terça-feira, 30 de junho de 2020

Richard Dolan – Três Strikes & Você Está Fora!

Strike Um – O “Vazamento Ufológico Do Século” Fracassa




Por anos, Richard Dolan se promoveu como um ufólogo ou comentarista sobre OVNIs “sensato”, “sério” ou “conservador”. Como ele conseguiu se sair com essa imagem é intrigante. Como eu escrevi em 2013, depois de ouvir uma palestra de Dolan no Congresso Nacional de Ufologia:

Dolan conseguiu introduzir praticamente cada ideia maluca que veio à tona nos anos recentes: pirâmides antigas, recuperação de quedas, engenharia reversa de tecnologia alienígena, um “programa secreto”, híbridos alienígenas, contato telepático alienígena e controle da mente. Mencione isso na próxima vez que alguém se referir a Dolan como um “ufólogo conservador”. A razão para o acobertamento ufológico, ele sugeriu, é porque o segredo do sistema de propulsão alienígena ameaça os interesses petrolíferos, a mesma alegação que Steven Greer faz no extravagante filme conspiracionista Thrive.

Em anos recentes, Dolan conseguiu se meter nas três maiores gafes que refutam completamente a noção de que ele é cuidadoso ou confiável de qualquer maneira.  Não são erros pequenos, omissões ou más interpretações, mas gafes expandidas de magnitudes colossais. Ele saltou de maneira entusiasmada com os dois pés sobre alegações sensacionalistas e insensatas, onde sábios temeriam sequer pisar.

Strike Um: O fracasso do “vazamento ufológico do século” de Dolan

Em 2019, Dolan arriscou tudo promovendo o que ele chamou de “o vazamento ufológico do século”. É uma narrativa bastante confusa, baseada em algumas notas vazadas aparentemente escritas pelo Dr. Eric Davis, depois de uma suposta reunião sigilosa com o Almirante Thomas Ray Wilson, Diretor da Agência de Inteligência de Defesa de 1999 até 2002. Antes disso, Wilson serviu como Diretor de Inteligência do Estado-Maior e Vice-Diretor de Inteligência do Estado-Maior, de 1997 a 1999. 


Dolan escreve:

“Então, do que estamos falando?

São notas do Dr. Eric Davis, de 16 de outubro de 2002. [Transferidas de forma anônima para o Imgur em 19 de abril de 2019]

Quem é Eric Davis? Ele é um cientista, mas com certeza se qualifica como um cientista muito interessante. Por muitos anos, durante os anos 1990, ele era um membro do Instituto Nacional de Ciência da Descoberta, que, é claro, foi do bilionário Robert Bigelow. O NIDS foi uma organização muito importante na época e trouxe rigor científico para muitas áreas interessantes da pesquisa relacionada aos OVNIs e mais temas. O mistério dos triângulos negros, por exemplo, e o mais famoso Rancho Skinwalker, em Utah, algo no qual Davis estava muito envolvido em estudar.

Davis também tem contato próximo com o Dr. Hal Puthoff, dono da companhia científica Earthtech. O Dr. Puthoff, é claro, tem uma carreira extensa na ciência e no mundo da inteligência. Juntamente com Russel Targ, ele desenvolveu os protocolos para o programa secreto de visão remota americano nos anos 70 e 80. Ele é um especialista em Energia de Ponto Zero e na chamada Engenharia Métrica do Espaço-Tempo. Pense sobre isso por um momento. E ele também trabalhou com Bigelow em várias ocasiões. E mais, é claro, ele é um membro integral da To the Stars Academy (TTSA).”

Essas notas “foram escritas por Davis depois de uma reunião que ele teve com Wilson, em outubro de 2002. Elas falam de uma série de eventos que aconteceu durante a primavera de 1997, quando Wilson era Vice-Diretor de Inteligência do Estado-Maior. O que aconteceu durante essa reunião foi uma discussão de grande importância. Ela se referia a nada menos que uma confirmação da existência de programas profundamente secretos para o estudo de tecnologia alienígena, ou seja, extraterrestres, suas naves e tecnologia.”

Dolan escreveu isso de acordo com as notas vazadas:

Dr. Eric Davis

”Wilson confirmou que ele foi capaz de confirmar, em junho de 1997, que ‘existia tal organização’ relacionada ao ‘MJ-12/Cabala/Quedas de OVNIs’. Na época, no final de junho de 1997, Wilson ligou para o [Tenente Comandante Willard] Miller e, aparentemente, contou a ele que sim, ele estava certo. Existe tal grupo, um grupo secreto, que gerencia o programa de quedas de OVNIs.

Depois de ler isso Wilson riu e disse que ele não ‘contou TUDO a Miller’, o que quer que isso signifique. Então, Wilson disse: ‘Miller pode fazer suposições sobre quem (contratados) tem maquinário alienígena’. Então, ‘Miller pode dar bons conselhos sobre em que companhias de defesa olhar – isso é tudo que ele sabe’.

Wilson também estava com raiva que Miller, um amigo oficial da Marinha, traiu a confiança da conversa dele ao repassá-la a Greer e a sabe-se lá quem mais. Na realidade, não parece que Miller contou a muitas outras pessoas. Davis, em sua nota, acrescenta que Miller apenas contou para Edgar Mitchell, quem contou a Davis sobre isso em 1999. É possível que Miller tenha contado algo à jornalista Leslie Kean. Pelo menos é nisso que Wilson acreditava em sua conversa com Davis em 2002.

Wilson estava claramente nervoso mesmo em falar com Davis e disse que estava se arriscando apenas por falar com ele. E de fato, duas décadas mais tarde, toda a conversa foi vazada.”


Mais importante de tudo, o Almirante Wilson supostamente rastreou os contratados da Defesa que, alegadamente, estavam trabalhando no programa de “quedas de OVNIs”. Supostamente disseram que ele não tinha a autorização necessária para saber disso, apesar de Wilson ser o Diretor de Inteligência do Estado-Maior!

Edgar Mitchell

Pode ser de interesse que Steven Greer, do CE5, e o falecido astronauta Edgar Mitchell também estavam envolvidos na história. Dolan argumenta, de sua própria forma inimitável, que “é impossível desmentir esse vazamento como uma fraude ou fabricação. No máximo, céticos podem argumentar que, de alguma forma, esses homens receberam a informação errada. Mas como você verá, esse também não é um argumento confiável.”

Mas essa história/rumor tem estado por aí por muitos anos por causa de Steven Greer e Edgar Mitchell, apesar das páginas transferidas para o Imgur, em 2019, não terem sido vistas antes. Entretanto, havia alguns “sinais vermelhos” associados com a história, o que deveria ter parado qualquer um que quisesse levar isso a sério. Primeiro, Steven Greer está envolvido, ele que promove absurdos sobre OVNIs, isso deveria parar qualquer pessoa racional. Segundo, e mais importante, o ufólogo e blogueiro Billy Cox entrevistou o Almirante Wilson em 2008, e escreveu: 

“Um ex-oficial de alta patente da Inteligência Militar, sobre quem se espalhou um rumor de que foi barrado em suas tentativas de obter dados sigilosos sobre OVNIs, insiste que nunca se incomodou em pesquisar sobre o assunto.

‘Nunca’, o Vice-Almirante Reformado Thomas R. Wilson respondeu terça-feira, quando perguntado se ele já tinha sido barrado ao buscar por material secreto, exótico ou algo parecido durante sua carreira. 

Wilson, o ex-Diretor da Agência de Inteligência de Defesa, era o chefe da Inteligência do Estado-Maior em 1997, quando ele concordou em se encontrar no Pentágono com defensores do desacobertamento OVNI. Entre eles, ele confirma, estava o astronauta da Apollo 14, Edgar Mitchell.

A força motriz por trás daquela reunião era o ufólogo e médico da Carolina do Norte Steven Greer. Greer fundou o Projeto Disclosure em um esforço de conseguir anistia aos denunciantes do governo dispostos a violar seus votos de segurança ao compartilhar conhecimento interno sobre OVNIs.

Há pelo menos 7 anos (www.ufoevidence.org/documents/doc788.htm), Greer estava falando para audiências sobre extrair uma afirmação de Wilson durante aquela reunião sobre investigar projetos de acesso especial envolvendo tecnologia de OVNIs. Mas logo depois, Greer alegou que Wilson relatou que ele não tinha a autorização de segurança apropriada para investigar aqueles arquivos.

Como Greer informou a uma audiência de Portland, no Oregon, em 2001, Wilson disse: ‘Estou horrorizado por isso ser verdade. Estive em uma série de projetos secretos, mas quando tentamos entrar nesse, disseram a mim e eu cito: ‘Senhor, você não tem necessidade de saber’. O chefe da Inteligência do Estado-Maior. ‘Você não tem necessidade de saber. Nem o diretor da CIA e nem o presidente’.’

Essa história esteve circulando na internet desde então, e foi parar no livro de Greer ‘Hidden Truth, Forbidden Knowledge’. Mas a coisa não cresceu até Mitchell começar a discutir a reunião durante o que se tornou um grande evento na mídia em julho.


Então, o Almirante Wilson reconheceu que tinha se encontrado com Greer e Mitchell em 1997, mas negou a alegação de que ele tinha tido acesso recusado a arquivos secretos de OVNIs. E já se sabia disso em 2008!

“Foi verdade que eu me encontrei com eles”, Wilson disse em uma entrevista por telefone. “O que não é verdade é que eu tive acesso negado a esse material, porque eu não procurei por ele. Eu posso ter deixado aberto com eles, mas eu não estava especialmente atraído, não atraído o suficiente para empregar o tempo da minha equipe para procurar por isso.”

Lembrem-se que isso se refere apenas à reunião de 1997, e não tem nada a ver com qualquer suposta reunião em 2002, cuja alegação ainda não foi feita.

De volta a Billy Cox. Depois do estardalhaço de Dolan sobre a reunião secreta ter supostamente acontecido em um carro em Las Vegas, em 2002, entre o Almirante Wilson e Eric Davis, Cox contatou Wilson de novo. Em 15 de junho de 2020, Cox (que certamente não é um debunker) escreveu:

“O Almirante no centro das notas controversas descrevendo sua inabilidade para acessar o programa secreto de pesquisa sobre OVNIs diz que o documento era uma fraude. Além do mais, ele diz que o suposto autor dessas notas, o físico Eric Davis, nunca o entrevistou.

‘É tudo ficção’, diz o ex-Diretor da Agência de Inteligência de Defesa Thomas Wilson, de sua casa em Virgínia. ‘Eu não reconheceria Eric Davis se ele entrasse aqui agora’.
Em sua primeira declaração pública sobre o “Core Secrets”, Wilson rejeitou toda a premissa da reunião e seu papel nisso. As notas indicaram que Wilson e Davis se encontraram em Las Vegas, dentro de um carro, assistidos por três militares uniformizados, no estacionamento do prédio da divisão de Projetos Especiais da empreiteira militar EG&G.

‘Não estou dizendo que em algum momento, em algum lugar, eu nunca encontrei (Davis), mas certamente eu não o conheço, não me lembro dele, e eu definitivamente não sentei com ele em um carro por uma hora em Las Vegas’, Wilson disse para a De Void.

‘Você também pode ver nessas notas que eu cheguei com dois outros oficiais da Marinha, um tenente e um tenente-comandante, e um suboficial que estava dirigindo o carro. Eu nem estava na Marinha na época. E a Marinha certamente não estava me transportando com um carro naquele ponto’.

‘Essas notas são realmente detalhadas – foi como se alguém tivesse escrito uma obra de ficção’, Wilson disse.”

Cox, mais adiante, nota que Davis “nunca afirmou ou negou sua pretensa autoria do Core Secrets quando pressionado durante o ano passado. Ele, entretanto, disse para o New York Post, em maio, que os documentos foram vazados pelos herdeiros do falecido astronauta que caminhou na Lua, o Dr. Edgar Mitchell.”

Então o que está acontecendo? Davis escreveu as 15 páginas transferidas de forma anônima para o Imgur para promover uma farsa? Mais alguém as escreveu? Isso parece improvável, já que a Davis foi dada a oportunidade de negar a responsabilidade sobre elas, mas ele não fez isso.

Talvez a sugestão mais interessante para a origem dessas páginas venha de John Greenewald Jr., do The Black Vault. Em um vídeo do Youtube, Greenewald nota as semelhanças das supostas notas de Davis com o roteiro de um filme, apontando que a série de enorme sucesso Arquivo X havia terminado poucos meses antes. Com sua experiência na indústria do cinema, Greenewald oferece “uma teoria maluca” de que os papéis de Davis foram escritos como uma cena para a TV ou roteiro de filme. (Lembrem-se que o próprio Wilson sugeriu que era como se alguém tivesse escrito uma obra de ficção.) Nessa teoria, Davis mandou para Mitchell uma cópia de suas notas como a proposta para uma série de TV. Depois da morte de Mitchell em 2016, alguém com acesso a seus documentos transferiu anonimamente o roteiro proposto para o Imgur, supostamente acreditando que era real. Eu não acho que seja uma ideia “tão maluca”.

O ufólogo veterano Kevin Randle acabou de publicar seu comentário sobre o assunto Davis/Wilson. Ele nota como certo número de ufólogos proeminentes tentaram entrar em contato com Davis sobre isso, mas Davis se recusa a responder qualquer pergunta, mesmo do Diretor Executivo da MUFON, Jan Harzan. Randle nota que por Davis ser um “consultor da MUFON, você pensaria que a resposta para o Diretor Executivo seria rápida”. Não. Isso parece péssimo para a credibilidade de Eric Davis. E para a de Richard Dolan.


Strike Dois: Philip J. Klass Chantageado pelo Namorado Gay Russo!

Richard Dolan, trabalhando com Kathleen Marden, sobrinha de Betty Hill e uma incansável promotora de alegações de “abduções alienígenas”, fez uma incrível descoberta. O falecido Philip J. Klass, segundo eles, foi chantageado para promover a desinformação russa sobre OVNIs por seu namorado gay russo! Nossa, que descoberta!

Philip J. Klass (1919-2005) foi indiscutivelmente o decano dos céticos dos OVNIs. Nunca alguém teve tanta influência como um investigador cético de OVNIs, ou como um “desmascarador” de alegações doentias sobre OVNIs. (Klass não via nada de errado com o título de “desmascarador”. Ele explicou que “uma coisa só pode ser ‘desmascarada’ se estiver mascarada em primeiro lugar!”)


                                   “A Verdade”, de acordo com Marden e Dolan.
                                            “Especulação maluca” é mais preciso.

A Wikipedia descreve Klass como:

Philip J. Klass, 1977

”Um jornalista e ufólogo americano, conhecido por seu ceticismo em relação aos OVNIs. Nas comunidades ufológicas e céticas, Klass inspira visões polarizadas. Ele foi chamado de “Sherlock Holmes da Ufologia”. Klass demonstrou “o zelo de um cruzado pelo que parece ‘certo’, independentemente de obter elogios populares”, uma característica que ele alegou que seu pai incutiu nele. Por dez anos, Klass trabalhou para a General Electric como engenheiro em eletrônica de aviação. Insatisfeito com seu trabalho, em 1952, mudou-se para a capital Washington e ingressou na revista Aviation Week, que mais tarde se tornou Aviation Week & Space Technology. Ele foi editor sênior da Aviation Week & Space Technology por trinta e quatro anos. Klass escreveu alguns dos primeiros artigos sobre sistemas de orientação inercial, orientação de mísseis infravermelhos e microeletrônica.”

A revista Aviation Week é carinhosamente conhecida nos círculos da Defesa como “Aviation Week” [Vazamento da Aviação], porque foi a primeira a “vazar” informações sobre muitos dos novos programas e armas militares, como a aeronave Stealth. Como veremos, o FBI não estava satisfeito com o papel de Klass nisso.


Mas, de acordo com Dolan e Marden:

“Na história do estudo dos OVNIs, Philip J. Klass leva o título como o principal desmascarador do assunto. Por quarenta anos, seu nome foi praticamente sinônimo da ideia de ceticismo sobre os OVNIs. Ele era regularmente citado em toda a grande mídia como uma voz de autoridade sobre o assunto, e seu trabalho ajudou a sufocar a aceitação sobre a realidade dos OVNIs. Mas Kathleen Marden investigou os antecedentes de Philip Klass e o considerou altamente questionável. Na década de 1960, Klass desenvolveu um relacionamento próximo com um membro da embaixada soviética em Washington, e o FBI suspeitava que era um agente soviético. Parece que a comunidade de inteligência usou isso contra Klass para recrutar seus serviços para os esforços de desmascaramento de OVNIs em tempo integral. Sem dúvida, o conhecimento de Klass sobre ufologia era superficial, mas suas incansáveis campanhas de difamação e ataques pessoais contra os principais ufólogos mais do que compensaram isso. Até hoje, Klass é elogiado pela comunidade cética, mas, de fato, a deixou com um legado vergonhoso.”


Pouco antes da exibição do programa, deixei a seguinte mensagem no site Intelligent Disclosure, de Dolan:

“Richard, o que você diz sobre Phil Klass é uma completa merda. Eu o conhecia e trabalhei com ele por muitos anos. ‘Sem dúvida, o conhecimento de Klass sobre o assunto dos OVNIs era superficial’ é uma das coisas mais estúpidas que já li em muito tempo. O conhecimento de Klass dos casos de OVNIs era enciclopédico, muito melhor que o meu; veja qualquer um de seus livros para dissipar essa noção. ‘Nas suas memórias, Moseley afirmou que, quando pressionados, a maioria dos principais ufólogos admitiria que Klass conhecia o assunto e as pessoas envolvidas, e era bem-vindo, ou pelo menos tolerado, em encontros de ufologia’ (Wikipedia).

Coloquei muitos documentos e correspondências não editadas de Klass no meu site Debunker (www.debunker.com/historical/historical.html). Leia você mesmo e veja se ainda acha que ele era um simplório da ufologia (como Tom DeLonge e Elizondo). Uma coleção completa dos artigos de Klass está disponível para pesquisadores em (www.search.amphilsoc.org/collections/view?docId=ead/Mss.Ms.Coll.59-ead.xml).

Klass me contou tudo sobre os russos que tentaram agradá-lo. Ele informou ao FBI sobre isso. Klass trabalhava na revista Aviation Week & Space Technology, onde relatava os últimos desenvolvimentos em eletrônica de aviação. Eles esperavam que, saindo com ele, obtivessem alguns “vazamentos” não publicados e bem úteis. Duvido que tenham feito isso. O FBI é totalmente sincero quanto a isso  (www.cufon.org/cufon/Klass_FBI.pdf). Fala que ele entrou em disputas e argumentos, mas não diz nada sobre ele ser suspeito de ser um agente russo. (Espere: se o FBI e a CIA estivessem encobrindo alienígenas, os agentes russos não gostariam de fazer o oposto e expô-los? Isso não faz sentido.) Klass era um cara muito difícil de lidar - como descobri em várias ocasiões - mas ele não era um agente da KGB, da CIA ou de qualquer outra organização.”


                     Kathleen Marden trabalhou em parceria com o falecido “Físico dos Discos Voadores”,                              Stanton Friedman. Nós três no Simpósio da MUFON de 2011, em Irvine, CA.

No podcast, Dolan e Marden se revezam nas investidas contra Klass. Cerca de 13 minutos depois, Dolan disse:

“É muito provável que Klass estivesse tendo, digamos com delicadeza, um relacionamento inapropriado com um membro da equipe soviética, em Washington, em uma época em que os relacionamentos gays não eram tão aceitos.”

Segundo Dolan, Klass estava “possivelmente repassando segredos à União Soviética”. Se Klass ainda estivesse vivo ao ouvir isso, ele daria um soco na boca de Dolan. Klass era um americano patriótico antiquado. Ele foi um “falcão” durante a Guerra do Vietnã - não é de surpreender, já que seu empregador, a revista Aviation Week & Space Technology, era um pilar do “complexo militar-industrial” que foi tão ridicularizado pela esquerda. Sendo estudante universitário na época, e sujeito ao serviço militar obrigatório, discordei com ele sobre sua visão de lutar na guerra. Para quem o conhecia, sugerir que Klass teria feito qualquer coisa para ajudar a União Soviética era completamente ridícula.

Um absurdo possivelmente ainda maior é a afirmação de Dolan de que Klass estava envolvido em um relacionamento gay secreto com um membro da embaixada soviética e foi chantageado. Qualquer um que conhecesse bem Klass pode dizer como isso é absurdo. Klass era, de fato, o tipo de “mulherengo”. Lembro-me de perguntar uma vez o motivo de ele nunca ter se casado. Ele respondeu algo como: “Eu nunca quis me limitar a uma mulher”. Quando conheci Klass pela primeira vez, depois de me mudar para a região de Washington, no outono de 1972, visitei Klass em seu apartamento. Ele morava em um apartamento-estúdio, um “celeiro de solteiro”, nos condomínios da Harbor Square, sudeste  de Washington, um lugar bonito e “descolado”. Lembro-me dele me contando sobre todos os membros do Gabinete, congressistas e outros funcionários que moravam lá, que ele às vezes encontrava. Seu apartamento tinha uma bela vista do monumento a Washington ao longe e do rio Potomac. Ele exibia em destaque um pôster de viagem para algum destino do Caribe, mostrando uma mulher vestida de biquíni em uma pose provocante. “Essa é minha mãe”, ele dizia brincando aos visitantes. No início dos anos 70, Klass estava vendo uma francesa, com quem me encontrei algumas vezes. Nas reuniões, se houvesse uma mulher atraente que parecesse desacompanhada, Klass costumava ir conversar com ela. Alegar que Klass era secretamente gay é um equívoco. (Em comparação, eu também conheci James “The Amazing” Randi no final dos anos 70. Logo notei sua falta de interesse pelas mulheres e concluí que Randi era gay. Mas não havia nada sobre o que falar: não perguntei. Desde então, Randi “divulgou” sua sexualidade. O documentário An Honest Liar conta a história completa disso.)


                                                               (Convite de casamento de e Nadya B. Ganew e Philip J. Klass)

Klass finalmente se casou em 1980, quando tinha sessenta anos. Sua esposa, Nadya, era originalmente da Bulgária. Ela conseguiu escapar do Leste Comunista e encontrou refúgio nos EUA. Ela trabalhou para a Voz da América, em Washington, como locutora, lendo as notícias em búlgaro para as “nações cativas” do bloco soviético. Ela, como Phil, era firmemente anticomunista. Após o casamento, Phil e Nadya se mudaram para um apartamento maior, no mesmo complexo. Eu me mudei para a Califórnia logo após o casamento. Phil e Nadya visitaram San Jose no início dos anos 80 e ficaram em minha casa.

Os arquivos do FBI sobre Phil Klass são interessantes de ler. Francamente, nada neles me surpreendeu muito. A página 7 do arquivo afirma que, em janeiro de 1958, Klass foi encaminhado ao FBI para uma possível acusação por “divulgação não autorizada de informações classificadas como ‘SECRETAS’ em um artigo da revista Aviation Week”, sobre “Contramedidas”. Eles não a chamam de “Vazamento de Aviação” por nada! Klass estava apenas fazendo seu trabalho. No entanto, o diretor do FBI, J. Edgar Hoover, escreveu que os segredos desse artigo de duas partes “não podiam ser desclassificados para fins de processo”. Em 1964, uma mulher sem nome (indubitavelmente chamada de “Karen”) relatou ao FBI (página 10) que Klass, na época ainda não havia se mudado para a Harbor Square, supostamente tinha equipamentos de transmissão de rádio ilícitos em seu apartamento, presumivelmente para enviar mensagens de espião. Uma investigação não conseguiu confirmar isso. (Eu nunca soube que Klass possuía equipamento de transmissão de rádio ou rádio amador, embora ele tivesse uma bancada eletrônica para pequenos projetos. Ele era, afinal, um engenheiro elétrico. Mas acho que ele não a usava muito.)

A questão dos contatos de Phil com alguém da embaixada soviética está no centro das acusações de Dolan e Marden. A página 13 do arquivo do FBI conta como, em 29 de janeiro de 1963, Klass telefonou para o escritório do FBI, em Washington, para dizer que estava almoçando com [censurado], obviamente alguém da embaixada soviética. O próprio Klass me contou como havia informado ao FBI de sua visita, para que eles não pensassem que algo secreto estava acontecendo. Klass ficou amigo de um sujeito da embaixada, eles se encontravam ocasionalmente nos fins de semana. Acho que me encontrei com ele uma vez, quando fui convidado a ir com eles no veleiro de Phil no Potomac. Ele não falou muito. Por que Klass às vezes andava com ele? Eu acho que cada um esperava colher informações do outro.

Em 10 de fevereiro de 1975, Klass telefonou novamente para o FBI (página 17). E “em termos fortes cheios de sarcasmo, ele ridicularizou nossa publicação do artigo pelo Dr. J. Allen Hynek, O Mistério dos OVNIs, na LEB” (Boletim de Aplicação da Lei). Mas o FBI não foi castigado. “Klass foi educadamente lembrado” de que em nenhum lugar do artigo “Hynek sugere que os OVNIs são de origem extraterrestre”. O relatório conclui: “Em vista das críticas intemperantes de Klass e das declarações muitas vezes irracionais que ele fez para apoiá-lo, devemos ser cautelosos em quaisquer contatos futuros com ele”!


                                     Era disso que Klass estava reclamando com o FBI.
                                (Tabloide com a manchete “FBI Admite Que OVNIs Existem”)

Algo intrigante é a presença repetida nos arquivos do FBI (página 27) de um “Philip J. Klass, Box 6030, Dallas, Texas 75222”. Obviamente, este é um indivíduo diferente, e aparentemente alguém que estava se passando pelo “verdadeiro Klass”. Em nenhum momento Klass morou no Texas, e até onde eu sei, ele nunca passou muito tempo lá, embora tenha visitado muitas cidades por conta de seu trabalho na revista Aviation Week, conversando com fabricantes de dispositivos aviônicos. Em 1976, esse pseudo-Klass, aparentemente, enviou 28 páginas de maluquices ao FBI, que deveriam ser “secretas”, mas, na verdade, eram apenas bobagens. “O escritor provavelmente não está em plena posse de suas faculdades ao citar uma ‘bomba-relógio psíquica’, ou ‘transformação subconsciente judaica’”. O FBI enviou esses documentos a um especialista do Departamento de Defesa, que concluiu que “essa informação provavelmente foi idealizada como uma farsa” (página 46). O FBI expressou dúvidas se o “Klass” do Texas era de fato o real.

O engraçado (e revelador) é o comentário do FBI de que Klass “exibe uma atitude sardônica quando entra em contato com a WFO” (Washington Field Office, página 41). Eu posso, sem dúvida, acreditar nisso.

Os itens mais recentes do arquivo do FBI sobre Klass pertencem a algumas consultas feitas por Klass ao FBI em 1987 (página 52). Observando que muitos artigos apareceram em diferentes publicações discutindo o uso de “médiuns” na aplicação da lei, Klass perguntou sobre a política do FBI sobre o uso de “médiuns” em suas investigações. A resposta foi: “Atualmente, o FBI não tem regras ou regulamentos a respeito do uso de clarividentes na condução de investigações”. Em uma carta posterior, Klass apontou como uma mulher se gabava de dar várias palestras à Academia do FBI sobre o uso de “poderes psíquicos” em investigações. Desta vez, a resposta do FBI declarou: “A Academia Nacional do FBI, como instituição educacional, tem a obrigação de oferecer uma gama completa de cursos, que atendem às necessidades e interesses de seus alunos”, observando que isso não constitui um “endosso” de tais reivindicações. (A “Detetive Psíquica” era Noreen Renier, cujo nome vemos através de uma “falha na censura” na página 59!)


                                              Noreen Renier, a “Detetive Psíquica” 
                                 que lecionou na Academia do FBI, em Quantico, Virgínia

E é basicamente isso que  há nos arquivos do FBI sobre Philip J. Klass. Em nenhum lugar isso sugere que Klass “era suspeito pelo FBI de ser um agente soviético”, como afirma Dolan. Mas Marden e Dolan viverão para se arrepender de suas calúnias tolas. Eles serão vítimas da famosa Maldição dos OVNIs de Klass!

A ÚLTIMA VONTADE E TESTAMENTO DE PHILIP J. KLASS

Para os ufólogos que me criticam publicamente... ou que até me desprezam em particular, vos deixo A Maldição dos OVNIs:

Não importa quanto tempo você viva, você nunca saberá mais sobre os OVNIs do que sabe hoje. Você nunca saberá mais sobre o que realmente são os OVNIs, ou de onde eles vêm. Você nunca saberá mais sobre o que o governo dos EUA realmente sabe sobre os OVNIs do que você sabe hoje. Quando você se deitar em seu próprio leito de morte, ficará tão confuso com os OVNIs quanto hoje. E você vai se lembrar desta maldição. 

(Publicado no boletim Saucer Smear, de James Moseley, em 10 de outubro de 1983)

Strike Três: Os Slides de Roswell


                 “A História Muda” quando Maussan (e seus amigos, incluindo Richard Dolan) 
                                                      revelam “Os Slides de Roswell”.

Para os observadores atentos da ufologia, parece que foi ontem que todos falavam sobre os “Slides de Roswell”, supostamente dois slides mostrando um alienígena morto que apareceu na venda do imóvel de alguém. Mas como muitas pessoas foram recentemente atraídas para a “Terra da UFOria” (como costumava chamar o Tio Phil) por toda a publicidade sobre Tom DeLonge, TTSA, AATIP, etc., os recém-chegados podem não estar cientes disso. Apenas cinco anos atrás, em Cinco de Mayo, Richard Dolan participou com muito entusiasmo da agora infame apresentação “BeWitness”, organizada pelo sensacionalista caçador de OVNIs Jaime Maussan, na Cidade do México. Como uma notícia explicou:

“Em 5 de maio, em um evento chamado ‘Seja Testemunha’, no Auditório Nacional da Cidade do México, apresentado por Jaime Maussan, imagens nunca vistas do suposto alienígena de Roswell foram divulgadas, alegando-se que as imagens foram verificadas quanto à autenticidade e que provam que os alienígenas existem.

Maussan revelou durante o evento que as fotos mostram que existe vida extraterrestre. ‘É por isso que a apresentação de dois slides, dois negativos, nos quais um ser com características não humanas pode ser visto, é muito importante, especialmente se essas fotos foram datadas por especialistas de um período quando o modelo do arquétipo extraterrestre que conhecemos hoje não existia, mas também porque também era impossível falsificar esse tipo de imagem’, afirmou Maussan.

Outros especialistas que participaram do evento foram Richard Dolan, um dos principais pesquisadores e escritores norte-americanos sobre OVNIs, Edgar Mitchell, antigo astronauta e a sexta pessoa a caminhar na Lua e outros especialistas no campo da ufologia e do espaço. Todos eles expressaram, por unanimidade, seu apoio à autenticidade das fotografias e disseram que não foram falsificadas.”


                                   Richard Dolan (sentado à direita) participando do
                                   show de palhaços de Jaime Maussan, “BeWitness”.

Após meses de divulgação incessante, os “Slides de Roswell” caíram por terra rapidamente, depois que uma foto suficientemente clara foi vazada para pesquisadores de fora. Quando analisado com competência por pesquisadores fora do show de palhaços de Maussan, a placa ao lado do corpo mostrava claramente a mensagem “CORPO MUMIFICADO DE MENINO DE DOIS ANOS”. Os slides mostravam o corpo preservado de um jovem nativo americano que já havia sido exposto no Museu Arqueológico de Mesa Verde, e não de um alienígena do espaço.

RICHARD DOLAN: TRÊS STRIKES E VOCÊ ESTÁ FORA!

Agora você se junta a Steven Greer, Bob Lazar, Billy Meier, Linda Moulton Howe, Corey Goode, etc., no exclusivo Clube de Ufólogos cuja credibilidade é zero. Parabéns!

Tradução: Pamylla Oliveira e Tunguska
Autor do artigo: Robert Sheaffer badufos.blogspot.com

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Uma Revisão Do “Clássico” Caso Cash-Landrum



Eu sempre senti que o famoso Caso Cash-Landrum, de 29 de dezembro de 1980, talvez seja o caso ufológico mais intrigante e complicado já registrado. Se os eventos realmente aconteceram como relatados, então nenhuma explicação prosaica era possível. Por outro lado, não há evidência concreta independente para substanciar as alegações das testemunhas, apesar dos anos de pesquisa. Como o cético forteano Peter Brookesmith disse: “Para os ufólogos, o caso talvez seja o mais desconcertante e frustrante dos tempos modernos, do que começou como evidência concreta para um fenômeno notoriamente indefinido, se transformou em um labirinto de becos sem saída, negações e talvez até desonestidades oficiais.”



Vickie Landrum (esquerda), Betty Cash (direita) e Colby (centro)

Esse é um caso muito complexo (como B&B Hill, Roswell, Rendlesham, Travis Walton, etc.), e o espaço não permite que seja completamente descrito aqui. Como resumido no site “about.com”, em seus “melhores arquivos de casos de OVNIs”, enquanto as testemunhas estavam dirigindo por volta das 9 da noite perto de Houston, no Texas...

Elas encontraram um OVNI em forma de diamante pairando sobre a estrada. Betty e Vickie pensaram de início que estavam vendo um helicóptero ou um avião. [Colby, o neto de sete anos de Vickie, também estava no carro]. Havia vários campos de aviação não muito longe deles, mas esse objeto não parecia um helicóptero, avião ou qualquer coisa que já tivessem visto antes. O grande e ameaçador OVNI, de tempos em tempos, disparava chamas laranja-avermelhadas em direção ao asfalto.

Betty, apesar de assustada, estava fascinada com o objeto que parecia de outro mundo. Ela havia saído do carro e observava o OVNI enquanto ele pairava sobre e à frente deles. De repente, o céu estava cheio de helicópteros. Betty observou: “Eles pareciam vir de todas as direções... parecia que estavam tentando cercar a coisa.”


O suposto OVNI cercado por helicópteros

As chamas que saíam do objeto eram, supostamente, tão intensas que tornavam o carro muito quente para ser tocado.
Alegadamente, vários efeitos na saúde começaram quase imediatamente, especialmente para Betty Cash. A Wikipédia diz...

Naquela noite, todos eles experimentaram sintomas similares, apesar de que, em Cash, foi em um grau maior. Todos sofreram de náusea, vômitos, diarreia, fraqueza generalizada, uma sensação de queimação nos olhos e sentindo como se eles tivessem sofrido queimaduras de sol.

Nos dias seguintes, os sintomas de Cash pioraram, com muitas bolhas grandes e dolorosas se formando em sua pele. Quando levada para a emergência de um hospital em 3 de janeiro de 1981, [Jerome] Clark escreveu que Cash “não podia andar e perdeu grandes porções de pele e tufos de cabelo. Ela foi liberada após 12 dias, apesar que sua condição não estava muito melhor e, mais tarde, ela retornou ao hospital por mais 15 dias”.

Isso fez surgir a crença comum de que as testemunhas foram expostas a algum tipo de “radiação” e sofreram todos os seus efeitos. Entretanto, um exame detalhado não confirmou isso. Brad Sparks, que não é nenhum desmascarador de histórias de OVNI, escreveu, em 1999, que “não parecia que os sintomas de Cash-Landrum eram consequência de radiação ionizante ou “doença da radiação” por diversos motivos. Eu revisei esse caso para a APRO, no começo dos anos 1980, mas não pude publicar os resultados da minha análise por várias razões. O oncologista de radiação e consultor da APRO, Dr. Richard Niemtzow, revisou minhas descobertas e concordou que os sintomas não batiam com os esperados para síndrome de radiação ionizante”. O cético Gary Posner, médico, analisou os sintomas relatados e chegou à mesma conclusão. Se radiação estivesse envolvida, de acordo com Posner, os sintomas relatados teriam indicado uma dose letal. Já que as duas mulheres viveram muitos anos após o incidente, e Colby ainda está vivo, ninguém recebeu uma dose letal de radiação, e os sintomas relatados, se corretos, podem ser ter sido causados por outra coisa além de radiação.

Entretanto, os registros médicos de Betty Cash nunca foram divulgados por razões de “privacidade”. Certo, mas você não pode simultaneamente citar sintomas médicos como prova de encontro com OVNI, enquanto se recusa a divulgar os registros médicos que poderiam confirmar ou refutar a alegação. Devido aos registros médicos permanecerem “privados”, relatos do que eles contenham são inúteis.

Essas alegações de efeitos nocivos levaram Cash e Landrum a abrir um processo por danos de 20 milhões de dólares contra o governo dos EUA, em 1981. Eles foram representados de graça pelo advogado ligado à ufologia Peter Gersten, que atraiu muita atenção em 2012 ao anunciar um plano de saltar de Bell Rock, em Sedona, no momento do solstício de inverno do apocalipse maia (mas, por sorte, ele pensou melhor e ainda está vivo). A ação foi dispensada pelo juiz da Corte Distrital dos EUA, em 1986, por razões de que o envolvimento do governo dos EUA não foi demonstrado. Seria fácil rastrear uma frota de 23 helicópteros Chinook voando sobre os Estados Unidos. Muito esforço foi empregado para rastrear tais helicópteros, em vão. As Forças Armadas dos EUA simplesmente não tinham uma frota de tantos helicópteros Chinook em um único lugar, nem qualquer empresa particular.


O helicóptero Chinook; 23 desses supostamente perseguiram o OVNI

Esse caso recebeu muita atenção da mídia, no That’s Incredible (da ABC), no UFO Coverup Live, no Unsolved Mysteries, no Sightings e no UFO Hunters, apenas para citar alguns. O principal investigador do caso sempre foi John F. Schuessler, um conhecido diretor da MUFON, também afiliado a várias outras organizações de ufologia. Ele escreveu o livro The Cash-Landrum UFO Incident.

Curt Collins é um ufólogo que, durante os últimos dois anos, esteve recolhendo tantas informações quanto possível sobre o Caso Cash-Landrum. Ele compartilhou essas informações em seu blog, o Blue Berry Lines. Collins foi um “editor contribuinte” que ajudou o falecido e grande James Moseley a colocar de pé sua circular semi-legendária Saucer Smear.

Collins intitulou sua postagem no blog, datada de 12 de novembro de 2013, “O Incidente Cash-Landrum: Os Arquivos Suprimidos”. Você terá que ler cuidadosamente para entender seu significado. Collins escreveu:

As evidências físicas do caso ufológico Cash-Landrum são muito do que torna esse caso tão convincente e duradouro. Outro fator-chave é a reputação e o conhecimento do investigador-chefe do caso, John F. Schuessler, que teve um trabalho difícil ao procurar por evidências, promover o caso e proteger as testemunhas. Os registros médicos foram protegidos por Schuessler, citando a privacidade das testemunhas como razão para escondê-los. O que é menos conhecido, é que há outra evidência do caso que Schuessler escolheu não compartilhar.

Depois que as mulheres foram até Base Aérea de Bergstrom, em Austin, para registrar uma queixa, a Agência de Controle de Radiação, do Departamento de Saúde do Texas, fez uma investigação sobre o assunto. Collins escreveu:

O relatório do departamento revelou que radiação residual não foi encontrada ao longo da estrada, mas eles não estavam encerrando o caso. Eles fizeram uma oferta importante: eles estavam interessados em continuar a investigação, começando com o exame do doutor sobre os registros médicos. Não há documentação disso nos arquivos do departamento, mas Schuessler se recusou ou ignorou a oferta do Estado para ajudar as testemunhas.

Supostos traços físicos do incidente parecem estar entre as evidências que apoiam o caso. Collins escreveu: “Quando discutia o caso, Schuessler contou como as testemunhas foram capazes de retornar ao local preciso e que a cena continha algumas características distintas, identificáveis.”

“É interessante notar, que apesar de nem Vickie ou Betty terem voltado ao local desde o incidente, elas foram capazes de nos levar para perto da localização exata. As visitas separadas ao local nos confirmaram a localização do incidente.” - The Cash-Landrum Incident, página 54.

“Elas foram capazes de apontar o ponto na estrada que indicava que o local recebeu calor a níveis extremos. Estava queimada, e isso era muito claro a olho nu.” - Unsolved Mysteries (NBC), 6 de fevereiro de 1991.

“Uma grande máquina voadora sobrevoou a estrada e deixou marcas na estrada, então dá para saber exatamente onde foi.” - Sightings (Série do canal Sci-Fi): “Efeitos físicos”, 31 de julho de 1992.
Não há, infelizmente, nenhuma fotografia ou outra evidência que nos mostre essas supostas marcas do OVNI na estrada. Alguém pode se perguntar por quê.





Documento do Departamento de Saúde do Texas

No recém revelado documento, Collins nota que o investigador do Departamento de Saúde do Texas, Charles Russo escreveu:

“Então eu perguntei ao sr. Schuessler se ele tinha encontrado o local do avistamento. O sr. Schuessler declarou que, devido à hora da noite e o estado emocional das mulheres, elas apenas puderam declarar que acreditavam ter visto o objeto na porção direta da FR 1485, entre um bar e um tipo de sinalização na estrada.”


Em outras palavras, nem Cash nem Landrum nem Schuessler tinham qualquer ideia de onde esse incidente parecia ter acontecido! Collins observa:

“O Relatório Meyer documenta que Schuessler e as testemunhas não saberem o local exato do avistamento responde a algumas perguntas preocupantes. Agora podemos entender por que não há fotografias da estrada ou das árvores queimadas e por que amostras de solo/pavimento nunca foram apresentadas como evidência. A alegação de que o local do avistamento foi encontrado e investigado era a base do caso dele. Se essa alegação for falsa ou imprecisa, todo o caso está contaminado. Isso levanta outras questões sobre como as evidências foram apresentadas e quanto delas podem ser verificadas.”



Em outras palavras, parece que Schuessler simplesmente fez a alegação de ter identificado e investigado o local do avistamento e encontrado evidências lá.

Há também a questão intrigante do porquê os proponentes desse caso permanecerem tão contrários a divulgar qualquer documento médico de Betty, mesmo após a morte dela, e especialmente após tantos dados sobre suas supostas condições médicas já terem sido discutidas publicamente. “Schuessler se recusou ou ignorou a oferta do Estado a prestar ajuda [médica] à testemunha.” Por quê?

Enquanto estávamos discutindo esse caso por e-mail, Gary Posner escreveu:

“Lembro de uma foto mostrada [em 1 de abril de 1982, na edição do That’s Incredible, da ABC] dos braços de Betty, com erupções discretas, redondas, como queimaduras de sol, que imediatamente me fizeram suspeitar de que ela as criou ao cobrir seus braços com uma vestimenta que continha cortes circulares e então se expôs à luz do sol (ou de uma lâmpada).”

Não há como aqueles padrões discretos e redondos terem sido produzidos por radiação de um objeto distante. O que o Dr. Posner está sugerindo é que, como fanáticos religiosos antigos que fabricaram seus próprios sintomas de “estigmata”, Betty Cash criou os padrões de queimadura de radiação redondas e discretas em seus braços para poder apresentar sintomas sérios para seus médicos.

A ciência médica tem um termo para esse tipo de comportamento: “síndrome de Münchausen, uma desordem psiquiátrica fictícia em que os afetados forjam uma doença, condição ou trauma psicológico para chamar atenção, ter simpatia ou reafirmação de si mesmos.” Embora não seja muito comum, está longe de ser rara. E supondo que os registros médicos de Betty Cash contenham as palavras síndrome de Münchausen, ou palavras nesse sentido, o que parece bem provável, entendemos por que quem promove o Caso Cash-Landrum se recusa fervorosamente a deixar qualquer um ver os registros médicos dela. Isso destruiria todos os vestígios de credibilidade que esse caso já teve.

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Tradução: Pamylla Oliveira
Artigo original:
https://badufos.blogspot.com/2013/11/between-beer-joint-and-some-kind-of.html

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Relatório Público Sem Precedentes Sobre OVNIs Solicitado Pelo Comitê de Inteligência do Senado

Os legisladores querem saber quais dados existem, como são compartilhados,
 que ameaças essas aeronaves podem representar e se um adversário possui 
uma nova tecnologia inovadora.




Membros do Senado dos EUA expressaram preocupação de que as Forças Armadas dos EUA, assim como outras agências do governo federal, não tenham dado a devida atenção aos relatórios de encontros com fenômenos aéreos não identificados, ou UAPs, mais comumente chamados de objetos voadores não identificados, ou OVNIs, que podem estar ligados aos adversários dos EUA. Agora, eles procuram ordenar que o Diretor de Inteligência Nacional trabalhe com outras agências relevantes para produzir um relatório detalhando exatamente quais informações eles já possuem sobre os UAPs, como esses dados são coletados e processados, como estão sendo compartilhados e quais ameaças ou outros riscos esses objetos possam representar.

A convocação para a revisão dos UAPs foi incluída em um relatório que acompanha um rascunho da Lei de Autorização de Inteligência para o Ano Fiscal de 2021, que o senador Marco Rubio, um republicano da Flórida, apresentou em nome do Comitê Selecionado de Inteligência do Senado em 17 de junho de 2020. Danny Silva, do SilvaRecord.com, foi o primeiro a relatar o documento.

"O Comitê apoia os esforços da Força-Tarefa para Fenômenos Aéreos Não Identificados, no Escritório de Inteligência Naval, para padronizar a coleta e a divulgação de fenômenos aéreos não identificados, quaisquer vínculos que eles tenham com governos estrangeiros adversários e a ameaça que representam para os equipamentos e instalações militares dos EUA", diz o relatório do comitê. "No entanto, o Comitê continua preocupado com o fato de não haver um processo abrangente e unificado dentro do governo federal para coletar e analisar informações sobre fenômenos aéreos não identificados, apesar da ameaça potencial. O Comitê entende que as informações relevantes podem ser sensíveis; no entanto, o Comitê considera que o compartilhamento e a coordenação de informações em toda a Comunidade de Inteligência foram inconsistentes e esse problema careceu de atenção dos principais líderes".

Então, o que Rubio e seus colegas agora estão pedindo é que o Diretor de Inteligência Nacional, juntamente com o Secretário de Defesa e quaisquer outras partes que considerem relevantes, produzam um relatório sobre essas questões, dentro de 180 dias, e que seja principalmente de caráter público, embora possa ter detalhes adicionais confidenciais em um anexo. A revisão teria que cobrir os seguintes pontos:

1. Uma análise detalhada dos dados sobre fenômenos aéreos não identificados e relatórios de inteligência coletados ou mantidos pelo Escritório de Inteligência Naval, incluindo relatórios de dados e inteligência mantidos pela Força-Tarefa para Fenômenos Aéreos Não Identificados;

2. Uma análise detalhada dos dados sobre fenômenos não identificados coletados por:
a. inteligência geoespacial;
b. inteligência de sinais;
c. inteligência humana; 
d. inteligência de medição e assinatura;

3. Uma análise detalhada dos dados do FBI, derivados de dados sobre investigações de invasões de fenômenos aéreos não identificados no espaço aéreo restrito dos Estados Unidos;

4. Uma descrição detalhada de um processo interagências para garantir a coleta de dados em tempo hábil e a análise centralizada de todos os fenômenos aéreos não identificados relatados ao Governo Federal, independentemente de qual serviço ou agência tenha adquirido as informações;

5. Identificação de um oficial responsável pelo processo descrito no parágrafo 4;

6. Identificação de possíveis ameaças aeroespaciais ou outras ameaças impostas pelos fenômenos aéreos não identificados à segurança nacional e uma avaliação sobre se a atividade desses fenômenos aéreos não identificados pode ser atribuída a um ou mais adversários estrangeiros;

7. Identificação de quaisquer incidentes ou padrões que indiquem que um potencial adversário pode ter alcançado capacidades aeroespaciais inovadoras que poderiam colocar em risco as forças estratégicas ou convencionais dos Estados Unidos; 

8. Recomendações relativas ao aumento da coleta de dados, pesquisa e desenvolvimento aprimorados e financiamento adicional e outros recursos.

É importante observar que o Senado ainda precisa finalizar sua Lei de Autorização de Inteligência para o Ano Fiscal de 2021 e eles terão que reconciliá-la com os representantes na Câmara dos Deputados. Ambas as casas precisam aprová-la e o presidente Donald Trump precisa sancioná-lo. Mesmo assim, as orientações adicionais contidas nesse relatório não são vinculativas. Também é importante notar que esse relatório do comitê, bem como o rascunho existente da mais recente Lei de Autorização de Inteligência, tem anexos confidenciais, que podem conter informações adicionais sobre UAPs, embora não haja como dizer com certeza.

No entanto, a solicitação pública de um relatório por si só inclui uma série de novos e importantes detalhes, incluindo, desde o início, que a Marinha possui uma força-tarefa dedicada focada nessa questão. Por razões que permanecem inexplicáveis e que o The War Zone se aprofundou em detalhes no passado, a Marinha é a corporação no centro de todos os principais encontros com UAPs divulgados nas últimas duas décadas. Praticamente não houve comentários públicos significativos do restante das Forças Armadas dos EUA sobre eventos semelhantes.

Sabe-se que a Marinha tem apresentado informações confidenciais sobre UAPs a membros seniores do Congresso desde que o jornal The New York Times publicou sua primeira reportagem detalhada sobre Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP), do Pentágono, e seus antecessores, que também se concentraram em parte na investigação de relatos de objetos aéreos não identificados, em 2017. Alguns legisladores já expressaram suas preocupações sobre o conteúdo das informações que o serviço está fornecendo, se os conhecidos encontros com UAPs representam possíveis ameaças à segurança nacional e se esses problemas estão sendo levados a sério, como o The War Zone, entre outros, relatou no passado.

A menção específica de que a Agência Federal de Investigação (FBI) está coletando informações sobre avistamentos de UAPs também é notável, se não surpreendente. O departamento estava entre as agências do governo dos EUA que se sabia estarem envolvidas nas investigações de avistamentos de ainda avistamentos inexplicáveis de objetos não identificados sobrevoando várias partes do Colorado e Nebraska, incluindo instalações sensíveis da Força Aérea dos EUA, entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, embora não haja indicação de que esse incidente foi um fator direto na solicitação do Comitê de Inteligência do Senado. 

Além das informações da Marinha e do FBI especificamente, o Senado deseja ver outros dados sobre UAPs provenientes de basicamente quaisquer outras fontes e métodos de inteligência disponíveis ao governo dos EUA. Menciona especificamente inteligência geoespacial (GEOINT), inteligência de sinais (SIGINT), inteligência humana (HUMINT) e inteligência de medição e assinatura (MASINT).

Talvez a parte mais interessante e preocupante dessa disposição seja a aparente admissão de que os senadores encarregados de supervisionar as atividades de coleta de inteligência dos Estados Unidos ainda não tenham um bom entendimento do processo interagências para a coleta e análise centralizada de dados sobre UAPs vindos de todas as partes do governo federal, ou quem pode ser o principal oficial encarregado desse processo, se ele existir. É difícil entender como isso poderia acontecer depois de todo esse tempo, dada a possibilidade de que esses encontros poderiam refletir ameaças à segurança nacional dos EUA, inclusive diretamente dos possíveis adversários dos EUA, algo que o The War Zone destacava regularmente ao discutir esses eventos no passado.

O que o Comitê Selecionado de Inteligência do Senado deseja desse relatório apenas ressalta essas preocupações. As estipulações do comitê concentram-se principalmente no possível envolvimento estrangeiro nesses eventos, como se esses encontros com UAPs podem "ser atribuídos a um ou mais adversários estrangeiros" e se são indicadores de "capacidades aeroespaciais inovadoras", em vez de temores absolutos sobre algum tipo de atividade extraterrestre, mas alguns ainda podem interpretar isso como ambíguo. No mês passado, o The War Zone foi a primeiro a reportar novas informações obtidas por meio da Lei de Liberdade de Informação sobre encontros entre pilotos da Marinha e UAPs na Costa Leste dos Estados Unidos nos últimos anos, que descreveram especificamente muitos dos objetos como tendo características humanas familiares ou semelhantes a balões.

Além de tudo isso, também é notável que os membros do Senado estejam buscando uma revisão pública dessas questões que eles poderiam divulgar ao povo americano. Se isso acontecer, pode facilmente se tornar um dos relatórios oficiais de caráter público mais importantes sobre os encontros com UAPs/UFOs desde os estudos do Projeto Blue Book, da Força Aérea dos EUA, nas décadas de 1950 e 1960.

Ainda resta saber como o Diretor de Inteligência Nacional responderá a essa solicitação, mas a inclusão do Comitê Selecionado de Inteligência do Senado em seu relatório é um indicador claro de que há pelo menos alguns legisladores desejando obter mais informações sobre o que as Forças Armadas dos EUA, bem como outras agências, sabiam sobre os UAPs e que ameaças eles poderiam apresentar aos Estados Unidos.


Tradução: Tunguska Legendas
Fonte: thedrive.com