uma luminosidade, entendeu? E isso era bem interessante, acho que isso foi em 77/78, foi o ano que meu pai faleceu.

6) U.N.A: O objeto deslocou-se em algum momento?

ERNESTO: Eu não lembro do objeto se movimentar, mas era possível ver o movimento do rio, e lembro da vegetação que tinha próximo das árvores, vou mostrar um desenho, como ficava a descrição dos objetos (Figura-01) após “ampliado” e coloquei esse círculo, mas ele era o número menor, era assim que ele aparecia. 



7) U.N.A: Ernesto, alguém mais da sua família poderia contribuir com mais informações? 

 ERNESTO: Falei com meus irmãos e eles se lembram das mesmas coisas que eu.

8) U.N.A: Ernesto você guarda algum material?

ERNESTO: Sim, quem deu pra mim essa foto (Figura-02) foi o senhor Flávio. Detalhe, essa foto veio dentro deste envelope “projeto óvni Belém- Pará”, não sei o que significa, isso chegou na minha mão no final dos anos 80.



    

9) UNA.: Quais as suas considerações sobre a participação de seu pai na investigação? 

ERNESTO: Não sei exatamente em que momento e qual a sua contribuição para o projeto, devido o assunto sempre ter sido tratado com reserva e com a sua morte, ficou muito mais difícil mensurar.

10) Ernesto, além desta foto você ou sua família guardam algum material destas investigações?

ERNESTO: Não possuímos nenhum outro material. 



Considerações:



A entrevista com Ernesto, confirmou e revelou pontos curiosos sobre a operação prato, que aliás é bom que se diga, quanto mais o assunto é descortinado mais informações sigilosas são descobertas e lacunas são estabelecidas sobre a investigação. A participação de Virgílio durante algumas incursões militares e também a  fotografia do óvni  já era do conhecimento dos estudiosos do caso.




O curioso carimbo no envelope ressalta que este termo “Projeto OVNI” é novo, pois não foi encontrado em nenhuma documentação oficial, “vazada” ou publicação sobre a casuística, que utilize esta nomenclatura, o que nos leva a crer que este termo foi possivelmente uma criação dos civis. Com uma grande chance de ser de autoria do piloto civil Ubiratan P. Frias. Explicando melhor:

Haja vista, que a assinatura do Sgt. João Flávio Freitas constar no verso da fotografia e o Ernesto afirmar que recebeu a fotografia das mãos de sua mãe ao qual teria recebido das mãos do Freitas, é importante reconhecer que apesar da excelente memória de quem nos fornece o relato, durante a entrevista ele não reconheceu o rosto do Sgt. Flávio nas fotografias que enviamos ( via Whatsapp), porém foi categórico em reconhecer facialmente a de Pinon. Chegamos a consultar um outro piloto, Ivaldo Pantoja, que colaborou na investigação militar e afirmou nunca ter ouvido falar sobre o tal “Projeto OVNI”   por isso, até o momento chegamos à conclusão que o idealizador, da nomenclatura “projeto OVNI” seja uma iniciativa exclusiva do Pinon.



                                               FOTOGRAFIA DO OVNI

A fotografia contida no envelope faz parte do registro nº107 no Registro de Observações de OVNI (documento abaixo) e foi feita no dia 20 de junho de 1978. Apesar de Virgílio não ser citado no ROV, o Sgt.Flávio e Pinon são os observadores descritos no documento, o que confirma as recordações de Ernesto sobre a origem desta foto tirada na Baia do sol, na Ilha de Mosqueiro, agência distrital de Belém.

Obs: existem pesquisas que comprovam que possivelmente algumas fotos estão fora de ordem no ROV. Mais informações no conteúdo externo.




Sobre Virgílio Ernesto Arantes de Mello

Nasceu em 21 de Maio de 1935. Era filho mais velho de sete irmãos , perdendo o pai muito cedo,  ajudou a criar os irmãos mais novos. Cumpriu serviço militar e quando saiu do Exército foi trabalhar na Varig, empresa de grande porte que na época atuava em todo espaço aéreo brasileiro. Tornou-se piloto da Varig em meados da década de 1950 e início de 1960, tinha nível superior incompleto em direito e técnico em aviação aérea pela escola de aviação do Rio-grandense. No Pará, ajudou a fundar a Kovacs táxi aéreo em Belém, onde desempenhou a função de diretor de operações. Faleceu no exercício da função no dia 31 de Outubro de 1978 na ilha do Marajó.

Cimatro

Companhia Internacional de Madeiras Tropicais fundada em 19 de março de 1975, localizada  no final da estrada do Icui a laranjeira, a antiga madeireira está quase tomada pela ação do tempo e  pela ação de vandalismo, só sobram algumas paredes, e um telhado que ainda insiste em sobreviver, ela fica em uma distância de aproximadamente 500 metros de distância da Olaria Keuffer (outro ponto de observação) em 03 de setembro de 2020 os pesquisadores Heitor Costa, Alexandre Braga e Fabricio Monteiro, através de um antigo Como mostra as fotos abaixo:

 

 




Até o fechamento desta matéria  não foi possível contato obter mais informação sobre  madeireira.

Agradecimentos:

Aos pesquisadores do Grupo Ufologia na Amazônia, à família de Virgílio por ceder todas a informações necessária para a produção desta matéria. Em especial a colaboração de Ernesto Isaías, que se dispôs a ceder as fotografias e os desenhos.

Pesquisadores: Heitor Costa/ Iêda Ferreira/ Rodrigo Aguiar/ Greg Maravalha   



 

2 comentários:

  1. Muito bom o trabalho de Heitor Costa, Iêda Ferreira, Rodrigo Aguiar e Greg Maravalha. Parabéns.

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  2. olá pessoal, no início vocês citam "...Ao final da reportagem você vai poder acompanhar a entrevista com o piloto Ivaldo Viegas Pantoja..." No entanto, a entrevista é com o Ernesto, e não com o Pantoja.

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