O Exército pediu que um laboratório de defesa de elite investigasse
Os crédulos do Pentágono exploraram as fronteiras da ciência, de espiões psíquicos a teletransporte e material antigravitacional.
Em 2022, o homem do Pentágono convocou os principais executivos de tecnologia das seis maiores empreiteiras de defesa com uma pergunta inusitada: Alguma de suas empresas já teve acesso à tecnologia alienígena?
“Meu trabalho ficaria mais fácil se um de vocês confessasse, me entregasse o OVNI ou me ajudasse a encontrá-lo”, disse Sean Kirkpatrick, designado pelo Departamento de Defesa para investigar programas alienígenas secretos.
A resposta da Lockheed Martin foi complicada. Seu laboratório Skunk Works havia testado e tentado replicar um pedaço de metal supostamente coletado de um OVNI caído perto de Roswell, Novo México. O Exército queria usar esse material para construir veículos capazes de desafiar a gravidade convencional.
Spoiler: a ideia não decolou.
Mas a trajetória do metal falso percorreu três décadas, passando de lenda alimentada por uma personalidade do rádio, até chegar às mãos de um astro do rock dos anos 90 e, finalmente, a um laboratório de testes de defesa.
Enquanto Kirkpatrick investigava as alegações de programas secretos de engenharia reversa de naves extraterrestres, entrou em contato com um grupo de crentes em OVNIs no Pentágono — homens que exploravam poderes psíquicos, teletransporte e até lobisomens.
As evidências que sustentavam essas teorias desapareciam misteriosamente quando Kirkpatrick se aproximava delas.
“Não descobrimos nenhuma informação verificável que sustente alegações de posse ou engenharia reversa de materiais extraterrestres no passado ou atualmente”, afirmou Sue Gough, porta-voz do Pentágono.
A investigação envolveu entrevistas com dezenas de autoridades, cientistas e militares, além da análise de milhares de páginas de documentos.
Os fragmentos de Art Bell
Em 1996, Art Bell, famoso apresentador de rádio do paranormal, recebeu um pacote misterioso contendo fragmentos de metal enviados por um ouvinte anônimo. O material teria sido coletado em Roswell por um time militar de resgate.
Roswell, 1947: o Exército anunciou a recuperação dos restos de um disco voador — embora depois tenha dito que era só um balão espião. Os entusiastas de OVNIs não compraram a história.
Art descreveu os fragmentos como “carbonizados por fora, possivelmente devido à reentrada na atmosfera”. E aí, prova do conceito?
Em 2019, o grupo To The Stars, fundado pelo vocalista Tom DeLonge (Blink-182), comprou esses fragmentos por 35 mil dólares para testes. Entre os membros, cientistas e ex-funcionários do Pentágono.
Um dos cientistas, Eric Davis, disse ao New York Times que os testes mostraram que o metal não era da Terra. Alega-se que sua replicação poderia desbloquear armas futuristas.
Mas o Exército não teve a mesma empolgação e o projeto não avançou.
Lasers espaciais e segredos
Davis, astrofísico, investigou tecnologias que a maioria considera loucura: teletransporte, antigravidade, viagens por buracos de minhoca e um programa secreto na Lockheed Skunk Works acumulando tecnologia extraterrestre.
Ele também falou de um programa russo secreto que estudava lasers retirados de um OVNI caído na Rússia, provavelmente uma desinformação para confundir os EUA.
Instituto Arlington
Hal Puthoff, envolvido em programas de espionagem psíquica para a CIA, contou sobre um painel em 2004, patrocinado discretamente pela Casa Branca, para avaliar a possível revelação pública sobre alienígenas.
“Disseram-me que o presidente Bush estava prestes a revelar todos os segredos alienígenas. Meses depois, negaram que isso fosse verdade. Provavelmente fomos enganados.”
O cofre vazio e as ameaças
Luis Elizondo, ex-funcionário do Pentágono, alegou ter provas concretas de materiais biológicos extraterrestres e que mantinha arquivos em um cofre. Quando o FBI tentou acessá-lo, o cofre estava vazio.
Após deixar o governo, Elizondo denunciou um acobertamento e recebeu ameaças; Kirkpatrick também foi alvo de perseguição, com sua segurança reforçada pelo Pentágono.
Fonte: The Wall Street Journal
Texto original por João Marcelo.
Publicado por João Marcelo, fundador do Blog e responsável pela postagem.
Adaptação por Rodrigo Pontes.
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