sexta-feira, 26 de março de 2021

Mike Rogers diz que "não deve mais ser considerado uma testemunha da suposta abdução de Travis Walton"

 


Em 19 de março de 2021, Michael H. Rogers postou a seguinte imagem em sua página pessoal do Facebook:


“Eu, Michael H. Rogers, de mente sã e racional, venho por meio deste notificar que não devo mais ser considerado uma testemunha da suposta abdução de Travis C. Walton em 5 de novembro de 1975”



O que exatamente isso significa? Mike Rogers era quem dirigia a caminhonete no momento em que Travis Walton correu para a floresta em direção a um OVNI e foi abduzido por alienígenas.


Agora, na página de Rogers no Facebook, ele se refere à "suposta abdução de Walton", mas é bastante vago sobre o que isso significa exatamente. Várias pessoas, inclusive eu, pediram a Rogers que ele esclarecesse o que estava dizendo. Jay Michael perguntou a ele: "Você está dizendo que o evento não aconteceu ou você não quer mais ser associado a ele?". Rogers respondeu: "Não quero mais ter nenhuma relação com Big-T [Travis Walton] especificamente. O evento definitivamente aconteceu, de nossa perspectiva, de qualquer maneira." O que quer que isso signifique.


Respondendo a uma publicação que dizia: "É uma pena que depois de todos esses anos você tenha decidido dizer que a abdução nunca aconteceu", Rogers disse: "Não estou dizendo que não aconteceu, Chuck. Todos nós, testemunhas, fizemos testes de polígrafo, lembre-se. Tudo o que eu disse foi 'suposta', como em 'talvez tenha sido'. Tudo o que quero dizer com 'suposta' é que talvez não passe de 'conversa fiada'." Então, talvez a abdução tenha acontecido, talvez não. E talvez tenha sido tudo conversa fiada.


Mais tarde, Rogers escreve: "Tenho certeza de que vou perder muitos amigos por causa disso, mas espero que não. Esperei muito tempo para dizer isso... Estou muito cansado de não por isso para fora."


Em uma resposta a esta mesma postagem no grupo do Facebook Desert Hart Paranormal, Rogers diz: "Travis tentou manter em segredo de mim um novo remake do filme. Ele sempre escondeu seus segredos de mim. Isso me irritou. Nas últimas duas semanas, tentei argumentar com Big-T, mas sem sucesso. Não acredito que Travis seja uma pessoa honesta e, portanto, não quero ter nenhuma relação com ele." Isso nos faz lembrar o que Steve Pierce, outro membro da equipe dos lenhadores, disse sobre Travis:


"Travis é a pessoa mais ignorante e estúpida que já conheci na minha vida. Ele não tem bom senso. E o livro que ele escreveu, ele não poderia ter escrito aquele livro sozinho. Ele não tem bom senso suficiente para escrever esse livro." (Dizia-se que John G. Fuller, autor de The Interrupted Journey e de outros livros bastante sensacionalistas, era o escritor-fantasma de Walton.)


Pierce também diz que nunca gostou de Travis, e explica por quê.


Alguns estão sugerindo que isso seja apenas uma disputa financeira entre antigos amigos, na verdade, sogros (Travis Walton é (ou foi) casado com a irmã de Mike Rogers. Espero que este não seja apenas mais um episódio de Family Feud).


No entanto, a declaração de Rogers pode ser interpretada de outra forma: ele parece estar dizendo que não irá mais atestar o relato de Travis sobre o evento. A história de Travis é uma abdução alienígena "real" ou é uma farsa. Não há outra possibilidade a se considerar. Rogers estava em posição de saber com certeza se era ou não uma farsa. Na verdade, se a história de Travis é uma farsa, Rogers deve tê-lo ajudado a planejá-la e realizá-la.


Em 20 de março, Travis Walton escreveu na página de Rogers no Facebook: "Em seus ataques repentinos contra mim, ele quer atenção e está funcionando". Ao que Rogers respondeu: "Travis Walton, você espera? Mas eles estão certos, saia da minha página, ou serei ainda mais verdadeiro. Tudo o que digo sobre você é a verdade, seu grande mentiroso [Big 'liar' T]."




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Tradução: Tunguska


Fonte: https://badufos.blogspot.com/2021/03/mike-rogers-says-that-he-is-no-longer.html

sexta-feira, 19 de março de 2021

O Que Pensam Pesquisadores e Jornalistas sobre o Escândalo da Retenção do Pentágono de Informações sobre UAPs via FOIA

 



 

 

Conforme noticiado, os artigos bombásticos de Mark Cecotti e Adam Keyhoe sobre o Escritório de Relações Públicas do Pentágono assumindo o controle do escritório da lei de liberdade de informação com relação específica aos pedidos de documentos sobre UAPs causaram extrema controvérsia. Não apenas estamos vendo algo altamente antiético e imoral, mas "potencialmente" estamos vendo algo fora da lei estabelecida.

 

Naturalmente, as pessoas que querem respostas para informações do governo sobre UAPs estão indignadas com a hashtag #MakeNoComment [Não Faça Comentários], agora uma tendência na comunidade de pesquisa.

 

Abaixo estão algumas das reações de duas das vozes principais, Tim McMillan e John Greenewald.

 

Em primeiro lugar, o Escritório de Relações Públicas do Pentágono não tem carta branca para ditar e orientar mensagens públicas. Por mais frustrado que eu esteja com eles, pessoas como Susan Gough não têm autoridade para orientar sozinhas as mensagens. Em vez disso, há processos incrivelmente pesados ​​e ineficazes. Qualquer agência ou escritório que tenha interesse em um assunto deve esclarecer as declarações antes que possam ser feitas publicamente.

 

As agências são incrivelmente protetoras quanto a seus patrimônios e estão constantemente tentando garantir que alguém não esteja pisando em seu território. Nenhuma dessas agências, ou mesmo o secretário adjunto de relações públicas pode simplesmente encomendar uma declaração pública por conta própria. No entanto, basta um deles para matar uma mensagem pública. Coisas que levariam horas no mundo dos negócios privados levam dias, semanas e meses no governo.

 

Mesmo que algo seja aprovado por todos os envolvidos, existe algo chamado de “processo de reclamação”. Com isso, mesmo após uma decisão ter sido tomada, aprovada e apurada por um princípio, qualquer pessoa pode pedir “reclamações”, o que significa que eles solicitaram formalmente que uma decisão aprovada seja anulada.

 

O que isso ilustra é algo de que @ChristopherKMe4 e @LueElizondo reclamam há algum tempo, que é o assunto da UAPTF ou UAPs em geral, falta de um comando centralizado de forças combinadas e “coragem” para fazer qualquer coisa sobre o assunto. Considere todos os agentes que podem tomar atitude quando se trata de UAPs: @usairforce, @USNavy, @USArmy, @SpaceForceDoD, @DefenseIntel, @NatReconOfc, @ENERGY, @NSAGov, @CIA, @FBI, @DHSgov, para citar alguns, é apenas um exemplo de algumas das ramificações (e nem todas se enquadram nos mesmos departamentos) e nem mesmo contabiliza o grande número de escritórios que podem estar envolvidos no processo.

 

Minha maior preocupação com esses incidentes que vieram à tona recentemente é, mais uma vez, que temos funcionários de relações públicas do Departamento de Defesa discutindo como lidar com o processo do FOIA. O Escritório de Relações Públicas tem autoridade para solicitar notificação antes da liberação de certos registros; entretanto, agências ou departamentos não podem ditar a aplicação da 5 USC 552 e da lei federal.

 

Eles são obrigados a cumprir a lei, não criá-la, interpretá-la ou escolher como aplicá-la. Em e-mails obtidos por @ddeanjohnson, vimos anteriormente o Escritório de Relações Públicas dizendo naquela época que não optaram por divulgar oficialmente os 3 vídeos que vazaram em 2017. Na verdade, eles finalmente os divulgaram ano passado, no entanto, isso foi semanas depois de eu publicar o relatório do Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea mostrando que, no início de 2018, já havia sido determinado oficialmente que os vídeos não eram confidenciais e não revelavam nada que atendesse às exceções delineadas pelo EO 13526.

 

Segundo suas próprias confirmações, um ano depois, em 2019, o Escritório de Relações Públicas do Departamento de Defesa  estava reconhecendo que estava retendo informações de forma intencional e ilegal. Se isso não envolvesse UAPs, @CNN, @FoxNews, @MSNBC, @washingtonpost, @nytimes, @theintercept, etc., teria chovido notícias - o inferno cairia sobre o DoD. Mas, em vez disso, a resposta foi: “meh…” Em vez disso, você tem um punhado de pessoas, como nossa modesta start-up @Debriefmedia, que estão dizendo “Espere um minuto! Não se trata apenas de UFOs ou UAPs! Trata-se de liberdade de imprensa, confiança no governo e cumprimento da lei.” Então, minha pergunta para @SecDef, @kath_hicks, @DoD_IG, @JoeBiden, @VP, @KamalaHarris, @WhiteHouse, @ODNIgov, @PentagonPresSec é o que você permite, você aprova.

 

Por que o público deve ter fé e confiança nas declarações que vocês desejam compartilhar, ou seja, a resposta à COVID, erradicar a violência/assédio sexual e o extremismo nas forças armadas, se há um desprezo absoluto por intervir e responder às perguntas que vocês claramente não desejam responder, mas o público pergunta esmagadoramente?

 

No momento, dá para sobreviver dizendo que isso foi um fracasso da administração executiva anterior, mas o relógio está correndo. A falha em abordar adequadamente essas preocupações mostrará o desprezo tacanho pelo sentimento social e pela história subjacentes.

 

Para que não esqueçamos, não importa o quão bobo possa parecer para alguns, a ideia de o governo americano encobrir UFOs é um tema antigo usado por pessoas como William Cooper, cujo livro "Behold a Pale Horse" inspiraria pessoas como Timothy McVeigh. Ele facilmente se tornará alimento e uma porta de entrada para o próximo movimento "Q" e se tornará uma nova arma de zona cinzenta oferecida a adversários estrangeiros. 2016 vai se repetir e vocês deve estar se perguntando "Onde estavam os sinais?"

 

- Tim Mcmillan 14/03/2021

 

 

“Mas o processo do FOIA deveria ser “controlado” por aqueles mais preocupados com a ótica, ao invés de Liberdade de Informação? A Assessoria de Imprensa de uma agência deve invadir a assessoria de petições via FOIA da mesma, na tentativa de controlar a divulgação de informações? Tal cenário pode parecer uma intrusão clara nos direitos concedidos ao povo pela lei, mas um documento recém-divulgado, obtido via FOIA, revela que, pelo menos com um assunto, eles estão fazendo exatamente isso.”

 

- John Greenewald 14/03/2021

 

 

 

  *   *   *

 

 

 

Tradução: Tunguska

 

Fonte:

https://www.the-unidentified.net/the-pentagon-foia-uap-scandal-thoughts-from-researchers-and-journalists

Como Alguns Porta-vozes do Pentágono Orquestraram uma Estratégia para Manter em Segredo Informações sobre UFOs (UAPs) Solicitadas via FOIA

 





 

 

Você não poderia inventar e colocar isso no enredo mais maluco de Arquivo X. O Fumante está parado no canto de uma sala escura em algum prédio federal, sussurrando para alguns personagens obscuros para "não fazer comentários" sobre o compartilhamento de informações sobre UFOs (UAPs) para o público.



 

Mas não se trata de uma série de TV. Isso beirou desconfortavelmente a realidade e pode ter acontecido entre uns poucos selecionados dentro do Pentágono. Novas informações foram recentemente descobertas por Mark Cecotti via FOIA e explicadas por Adam Keyhoe, que mostram que uma estratégia foi implementada por um grupo seleto para garantir que informações não confidencias sobre UAPs sejam divulgadas.

 

 

“...de uma perspectiva de Relações Públicas, todos os pedidos da mídia sobre UAPs vão para Sue Gough, Relações Públicas do Departamento de Defesa... mantendo-se informadas, enquanto coordenamos de perto.

 

Até o momento, não autorizamos nenhuma entrevista para a mídia sobre o assunto.

 

Não faça comentários. As nuances de tudo isso são tais que quaisquer desvios da declaração feita pelo DOD resultam em várias notícias e petições via FOIA adicionais em vários níveis.

 

Se necessário, coordenaremos com você respostas específicas, dependendo das perguntas feitas ”-

 

 Joseph Gradisher. Resposta a Cecotti de uma petição via FOIA

 

 

É o que vimos no ano anterior, todas as respostas às petições via FOIA sobre UAPs estão sendo canalizadas para uma porta-voz do Pentágono, Susan Gough.

 

Susan Gough, você deve se lembrar, é a mesma Susan Gough que descobriram no ano passado estar espalhando desinformação sobre os programas de estudo de UFOs do Pentágono, AATIP e AAWSAP. Parece que, como parte de sua campanha, ela tentou se desviar de comentários, de anos anteriores, feitos pelo Pentágono de que AATIP/AAWSAP era um programa de estudo de UAPs. No entanto, em fevereiro de 2020, um artigo na revista Popular Mechanics, do jornalista Tim McMillan, mostrou informações que indicavam que ela não tinha falado a verdade.

 

Como pode imaginar, essa imagem não é muito boa para um departamento que fez um juramento ao povo americano, um povo a quem servem. No entanto, aqui temos mais evidências para mostrar que um grupo de indivíduos está tentando se apropriar de todas as petições via FOIA relacionadas a informações sobre UAPs que não sejam confidenciais. Eles escolhem as informações que são divulgadas, informações que pertencem ao povo.



 

Trechos de um e-mail vazado mostram o controle das informações sobre UAPs.

 

Susan Gough:

Outra coisa que você precisa fazer é entrar em contato com o escritório de assuntos do FOIA da Força Aérea. Precisamos ficar de olho em petições via FOIA sobre vídeos de UAPs, para garantir consistência do que é e não é divulgado. No momento, não estão divulgando vídeos da Marinha."

 

Major Malinda Singleton: Sobre a nossa conversa, aqui está a solicitação que recebemos do The Drive. Entenda que precisamos coordenar nossas solicitações através de você antes que respondamos, assim podemos garantir que não diremos acidentalmente algo diferente da Marinha e outros serviços.

 

 

Danny Silva escreveu sobre esse problema no início de 2020 e a questão da legalidade desse processo. Lembre-se de que Susan Gough NÃO é uma funcionária nomeada para questões sobre FOIA, ela é uma porta-voz. Se a informação não for considerada confidencial, ela deve ser divulgada ao público por meio das normas estabelecidas pela lei oficial da FOIA.

 

O que está acontecendo não só é altamente imoral e antiético, mas também é ilegal, caso informações não confidenciais sobre UAPs sejam mantidas em segredo. Infelizmente, parece não haver supervisão das atividades dessas pessoas, que continuam a roubar informações e ocultá-las do público.

 

A campanha EndUAPSecrecy [fim do sigilo sobre UAPs] e seu famoso slogan 🚫 originaram-se, na verdade, dos supostos esforços de Susan Gough e outros para manter em segredo informações não confidenciais sobre UAPs.

 

Desnecessário dizer que as pessoas estão irritadas.

 

#MakeNoComment #EndUAPSecrecy

 

 

 

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Tradução: Tunguska

 

Fonte:

https://www.the-unidentified.net/how-a-few-spokespersons-have-orchestrated-a-strategy-to-keep-secrecy-uap

 

segunda-feira, 15 de março de 2021

Adam Gorightly fala sobre “Discos Voadores, Aparições e Malucos”

 




 

Adam Gorightly acaba de lançar um novo livro, “Saucers, Spooks and Kooks: UFO Disinformation in the Age of Aquarius” [Discos Voadores, Aparições e Malucos: Desinformação sobre OVNIs na Era de Aquários]. Ele é um escritor e pesquisador de longa data de artimanhas relacionadas a OVNIs, e eu recomendo a leitura do seu último trabalho com a editora Daily Graal Publishing. O livro mergulha nos contos frequentemente duvidosos que compõem o fenômeno OVNI, tendo como objetivo particular as circunstâncias que cercam a suposta base alienígena subterrânea de Dulce, Novo México. Adam rastreia as histórias até suas origens e compartilha visões sobre suas interações pessoais com personagens que habitam e cultivam essas histórias. Perguntei a Adam se ele responderia a algumas perguntas para uma postagem no blog. Minhas perguntas são seguidas por suas respostas abaixo. Ele também forneceu as imagens que as acompanham.

 

O que fez você decidir escrever o livro “Saucers, Spooks and Kooks”, e o que foi mais importante sobre ele?

Foi um projeto que evoluiu com o tempo, começando com um artigo que eu estava escrevendo há mais de dez anos intitulado “Meu Café da Manhã com Tal”, que detalhava meu relato sobre como partir o pão com o único Tal Levesque. Um personagem enigmático e um tanto sombrio, ele foi um personagem central na promoção da história/mitos sobre a Base de Dulce desde o final dos anos 80.

À medida que as coisas progrediam, comecei a me aprofundar nas muitas afirmações associadas à Base de Dulce, muitas das quais Tal, e um punhado de outros, aparentemente semearam e, em alguns casos, ao que parecia, criadas do nada. Com o tempo, o projeto evoluiu para um artigo mais longo com o título provisório de “Desconstruindo Dulce”. Decidi separar toda a história da Base de Dulce, em essência desconstruindo todos os elementos, em uma tentativa de separar fato de ficção, e desembaraçar as muitas histórias aparentemente espúrias associadas a Dulce. Muitos na ufologia, infelizmente, consideraram essas histórias um evangelho nos anos seguintes. Assim, o artigo foi crescendo até o ponto em que acabou se tornando um livro para cobrir todos os aspectos da história e dos muitos personagens, na ufologia e na comunidade de inteligência, que ajudaram a formar a narrativa da Base de Dulce.

Uma das principais afirmações na história da Base de Dulce diz respeito a um tratado secreto entre os alienígenas reptilianos e o governo dos Estados Unidos, no qual a tecnologia extraterrestre foi trocada por cobaias para serem usadas em um programa de reprodução de híbridos humano-alienígenas. Há muito circulam rumores de que mutilações de gado também estavam de alguma forma envolvidas nesses experimentos, cujo objetivo final era, supostamente, criar híbridos humano-alienígenas para preservar e reviver uma raça extraterrestre moribunda.

Segundo a história, um heroico oficial de segurança chamado Thomas Castello liderou uma revolta contra os perversos alienígenas da Base de Dulce e o resultado foi um tiroteio que acabou matando sessenta e seis operários da Base de Dulce. Castello tinha à sua disposição uma “pistola de raios” que lhe permitiu acabar com alguns desses alienígenas covardes e fugir de Dulce, tornando-se depois disso um denunciante em fuga. Essa batalha lendária, saída de um roteiro de filme B de ficção científica, ficou conhecida como “A Batalha de Dulce”.

 

No livro “Saucers, Spooks and Kooks”, rastreia-se as origens de várias crenças de mitos urbanos até Paul Bennewitz e Myrna Hansen, e suas interações fatídicas nos anos 80. Quanto do que veio a ser popularmente aceito sobre supostos alienígenas você diria que está diretamente relacionado a Hansen e sua influência em Bennewitz?

Myrna Hansen foi uma das primeiras chamadas abduzidas alienígenas, muito antes do termo virar moda. Seu encontro, ou como você quiser chamá-lo, ocorreu no início de maio de 1980, quando ela e seu filho Shawn, enquanto dirigiam em Eagle Nest, Novo México, supostamente testemunharam uma vaca sendo sugada por um raio para uma nave espacial. Pouco depois, eles também foram sugados para a nave onde todo tipo de insanidade se seguiu, primeiro com os ETs dissecando a novilha indefesa na frente de seus olhos horrorizados, e então Hansen foi colocada em transe e passou por algum tipo de procedimento médico.

Após seu encontro, uma Hansen aterrorizada entrou em contatou com o escritório da polícia estadual na cidade de Cimarron para informá-los de seu encontro bizarro de alienígenas empunhando facas e cortando vacas, e por sua vez o escritório de Cimarron a encaminhou para o policial estadual do Novo México Gabe Valdez. Ele trabalhava nos arredores de Dulce e, nessa época, tinha adquirido a reputação de ser o cara certo para se falar sobre vacas mutiladas e luzes inexplicáveis ​​no céu. Foi Valdez quem colocou Hansen em contato com Paul Bennewitz, um empreiteiro privado do governo especializado em aviônica que, entre outras coisas, era membro da APRO. Por meio dos contatos de Bennewitz na APRO, ele conseguiu recrutar os serviços de Leo Sprinkle, um professor da Universidade de Wyoming que estava investigando casos de OVNIs usando regressão hipnótica por mais de dez anos. Sprinkle conduziria uma série de regressões hipnóticas com Hansen na casa de Bennewitz, e mais especificamente dentro do Lincoln Town Car de Bennewitz, que ele cobriu as janelas com papel alumínio como um meio de interromper um feixe alienígena que ele acreditava estar tentando interferir com a regressão hipnótica de Sprinkle em Hansen.

Curiosamente, Sprinkle conduziu regressões hipnóticas em 1973 com outra senhora chamada Judy Doraty, que contou uma história semelhante à de Hansen sobre ETs e vacas sendo sugados para dentro de uma nave espacial, então quanto disso era polinização cruzada ou contaminação (ou seja, investigadores/terapeutas de regressão levando supostas testemunhas a uma determinada conclusão) ainda é uma questão em aberto. Deve-se notar que Bennewitz, além de seu fascínio por OVNIs, também tinha um interesse permanente no fenômeno da mutilação de gado, e assim os dois - OVNIs e gado mutilado, pode-se presumir - se entrelaçaram em sua mente e esta visão de mundo vazou para aqueles com quem ele interagiu.

As regressões de Hansen incluíram uma miscelânea de abdução alienígena padrão, como uma vítima sendo sugada para dentro de uma nave em um raio trator no estilo Star Trek, depois colocada em transe e submetida a procedimentos médicos relacionados à reprodução e à criação de um híbrido humano-alienígena em tubo de ensaio. Hansen, alega-se, tinha sido implantada com um dispositivo de monitoramento, o chamado "implante alienígena", como ficaram conhecidos na tradição, e ela experimentou “lapso temporal”.

À medida que as regressões conduzidas por Sprinkle em Hansen sondavam cada vez mais fundo nos recessos de seu cérebro sitiado, foi revelado, ou ela se lembrou ou confabulou (você escolhe), que ela foi transportada para uma instalação subterrânea secreta. Durante um exame médico, um objeto metálico foi supostamente implantado na base de seu crânio, aparentemente como um meio para os alienígenas posteriormente rastreá-la e enviá-la mensagens malévolas, razão pela qual Bennewitz se deu ao trabalho de construir uma coberta de papel alumínio que ele colocava sobre as janelas de seu carro durante as sessões de regressão hipnótica.

Em um ponto durante sua desventura na base subterrânea, Hansen lembrou-se de ter escapado das garras de seus captores e de encontrar vários tanques com líquido contendo partes de corpos humanos e animais. Bennewitz, de alguma forma, deduziu que a instalação subterrânea onde Hansen viu tudo isso estava localizada perto de Dulce. Todos esses elementos da história acabaram sendo incorporados à tradição ufológica como a conhecemos agora. O termo alienígena “cinzas”, pelo que pude perceber, foi outro que veio direto do Caso Bennewitz.

 

Como você explicou no livro, o Caso Bennewitz envolveu Richard Doty e William Moore. Apreciei particularmente sua documentação sobre as origens dos documentos não confiáveis ​​do Majestic 12 e sua relação com Moore e seu associado, Jaime Shandera. O que você acha que é mais importante que as pessoas entendam sobre essa cadeia de eventos?

Um fator crítico que é importante considerar ao tentar desvendar as origens dos documentos do MJ-12 foi que em 1981, três anos antes dos documentos do MJ-12 aparecerem, Bill Moore trabalhava em um projeto de livro com Bob Pratt, um repórter do National Enquirer que cobria as histórias de discos voadores para a revista. O projeto do livro, originalmente intitulado MAJIK-12, era um relato ficcional baseado em informações supostamente verdadeiras relacionadas a OVNIs transmitidas a eles por ninguém menos que o agente especial do AFOSI Richard Doty, que foi identificado por Moore em uma versão preliminar do livro como “Ronald L . Davis”. MAJIK-12, ou MJ-12, era a abreviação de Majestic 12, que como a maioria dos seus leitores provavelmente sabe, era supostamente um grupo supersecreto do governo envolvido na investigação de avistamentos de OVNIs e na recuperação de discos voadores caídos e alienígenas, mortos e vivos.

Embora o projeto do livro de Moore e Pratt finalmente tenha caído no esquecimento, o título proposto MAJIK-12 sugeria que Bill Moore estava ciente de algo chamado MAJIK-12 ou Majestic-12 pelo menos três anos antes de um misterioso envelope aparecer na porta de seu parceiro de pesquisa Jaime Shandera, enviado anonimamente sem endereço do remetente, com carimbo de Albuquerque, Novo México. O carimbo parecia uma grande dica para alguns de que Richard Doty estava por trás dessa manobra, já que, durante esse período, Doty operava na Base Aérea de Kirtland em Albuquerque. O envelope continha um rolo de filme de 35 mm que, quando revelado, revelou fotos do que ficou conhecido como os documentos MJ-12.

Antes do surgimento dos documentos MJ-12, Moore e outro parceiro de pesquisa, Stan Friedman, especularam sobre a existência de um grupo como o MJ-12, e até mesmo compilaram uma lista de seus candidatos mais prováveis. Moore compartilhou mais tarde esses nomes com Doty na esperança de que ele pudesse ter informações que confirmariam sua lista de candidatos ao MJ-12. Quando os documentos MJ-12 apareceram, eles de fato incluíam em sua lista alguns desses mesmos candidatos ao MJ-12 que Moore e Friedman haviam especulado anteriormente como sendo membros do grupo, como Roscoe Hillenkoetter, primeiro diretor da CIA (1947- 1950), e James Forrestal, que foi Secretário de Defesa durante o mesmo período, aparentemente confirmando a Moore e Friedman que eles estavam no caminho certo. Outros sugeririam que Doty preparou toda a manobra e, por meio de um ciclo de feedback, forneceu a Moore, Shandera e Friedman o que exatamente eles estavam procurando em relação às informações que pareciam confirmar a queda do OVNI em Roswell, que por acaso era o assunto do livro que Bill Moore e Charles Berlitz publicaram em 1979, “The Roswell Incident” [O Incidente em Roswell]. Conjeturou-se que Moore participou da falsificação dos documentos, com ou sem a ajuda de Doty. No entanto, nunca foi provado de forma conclusiva quem fraudou os documentos, embora o FBI tenha determinado que eles não eram autênticos ou, em suas palavras, "falsos".




Conclusão do FBI sobre os documentos do MJ-12: "BOGUS" [falso]

 

Da mesma maneira que os documentos MJ-12 apareceram misteriosamente na porta de Shandera, um evento semelhante ocorreu em 1994 quando o ufólogo Don Berliner recebeu um envelope enviado anonimamente que continha um rolo de filme 35 mm não revelado. Depois de reveladas, as fotos mostraram um documento de 29 páginas chamado SOM 1-01, Manual de Operações Especiais do Grupo Majestic-12, um suposto manual militar relacionado à recuperação de discos voadores caídos.

O documento SOM-01-1 também incluía uma referência à “Base Aérea de Kirtland, Novo México”, que alguns suspeitaram ser outra pista de que pode ter sido outro trabalho de Richard Doty. No entanto, o SOM-01-1 continuou a ser abraçado por algumas das vozes mais proeminentes na ufologia, como Linda Howe, que na Audiência Pública para a Revelação (uma audiência que se fingiu ter sido feita no Congresso, mas que ocorreu no Clube Nacional de Impressa em 2013), afirmou que o SOM-01-1 havia “resistido ao teste do tempo” - que, é claro, não fez nada disso, mas apenas ser acrescentado à pilha de outros supostos documentos relacionados ao MJ-12 que poluíram a ufologia ao longo dos anos.

 

Você escreveu sobre vários casos em que membros do exército fornecem aos ufólogos informações duvidosas, acompanhadas por promessas de revelações futuras. No final, a grande revelação não se concretiza e o tapete do pesquisador é puxado. Conte-nos um pouco sobre um desses eventos.

No início dos anos 70, o produtor cinematográfico Robert Emenegger recebera a promessa de uma "grande revelação" (que acabou se revelando um fracasso) quando ele e seu coprodutor/parceiro, Allan Sandler, foram abordados por oficiais da Força Aérea dos EUA com uma oferta para cooperar e compartilhar informações para um proposto documentário sobre OVNIs. De acordo com seus contatos na Força Aérea, este seria um esforço conjunto, com o apoio de cada ramo das forças armadas que forneceria a Emenegger e Sandler acesso aos arquivos de OVNIs, além da joia da coroa prometida: filmagem de 16 mm de um pouso de OVNI com ETs, supostamente filmado na Base Aérea de Holloman em 1971.

Depois de despender tempo e recursos consideráveis ​​no desenvolvimento do projeto, com repetidas promessas de filmagens de pouso do disco para seu documentário, Emenegger e Sandler finalmente tiveram o tapete puxado e foram deixados de mãos vazias porque a Força Aérea falhou em cumprir o prometido, e essa versão inicial da chamada “Revelação Ufológica” foi destruída. O documentário sobre OVNIs de Emenegger e Sandler foi finalmente lançado anos depois, sob o título de “UFOs: It Has Begun” [OVNIs: Já Começou], mas seu impacto foi, obviamente, muito menor do ponto de vista da credibilidade depois que a Força Aérea se retirou do projeto. Isso presumindo, é claro, que a Força Aérea realmente possuísse o material prometido para o filme.

Uma semelhante falsa “Revelação Ufológica” aconteceu com Linda Moulton Howe uma década depois, quando em 1983 ela foi escolhida para produzir um especial da HBO com o título proposto de “UFOs: The E.T. Fator” [OVNIs: O Fator Extraterrestre]. Na época, Howe estava investigando as alegações de Paul Bennewitz para possível inclusão em seu documentário, e ao longo do caminho ela chamou a atenção de Richard Doty, que operava na Base Aérea de Kirtland. Doty colocou Howe sob sua asa duvidosa e deu a ela um vislumbre de alguns documentos supostamente confidenciais relacionados a recuperações de discos voadores caídos e a surpreendente revelação de que havia, na verdade, um pequeno ET em cativeiro em uma base militar em algum lugar. Doty informou a Howe que, se jogasse suas cartas direito, ela poderia até mesmo ter a oportunidade de entrevistar o sujeito. Além disso, Doty disse a Howe que oficiais de inteligência do governo tinham em sua posse imagens de um OVNI pousando em uma base militar, bem como outras fotos e materiais sigilosos que ela poderia usar. Depois de vários meses tentando Howe, Doty a informou que ele havia sido retirado do caso, e a passou para outros contatos na inteligência que também tentaram Howe por vários meses, mas nunca apresentara a prometida filmagem do OVNI. Esse atraso acabou fazendo com que a HBO desistisse do projeto, deixando Howe abanando ao vento.

Quanto à motivação principal por trás dessas artimanhas, pode-se especular muitas delas, uma das quais era que Doty estava tentando desacreditar e desviar a pesquisa ufológica de Howe e, por fim, minar seu documentário da HBO, bem como descobrir quais informações ela tinha sobre Bennewitz e o programa de contra-espionagem dirigido a ele, do qual Doty era um agente.

 

Você explicou muito sobre os mitos de Dulce e as pessoas que os espalharam. Em sua pesquisa e experiência, o que você achou mais interessante sobre tudo isso?

A evolução dos mitos, e como surgiram em primeiro lugar, é o que considero mais intrigante. Existem diferentes elementos na história, incluindo o que ficou conhecido na tradição ufológica como “A Batalha de Dulce”, que mencionei antes, em que, supostamente, um segurança da base chamado Tom Castello ajudou a formar um movimento de resistência. Alguns de seus colegas de trabalho humanos se envolveram em uma briga com os alienígenas e acabaram perdendo a batalha. Quando a poeira baixou, como diz a lenda, sessenta e seis operários da base de Dulce morreram, embora Castello tenha conseguido escapar por causa de sua confiável “arma de raios”.

Então, de onde veio essa história? Pelo que eu posso dizer, ela se originou em uma carta de 2 de dezembro de 1981 que Paul Bennewitz enviou ao senador americano, representante do Novo México, Pete Domenici, declarando que “em algum momento do final de 1979 ou no início de 1980, iniciou-se uma discussão sobre certas armas e os militares abandonaram [a Base de Dulce]; o paradeiro dos homens é desconhecido...”. Em uma entrevista de 11 de setembro de 1984, Bennewitz disse ao ufólogo Jim McCampbell: “Em 1979, algo aconteceu e a base foi fechada. Houve uma discussão sobre armas e nosso povo foi expulso, mais de 100 pessoas envolvidas...”. Embora Bennewitz não tenha declarado implicitamente que houve uma batalha real entre humanos e alienígenas em Dulce, seus comentários sobre algum tipo de conflito, ou de os humanos abandonando a base parece ter sido o suficiente para plantar a semente que mais tarde floresceu em "A Batalha de Dulce".

 



Carta de 1981 de Bennewitz ao Senador Domenici

 

Quase uma década depois, a história de “A Batalha de Dulce” ganhou mais forma com o relato mais detalhado sobre Tom Castello e seus companheiros de resistência que apareceu nos “Documentos de Dulce”. Variações dessa história também surgiram em relação a uma batalha/confronto semelhante que ocorreu na Área 51.

Em meados dos anos 90, a história da Batalha de Dulce ressurgiu ou foi reaproveitada por um sujeito mentalmente instável chamado Phil Schneider que, por um tempo, se tornou uma estrela no circuito patriota de palestras de ufologia, basicamente repetindo a história de Tom Castello com ele mesmo inserido no papel heróico de Castello, incluindo a parte de atirar nos alienígenas covardes.

 

Parece haver muitos temas comuns entre cada uma dessas histórias, como Dulce, Área 51, SERPO e eventos em torno de Paul Bennewitz. Por favor, compartilhe o que pensa sobre isso.

Eu também acrescentaria Roswell e os documentos MJ-12 a essa mistura, e o mesmo elenco recorrente de personagens que promoveram essas histórias que são apresentadas em meu livro, entre eles John Lear, Tal Levesque, Richard Doty, Bill Moore e um punhado de outros que formaram esse nexo de "influenciadores". Bill Moore mais tarde negaria muitas dessas afirmações e, ostensivamente, se retiraria desse nexo de personagens, que ele disse estar promovendo histórias falsas que acabaram deixando Paul Bennewitz maluco.

John Lear, que reconhecidamente tinha ligações com a comunidade de inteligência, era um ávido promotor dos documentos MJ-12, enquanto, ao mesmo tempo, em meados dos anos 80, vazava informações para a mídia sobre um programa secreto de testes de aeronaves furtivas na Área 51. O espectro da tecnologia furtiva estava para sempre à espreita nas bordas dessas grandes histórias relacionadas à Base de Dulce, Kirtland e à Área 51, parte do que parecia ser um esforço para moldar a narrativa geral e turvar as águas sobre o que realmente estava acontecendo nessas áreas de teste militar.

Quanto a SERPO, Richard Doty teve um grande papel na disseminação dessa história, desde quando ele apareceu como “Falcon” em rede nacional, em 1988, no especial chamado “UFO Cover-up Live!”. De acordo com Doty (Falcon), o governo dos EUA havia participado de um programa de intercâmbio, com os alienígenas basicamente dando aos nossos astronautas as chaves de um de seus discos e fazendo-os viajar para seu planeta, enquanto, em troca, os alienígenas ficariam na Terra por vários anos, compartilhando sua vasta sabedoria intergaláctica com os terráqueos, que era fundamentalmente a mesma história de SERPO.

 

O que você diria aos ufólogos de primeira viagem que tentam navegar nesses mares tempestuosos?

Bem, acho que as pessoas que mais precisam ouvir provavelmente se importariam menos com o que eu tenho a dizer, mas se assim fizerem, sugiro rever os anais da ufologia e examinar seu passado. Faça isso antes de subir a bordo para caçar algum tubarão da ufologia, porque parece não haver nada de novo sob o sol quando se trata de muitos desses temas recorrentes que, continuamente, surgem na tradição ufológica.




A ufologia tem a tendência de recapitular e reaproveitar muitas das mesmas histórias, ou elementos das mesmas histórias, repetidamente. Um exemplo perfeito disso é a chamada foto de Silverman, que apareceu pela primeira vez no jornal alemão Neue Illustrierte em 1º de abril de 1950, com o título "Der Mars-Mensch", que mostrava um sujeito de aparência estranha de um metro de altura, aparentemente de Marte. Poucos dias depois, o Neue Illustrierte admitiu que a história do marciano foi uma farsa do Dia da Mentira, mas isso não impediu que a foto se espalhasse pela subcultura da ufologia nos anos que viriam.

O historiador de discos voadores Isaac Koi compilou uma linha do tempo da foto de Silverman e das publicações nas quais ela apareceu. O primeiro livro a apresentar essa foto foi “Flying Saucers from Outer Space” [Discos Voadores do Espaço Sideral] (1953), do Major Donald Keyhoe, que não mencionou a farsa Neue Illustrierte, mas afirmou que a foto retratava agentes do governo americano escoltando um ET conhecido como "Homem de Alumínio", que estava coberto com um traje espacial de alumínio que o protegia dos raios cósmicos. Em “Space-Craft from Beyond Three Dimensions” [Espaçonaves de Além da Terceira Dimensão] (1959), W. Gordon Allen afirmou que a criatura na foto de Silverman rastejou para fora de um disco que caiu perto da Cidade do México.

Mais recentemente, Harold Povenmire, em “UFO's and Alien Abduction Phenomena: A Scientific Analysis” [OVNIs e o Fenômeno da Abdução Alienígena: Uma Análise Científica] (2016), publicou uma versão colorida da foto de Silverman promovendo-a como sendo real, embora a “análise científica” que ele conduziu não esteja clara. Graças a Povenmire, esta nova iteração da foto de Silverman logo começou a se espalhar pelas redes sociais, conforme uma nova geração de crédulos clicava e compartilhava o conteúdo com paixão.

 

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Tradução: Tunguska

Fonte:http://ufotrail.blogspot.com/2021/02/adam-gorightly-discusses-saucers-spooks.html

sábado, 13 de março de 2021

Cientistas Descobrem os Segredos da Antiga "Máquina de Anticítera"

 

 

Um modelo digital revelou um planetário complexo na face do antigo dispositivo. "A menos que seja do espaço sideral, temos que encontrar uma maneira para explicar como os gregos teriam feito isso", dizem os pesquisadores.



 


 

No início dos anos 1900, mergulhadores que procuravam esponjas na costa de  Anticítera, uma ilha grega no Mar Egeu, descobriram um naufrágio da era romana que continha um artefato destinado a alterar dramaticamente nossa compreensão do Mundo Antigo.

 

Conhecido como Máquina de Anticítera, o objeto é uma calculadora astronômica altamente sofisticada que data de mais de 2.000 anos. Desde sua recuperação do naufrágio em 1901, gerações de pesquisadores se maravilharam com sua complexidade impressionante e funcionamento inescrutável, ganhando a reputação de ser o primeiro computador analógico conhecido do mundo.

 

As engrenagens e painéis do dispositivo demonstravam cumulativamente os movimentos dos planetas e do Sol, as fases do calendário lunar, a posição das constelações do Zodíaco e até mesmo a época de eventos atléticos, como os antigos Jogos Olímpicos. O dispositivo também reflete uma ideia muito antiga do cosmos, com a Terra no centro.

 

Embora alguns dos mistérios da calculadora tenham sido solucionados no século passado, os cientistas da Equipe de Pesquisa de Anticítera, da University College London (UCL), apresentam, pela primeira vez, "um novo modelo radical que corresponde a todos os dados e culmina em uma exibição elegante do antigo cosmos grego", de acordo com um estudo publicado na sexta-feira na Scientific Reports.

 

Liderada por Tony Freeth, um engenheiro mecânico da UCL e um dos maiores especialistas mundiais no dispositivo, a equipe interdisciplinar chamou o artefato de "um antigo compêndio astronômico grego de ambição impressionante" e "uma bela concepção, traduzida por uma engenharia soberba em um dispositivo genial", no estudo.

 

"É um dispositivo muito especial", disse Adam Wojcik, cientista de materiais da UCL e coautor do estudo, por telefone. "É tão fora deste mundo, dado o que sabemos, ou sabíamos, sobre a tecnologia contemporânea dos antigos gregos. É único e não houve nada mais que remotamente se aproximou dele por séculos, ou talvez um milênio depois."

 

"No entanto, ele existe e todos os estudos apontam para o fato de que é dos antigos gregos", acrescentou Wojcik, que é fascinado pelo artefato desde criança. "Não há dúvida sobre isso e só temos que aceitar que havia muito sobre o que eles podiam fazer que simplesmente não sabemos e não podemos compreender. O dispositivo é uma janela para isso."

 

Compreender os mecanismos da Máquina de Anticítera tem sido um desafio de longa data para os cientistas, porque apenas um terço do artefato sobreviveu ao seu sepultamento de vários milênios sob as ondas do Mediterrâneo. Os restos da calculadora incluem 82 fragmentos, alguns dos quais contêm engrenagens complexas e inscrições outrora ocultas, que foram encaixadas entre as faces frontal e posterior do painel durante a era passada em que o artefato estava totalmente intacto.

 

Conforme novas técnicas experimentais surgiram, as equipes de pesquisa foram capazes de explicar o propósito e a dinâmica da face posterior da Máquina de Anticítera, que inclui um sistema de previsões de eclipses. Em particular, o escaneamento de imagens de superfície e tomografia de raios-X de alta resolução no artefato, descrito em um estudo de 2006 também liderado por Freeth, revelou dezenas de inscrições nunca antes vistas que, assim esperam, sejam instruções de como usar o dispositivo.

 

Agora, Freeth e seus colegas acreditam que resolveram a peça que faltava no quebra-cabeça: as engrenagens complicadas subjacentes ao painel frontal "Cosmos" da calculadora. Praticamente nada dessa seção frontal sobreviveu e "nenhuma reconstrução anterior chegou perto de corresponder aos dados" que existem, de acordo com o estudo.

 

O novo artigo "sintetizou o trabalho de outras pessoas e lidou com todas as pontas soltas e as nuances desconfortáveis que outras pessoas simplesmente ignoraram", disse Wojcik. "Por exemplo, há certas características nas partes sobreviventes - buracos e pilares e coisas assim - que as pessoas disseram: 'Bem, vamos simplesmente ignorar isso em nossa explicação. Deve haver um uso para isso, mas não sabemos o que é, então vamos apenas ignorar'."

 

"Efetivamente, o que fizemos foi não ignorar nada", acrescentou. "Então, os enigmáticos pilares e buracos, de repente, agora fazem sentido em nossa solução. Tudo se encaixa nas evidências das inscrições."

 

As inscrições do estudo de 2006 sugerem que o painel Cosmos que faltava era um conjunto móvel de anéis traçando o movimento de Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno - cada um representado por uma pequena gema - junto com a trajetória do Sol, as fases da Lua e as posições das constelações do Zodíaco. Além de estudar essas inscrições, os pesquisadores criaram simulações de computador e réplicas parciais do dispositivo para testar seu novo modelo.

 

Uma das maiores dicas surgiu da análise realizada em 2016, que revelou inscrições na frente que incluía dois valores, 462 anos e 442 anos, que os criadores do dispositivo associaram a Vênus e Saturno. Os pesquisadores conseguiram identificar uma possível fonte para esses números, derivada da obra do filósofo pré-socrático Parmênides.

 

Esses valores são cálculos gregos antigos dos períodos sinódicos dos planetas, o que significa que eles representam o tempo que leva para os planetas retornarem à mesma posição aparente no céu visto da Terra, de acordo com o estudo.

 




 Modelo de computador expandido da Máquina de Anticítera

 

 

Os ciclos foram complicados pela antiga crença de que a Terra estava no centro do sistema solar. Esse viés geocêntrico exigiu a invenção de modelos complexos para explicar o movimento retrógrado dos planetas: um fenômeno no qual os planetas parecem se mover em loops ocasionais para trás. O efeito é uma ilusão de ótica que ocorre quando planetas que se movem mais rápido ultrapassam seus homólogos mais lentos durante suas órbitas ao redor do Sol, mas os gregos desenvolveram mecanismos e ciclos intrincados para encontrar explicações alternativas.

 

Os ciclos sinódicos revelados para Vênus e Saturno permitiram que a equipe fizesse a engenharia reversa de um sistema de engrenagens com a quantidade certa de dentes para produzir o tipo de movimento planetário descrito nas inscrições - completo com movimentos retrógrados que apareciam na face frontal. Essa seria uma tarefa relativamente fácil para um planeta, mas representar todos os cinco planetas conhecidos envolveu engenheiros extremamente habilidosos.

 

"Se você vai mostrar todos os planetas, terá que colocar todas as posições corretas", explicou Wojcik. "Conforme você gira a manivela na lateral do dispositivo, todos esses pequenos planetas começam a se mover como um relógio em uma espécie de mini-planetário e, ocasionalmente, um deles gira para trás e depois se move para frente novamente, e então outro, mais para fora, começará a retroceder."

 

"Mas, em qualquer ponto, quando você para a máquina, ela tem que oferecer uma reprodução fiel dos céus, porque esse é o propósito da máquina", disse ele.

 

Para recriar esse efeito em seu modelo, a equipe deduziu os ciclos dos outros planetas, com base nos dados de Vênus e Saturno, e então desenvolveu um elaborado sistema de engrenagens que poderia reproduzi-los. Todas as engrenagens foram meticulosamente otimizadas para caber em um pequeno espaço entre as placas dianteira e traseira.

 

A reconstrução digital completa do artefato é excepcionalmente intrincada, então você definitivamente deve assistir ao documentário associado ao estudo (vimeo.com/518734183) para visualizar todas as engrenagens, pinos, mostradores e placas sobrepostas que a equipe acha que se combinavam nesse computador astronômico incompreensível.

 

O novo trabalho revela uma representação espetacular do mecanismo completo, que chega mais perto de encaixar todas as peças bizarras do quebra-cabeça do que qualquer modelo anterior. Mas isso não significa que o artefato revelou todos os seus mistérios - nem perto disso.

 

Freeth, Wojcik e seus colegas agora esperam replicar todo o maquinário de seu modelo usando as tecnologias disponíveis para seus criadores gregos, o que apresenta um enorme desafio e um novo capítulo estimulante na saga contínua da Máquina de Anticítera.

 

"É tão notável em termos de seus requisitos de precisão e capacidade de fabricação que está fora de sincronia com o que pensamos que os gregos poderiam ter alcançado", disse Wojcik. "Mas temos que aceitar que essa é a forma como a máquina funcionava e os gregos a fizeram."

 

"A menos que seja do espaço sideral, temos que encontrar uma maneira para explicar como os gregos teriam feito isso", concluiu. "Essa é a próxima etapa e a parte emocionante, e acho que essa é a peça final do quebra-cabeça."

 

 

 

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Tradução: Tunguska

 

Fonte:

https://www.vice.com