Ed
estava perplexo com um modelo encontrado no sótão de sua antiga casa
O
verão de 1990 seria um dos quentes de Gulf Breeze, quando um modelo foi
descoberto na antiga casa de Ed que poderia desestabilizar a alegação de Ed
Walters sobre encontros extraterrestres. Os eventos em torno desse modelo são,
de alguma forma, confusos, mas a história começa quando Ed Walters decidiu que precisava
se mudar. A atenção pública foi demais para ele e, no outono de 1988, ele se
mudou. A casa de Ed foi colocada para venda e comprada em 1989 por Robert e
Sarah Menzer, que tinham pouco conhecimento do que tinha se passado em
1987-1988. Quando o sr. Menzer decidiu conectar uma mangueira de água em sua
nova geladeira, ele notou que a mangueira que saía da parede estava fechada.
Percebendo que a válvula da mangueira que estava fechada localizava-se no sótão
da casa, o sr. Menzer começou a fazer um rastreamento para cortar a água que ia
para a mangueira. Enquanto ele removia alguns materiais isolantes, descobriu
algo estranho: um modelo de OVNI, de 22 cm, estava escondido por baixo do
isolamento! O sr. Menzer, sem saber o que isso poderia significar, simplesmente
o deixou de lado e continuou com seu trabalho. Quando ele não pode encontrar a
válvula de desligamento, chamou Ed que, prontamente, disse a ele que a válvula
estava do lado de fora da casa. Robert não viu nenhuma razão para mencionar o
modelo nessa conversa e seria interessante o que teria se passado se ele
tivesse feito. Ao invés disso, o modelo ficou na garagem de Menzer por alguns
meses antes de que algo ocorresse e o trouxesse à público.
Em
junho de 1990, Craig Myers, do Pensacola News Journal, que estava
pesquisando o caso há algum tempo, começou uma nova abordagem ao tentar
descobrir se havia a possiblidade de o caso ser uma fraude. Ele achou que era
possível que Ed tivesse deixado algo para trás em uma das casas em que tinha
vivido em anos recentes.
Logo eu retomei minha
pesquisa do começo, deixando por um tempo teorias e conjecturas. Eu decidi
seguir a trilha de onde eu parecia ter chegado mais perto, em uma das antigas
casas de Ed. Como empreiteiro, ele tinha construído várias casas na área, vivia
nelas por alguns meses enquanto construía outra e, então, se mudava. No meio de
maio, eu comecei a visitar algumas dessas casas na área de Milton esperando
encontrar algo deixado para trás por nosso infame fotógrafo... Comecei a
perguntar aos novos ocupantes se eles tinham achado algo incomum quando eles se
mudaram, tal como livros sobre OVNIs, fotos de OVNIs, salas escuras, modelos de
OVNIs, até mesmo OVNIs reais. Nada. (Myers 110)
O
mais importante para Myers era completar sua pesquisa antes da conferência de
ufologia da MUFON, que seria sediada na área nos dias 7 e 8 de julho. Myers,
por fim, foi até a casa em que Walters residiu durante os eventos ufológicos de
1988 e 1989, registrados no livro de Walters. Os novos residentes eram Robert e
Sarah Menzer, e eles receberam Myers em sua casa depois que ele descreveu o que
estava acontecendo. De acordo com Myers, a conversa ocorreu mais ou menos assim:
“Nosso
papel é prosseguir com a sequência da história sobre os avistamentos e
fotografias de Ed, porque a notoriedade dessa área está alcançando todo o país
e mesmo ao mundo.” Eu continuei. “Ed escreveu um livro e está indo a programas
de TV. Ele se tornou uma figura pública, uma celebridade.”
Os
Menzer acenavam as cabeças enquanto ouviam.
“Eu
vim porque, como disse, essa casa é onde Ed e Frances alegaram ter tirado
várias dessas fotos em 1987 e 1988”, eu disse. “Bem, me pergunto se,
possivelmente, vocês encontraram ou viram algo incomum desde que se mudaram”.
Os
Menzers estavam começando a se parecer com o casal que comprou a casa em O
Terror de Amityville.
“Encontramos
algo? Como o quê?” O sr. Menzer disse.
“Bem,
antes de tudo, que tal um OVNI?” Eu perguntei, em uma meia risada.
“Não,
não posso dizer que encontramos”, o sr. Menzer disse, rindo.
“Ok.
E sobre qualquer fotografia por aí?”
“Não.”
“Livros
sobre OVNIs, fotografias, fenômenos inexplicáveis?”
“Não
posso dizer que encontramos.”
“Algum
modelo de OVNI?”
Eu
estava pronto para escrever outro “não”, mas houve apenas silêncio. Eu olhei e
eles estavam se encarando. Então, olharam para mim. Meu coração estava de novo
batendo como um tambor.
“Bem,
nós encontramos algo outro dia...” A sra. Menzer disse. “Vou pegar.”
“Nós
encontramos isso há algumas semanas.”
À
primeira vista, parecia com uma pilha de isopor.
“Posso
ver isso?”, perguntei. Enquanto ela se aproximava, se tornava mais claro o que
eles encontraram. Eu reconheci imediatamente. Eu tinha visto isso em meus
sonhos e pesadelos febris e agitados por meses. Não havia como confundir...
Era
o OVNI de Gulf Breeze. (Myers 111-2)
O
modelo encontrado no sótão de Ed
Craig,
que tinha escrito um artigo cético no jornal no fim de abril, já tinha recebido
muita crítica do “círculo mais restrito” e de várias testemunhas de OVNIs
proeminentes da área de Gulf Breeze. Myers trouxe o modelo para seu editor, Ken
Fortenberry, e eles decidiram convidar Ed para ver o que ele achava do modelo.
Myers, que Ed não queria presente durante a entrevista, relata o que aconteceu
como foi contado a ele pelo escrivão, Nathan Dominitz:
“Você
já fez qualquer modelo de OVNI, sabe, para meio que mostrar como a coisa
parecia ou recriar algumas fotos, ou qualquer coisa assim?” Ken, que se parecia
com Stephen King de alguma forma, perguntou.
“Nãoooooooo,”
Ed rebateu, semicerrando seus olhos, com uma mistura de curiosidade e
indignação. Se eu tivesse estado no escritório, eu mal teria sido capaz de
controlar um suspiro de alívio nesse momento. Ele não sabia o que estava por
vir. O tínhamos levado a um caminho sem volta.
“Então
como você explica isso? Ken disse, pegando a nave em miniatura e a mostrando
para Ed.
“Deixe-me
ver isso!”, disse Ed, quase saltando de sua cadeira e pulando por cima da mesa
para ver mais de perto a espaçonave de isopor. Ken a puxou de volta para fora
do alcance de Ed e este voltou a se sentar, dizendo que talvez não deveria
manusear o modelo porque poderia deixar suas digitais nele. Do lugar onde
estava, eu conseguia ouvir sua risada e partes de sua negação incoerente.
“Isso
não é meu. Eu posso dizer isso de cara”, Ed disse sobre o modelo, encontrado em
sua antiga casa, que parecia exatamente com o objeto de sua coleção de fotos de
OVNIs, com um papel na parte do meio coberto com a letra de Ed.
Nathan,
que de repente percebeu que estava se divertindo, mais tarde comparou a
situação com um drama de sala de tribunal. Ed, atuando como seu próprio
advogado, logo pensou em uma defesa: o modelo foi plantado por refutadores ou
pelo governo enquanto a casa estava aberta antes de ter sido vendida para os
Menzers.
“Os
refutadores vieram até a cidade. A porta da minha garagem ficava sempre aberta,
como muitas portas de garagem pela cidade. Eles podem ter colocado
sorrateiramente algo lá. Ou vasculharam meu lixo para pegar algum papel de
rascunho”, Ed disse. “Não é interessante isso ter acontecido antes da convenção
da MUFON?”
“Por
que os críticos iriam tão longe para desacreditá-lo?”, Ken perguntou.
“Deus,
por favor, me diga. Há refutadores profissionais. Eu não sei se eles são pagos,
ou se eles são fanáticos religiosos, ou – e eu amo meu país, então, odeio dizer
isso – se eles estão envolvidos em um acobertamento. Eu adoraria acreditar que
tudo isso é um incrível holograma do governo ou algum tipo de nave vindo de
Elgin (Base da Força Aérea)”, Ed disse.
“Eles
farão o que for necessário para desmentir um caso... Não há lógica em que eu
deixasse um objeto lá. Se eu estivesse tentando forçar uma fraude – e não estou
– então teria sido estúpido ter deixado lá.”
“Mas
é lógico pensar que alguém, um refutador, foi até aquela casa entre o momento
em que me mudei e os novos moradores se mudaram e plantaram o objeto. Isso faz
sentido para mim”, Ed disse.
...Tenha
em mente, entretanto, que o modelo não estava na mesa da cozinha. Estava
enterrado sob montes de isolamento em um canto do sótão. Menzer tinha seguido o
cano de água, fazendo seu caminho, acompanhando o isolamento solto, até que
suas mãos bateram nessa criação. Talvez fosse uma versão anterior do modelo que
Ed usaria mais tarde, um objeto prático usado para preparar a foto final? Mais
tarde, percebi que parecia exatamente com o esboço que ele tinha feito para a
MUFON para apresentar o OVNI de Gulf Breeze. (Myers 116-7)
Myers
jogou combustível na fogueira ao escrever um artigo sobre o modelo de um OVNI
encontrado em uma antiga casa de Ed. A revelação do modelo por Myers foi uma
grande notícia e houve meio que um alvoroço na comunidade ufológica.
Ed
negou fazer o modelo e, então, providenciou um exame de avaliação de estresse
psicológico para provar isso. Os resultados, como definidos pelo examinador
Ronald J. Lauland, foram:
Baseado
nos resultados dos testes, é minha opinião profissional como um instrutor
certificado, especialista reconhecido por cortes judiciais e licenciado no
campo de Avaliação de Estresse Psicológico (Detecção de Mentira por Voz), que
Ed Walters respondeu de forma verdadeira a todas as perguntas relevantes.
(Walters e Maccabee 2)
Ed
declarou que os refutadores tinham feito o modelo e plantado em sua casa para
desacreditá-lo em tempo para o próximo simpósio da MUFON, em Gulf Breeze. Mas,
na verdade, não era assim tão simples. A parte do meio do modelo foi feita com
uma planta, com a caligrafia de Ed nela. De novo, Ed tinha uma resposta pronta.
Algumas das anotações nos desenhos sugeriam que as impressões eram de uma casa
desenhada em setembro de 1989, que era de antes dos Menzers terem se mudado
para a casa. Ele agora, de repente, se lembrou de ter visto um veículo
estacionado perto de sua casa durante a mesma época e, aparentemente, mexeram
em seu lixo. Esses desenhos, tirados do lixo, foram então usados para construir
um modelo que foi escondido no sótão da casa vazia que estava aberta. Ed também
chegou à conclusão de que Myers estava envolvido nesse “truque sujo” de alguma
forma:
As
circunstâncias sugeriram que foi como um repórter recebendo uma pista, mas uma
pista de quem? Minha resposta é: uma pista de uma pessoa responsável por fazer
e plantar o modelo no sótão da casa... Quando questionado sobre a pista, o
repórter negou que tinha recebido alguma. O repórter também se recusou a fazer
um teste de detecção de mentiras. (Walters 214-5)
Myers
declarou que não havia pista e que ele estava simplesmente seguindo o bom
jornalismo investigativo.
...Eu
sabia que a história rapidamente inventada pela MUFON, sobre plantas roubadas
sendo usadas para incriminar o pobre Ed, não passava de bobagem. O principal
problema com a teoria de que alguém plantou o modelo no sótão para alguém
encontrar, e para que eu relatasse isso, era, de novo, que ninguém me falou
sobre um modelo ter sido encontrado. (Myers 173)
Ed
apontou que o modelo não se parecia com nenhum dos OVNIs em suas fotografias
(mas ele se parecia com um desenho que ele publicou no livro e no jornal da
MUFON). Ele também acrescentou que, quando deixou a casa, a mangueira da
geladeira tinha uma pequena válvula para desligamento nela e estava funcionando!
Ed propôs uma teoria de que refutadores tinham roubado as plantas e construído
o modelo com elas. Eles, então, foram até a casa antes de ela ser vendida e
esconderam o modelo no sótão. Para garantir que alguém encontraria o modelo, a
válvula foi removida e a mangueira travada. Ed fez várias suposições dentro
dessa teoria. Ele chama os refutadores de não muito inteligentes. Se eles
quisessem mesmo colocar um modelo na casa de Ed, eles não teriam criado um
modelo baseado em algum dos OVNIs das fotografias? Eles não teriam colocado o
modelo em um local mais fácil para Menzer encontrar? E se Menzer não tivesse se
preocupado em subir no sótão e simplesmente fosse para o lado de fora para
cortar a água? Myers teria pedido para ir até o sótão para olhar se Menzer
tivesse negado encontrar qualquer modelo? Parece que o cenário que Ed
apresentou é algo como “um ato de fé”, mas o “círculo restrito” aceitou tudo e
foi em defesa de Ed.
Myers
e seu grupo começaram a fazer experimentos com o modelo e descobriram que o
modelo apresentava algumas propriedades quando uma luz era colocada nele.
Quanto
mais brincávamos com o objeto, mais descobríamos que ele era, de fato, bonito
em sua simplicidade e havia método na loucura de seu construtor.
Como
mencionado antes, o material acendia quando iluminado pela parte de dentro, com
a luz brilhando mais forte a partir do bojo do isopor, que formava um anel de
luz a partir das aberturas e do tubo plástico. (Myers 117)
Depois
de vários métodos e tentativas de fazer com que o OVNI parecesse como nas
fotografias de Ed, eles perceberam que havia apenas um método certo a ser
usado. Seria usar dupla exposição. Quando esse método era empregado, as imagens
eram surpreendentemente similares às fotos dos OVNIs que Ed tinha publicado.
Craig
Myers foi capaz de duplicar as fotografias de Ed Walters
com
o modelo (capa do livro de Myers)
Enquanto
o modelo tinha se tornado notícia, outro fato chocante ocorreu apenas uma
semana depois, quando um jovem revelou que sabia que o caso todo não passava de
uma fraude. Nick Mock e outros jovens mencionaram que Ed fazia pegadinhas
regulares e, às vezes, contratava crianças para ajudá-lo com seus truques. Em
17 de junho, um jovem foi à público para revelar que sabia sobre a fraude das fotografias
de OVNIs de Ed Walters. Thomas Smith Jr. (também conhecido como Tommy Smith)
era o filho de um advogado local e amigo de Ed Walters. Ele começou a falar com
repórteres do Pensacola News Journal. Tommy contou muitas histórias
interessantes sobre o que Ed Walters contou a ele de como forjou suas
fotografias e vídeos de OVNIs. A motivação de Ed era simples, de acordo com
Tommy:
Ed
estava nisso pelo dinheiro de alguma forma e, também, pelo fato de que era
apenas uma grande viagem de ego. Ele queria ver se conseguia sair impune
disso... Ed disse que morreria e iria para o túmulo com essa história. (Myers
128)
Ele
também tinha fotografias, que Ed o tinha ajudado a tirar, de um modelo de OVNI
atrás de uma palmeira (elas não são de dupla exposição, ao contrário de alguns
relatos). Ed queria que ele entregasse as fotografias ao Gulf Breeze
Sentinel, em 1987 e 1988. Na época, Tommy se recusou e disse a Ed que a
brincadeira estava indo longe demais. Smith não queria se envolver ainda mais,
mas não revelou a história a ninguém de fora de sua família. Seu pai e advogados
sentiram que era melhor não fazer nada na época. Zan Overall conta por que
Tommy foi a público:
Quando
Smith contou a seu pai advogado sobre a fraude em janeiro de 1988, quando as
fotos e alegações de Walters foram publicadas pela primeira vez, nenhum Smith
estava disposto a ir a público. Os dois presumiram que a bolha de Walters iria
estourar logo. O jovem Smith tinha – e tem – bons sentimentos por Walters. “Eu
tive alguns dos meus melhores dias no ensino médio lá”, ele disse para o Gulf
Breeze Sentinel (9 de agosto de 1990). O pai de Smith confidenciou a história
de seu filho para o colega advogado e chefe da polícia de Gulf Breeze, Jerry
Brown. Os Smith foram a público apenas em junho de 1990, depois do livro de Walter
estar à venda e o simpósio de 1990 da MUFON, sediado em Pensacola, estar perto
de dar mais exposição a algo que os Smith sabiam ser uma fraude. (Overall 16)
Em
19 de junho, o prefeito Grey fez uma coletiva de imprensa e revelou a história
a todos. A MUFON poderia acrescentar Tommy Smith a sua lista de “jovens não
confiáveis”.
Tommy
Smith disse que ele fazia parte da fraude de Ed Walters
Tommy
Smith falou sobre Ed Walters contar a ele como enganou a todos e que várias
pessoas chave estavam envolvidas. Os participantes óbvios, que estavam lá, eram
o filho e a esposa de Ed. Entretanto, Tommy acrescentou que Hank Boland (também
conhecido como Patrick Hanks) também desempenhou um papel. Lembre-se que Hank
Boland foi uma das testemunhas, além da família de Ed, que viu o OVNI aparecer
para Ed. Esse foi outro golpe para o caso de Ed Walters e mais controle de
danos foi iniciado. De acordo com Craig Myers, Walter Andrus declarou:
Smith
está “mentindo” sobre ter estado com Walters quando ele forjou fotos de
OVNIs... Andrus disse que ele também acreditava na história de Walters de que
Tommy Smith está mentindo para proteger as crenças religiosas de seus pais, que
não admitem OVNIs. (Randle 75)
Achei
interessante que Tommy mentiria sobre algo para “proteger as crenças religiosas
de seus pais”. Isso não é de alguma forma contraditório? Na verdade, a religião
deles não diz nada contra OVNIs, então essa declaração é falsa. Outros atacaram
Tommy Smith o chamando de mentiroso e apontando que as técnicas descritas por
Tommy não criariam as imagens, ou que Tommy não parecia ter muitos detalhes
sobre as técnicas da fraude. É claro, eles ignoraram o fato de que a
participação dele foi limitada e baseada no que Ed contou a ele. Ed pode não
ter revelado os detalhes completamente, ou Tommy podia não lembrar deles
exatamente. As revelações de Smith, junto com o modelo, foram um golpe profundo
e agora a MUFON tinha que encarar a feia possibilidade de terem sido enganados.
Logo
depois das acusações de Tommy sobre Ed Walters, Walt Andrus pediu que a
investigação do caso fosse reaberta. Ele precisava de algo para parar a
enxurrada de relatos negativos sobre o caso que uma vez ele chamou de “um dos
casos mais incríveis da história da ufologia moderna” (Christensen). Andrus
começou a procurar por investigadores qualificados que poderiam checar essas
novas revelações.
Para
aqueles que continuavam a defender os vários testes em detectores de mentira
que Ed fez, a entrevista de Tommy foi gravada e examinada depois, com o uso de
um analisador de estresse na voz, por dois especialistas diferentes. O primeiro
foi Dale Kelly, que escreveu:
A
pedido e sob a autoridade do chefe Jerry Brown, do Departamento de Polícia de
Gulf Breeze, eu analisei uma fita de uma pessoa conhecida apenas como Chris
[Tommy Smith] por mim. O tema era sobre tirar fotografias de OVNIs e se as
fotografias eram falsas. Baseado nos resultados dos testes, é a opinião do
examinador que “Chris” estava falando a verdade quando descreveu como foi
contado a ele como as fotografias eram forjadas. Em resposta a todas as perguntas
colocadas a “Chris”, em minha opinião, ele estava falando a verdade. (Randle
65)
Ed
Halford foi o segundo especialista, e ele declarou:
Eu
fiz um teste para o chefe de polícia de Gulf Breeze, para determinar a
veracidade de uma declaração feita por um homem identificado como “Chris”
[Tommy Smith]. A declaração foi gravada pelo chefe Jerry Brown e pelo prefeito
Ed Gray, de Gulf Breeze, com a permissão de “Chris”. Na minha opinião
profissional, as respostas para todas as perguntas feitas a essa pessoa foram
verdadeiras. Eu usei o Analisador de Estresse de Voz Mark II para chegar a essa
conclusão. Tenho um diploma em criminologia, 20 anos de experiência na polícia
e 13 anos com o Analisador de Estresse de Voz Mark II. Esse teste foi analisado
pela autoridade do chefe de polícia de Gulf Breeze. (Randle 66)
Então,
tanto Ed quanto Tommy conseguiram passar pelo teste de analisador de estresse
na voz, nos fazendo perguntar qual foi o correto ou se nenhum deles era
correto. De acordo com Zan Overall, “Smith se ofereceu para se submeter a um
teste de polígrafo administrado por uma agência independente se Walters, sua
mulher e seu filho (todas supostas testemunhas dos OVNIs) fizessem o mesmo. Os
Walters ainda não aceitaram esse desafio”. (Overall 16). Ed passou por um teste
que ele mesmo contratou e pareceu ter passado por testes de estresse na voz.
Ele ajudaria muito em seu caso se se submetesse a um polígrafo. A relutância de
Ed em se submeter a um exame de polígrafo independente levanta o questionamento
sobre a validade desses outros testes.
Além
de Craig Myers, o repórter de televisão Mark Curtis também
foi
capaz de reproduzir fotografias como as de Ed Walters
Enquanto
isso, Mark Curtis, da WEAR-TV Canal 3, estava criando fotografias similares de
OVNIs (não exatamente reproduzindo) a aquelas que Ed tirou, usando técnicas
similares (com algumas modificações) a aquelas descritas por Tommy Smith.
Lembre-se que Curtis estava bastante impressionado com as fotografias de Ed e
um vídeo de 1988, e parecia que ele acreditava que a história dele era verdadeira.
Agora, Curtis começou a olhar de forma cética para Walters. Talvez ele estivesse
seguindo a velha regra de “me engane uma vez, vergonha sua...”. Curtis declarou
abertamente, “Foi bastante fácil reproduzir essas fotos” (Evans e Belderson).
Parecia que a maioria dos problemas com a duplicação exata das fotografias de
Ed estava em reproduzir os métodos e condições precisas que ele usou. Quando os
fotógrafos entenderam como foi feito, eles começaram a ter reproduções cada vez
mais parecidas com as fotos de Ed.
No
começo de julho, Ed se preparou e emitiu um comunicado à imprensa demonstrando
que “refutadores” tinham plantado o modelo. Ele tinha obtido uma cópia das
plantas que tinha dado ao sr. e a sra. Lynn Thomas, de Michigan, em setembro de
1989. Os Thomas achavam que essas plantas poderiam ser as plantas usadas no modelo.
A cópia mostrava muitos detalhes importantes, mas o principal em que Ed queria
focar era que a sala de estar, de 530 metros quadrados, e as dimensões da laje,
de 729 metros quadrados, eram os mesmos números da planta que estava no modelo.
Ele queria ter certeza de que todos estivessem convencidos de que essa era a
verdadeira origem das plantas. Infelizmente, Ed deixou muitos detalhes de fora.
Na planta do modelo, o endereço está parcialmente escondido, mas o último
dígito é definitivamente o número “2” (com o endereço aparente de Jamestown Drive
712). As plantas dos Thomas foram feitas para Jamestown Drive 700.
Cortesia
de P. Klass - SUN #6 de novembro de 1990 – Página 5
Outro
problema era que a parte exterior das plantas dos Thomas usavam White Synergy,
mas as plantas do modelo declaravam que o lado de fora era de tijolo (Ed, mais
tarde, acrescentou que eles queriam originalmente tijolo, o que explicaria essa
discrepância). Ainda mais revelador era que a garagem no modelo era paralela à
casa, com a abertura sendo do mesmo lado da parte maior da casa. As plantas da
casa dos Thomas tinham a garagem perpendicular à parte maior da casa.
Cortesia
de P. Klass - SUN #9 de maio de 1991 – Página 7
Então,
as plantas dos Thomas não combinavam perfeitamente com a do modelo. De acordo
com Phil Klass:
A
planta da casa “original” e detalhada que Walters pegou emprestado do sr. e da sra.
Thomas, logo depois que o modelo de OVNI foi descoberto, nunca retornou para
eles. Ao invés disso, Ed enviou a eles uma fotocópia. (O sr. Thomas tinha
anotado as dimensões do lote na parte de trás do original. Essas dimensões não
estavam na cópia que Ed mandou de volta para eles.) (Klass Bruce Maccabee 5)
O
mais importante foi que, quando se perguntou sobre uma anotação específica
“corte 2” nessas plantas, os Thomas não puderam recordar se ela tinha sido
feita antes de eles emprestarem a cópia para Walters (que não foi a que
retornou para eles). Esse “corte 2” é importante porque remove 60 cm de parte
da casa e muda a sala de estar para as dimensões requeridas. Parecia que as
plantas que Ed tinha usado em seu comunicado à imprensa poderiam ter sido
alteradas para produzir os números requeridos para combinar com os descobertos
no modelo. O ufólogo Jerry Black falou com os Thomas anos depois e descobriu
que eles, agora, eram da opinião de que as plantas não eram as da sua casa:
Ed
Walters alegou que o modelo representava a casa da família Lynn Thomas e, de
fato, eles disseram isso antes. A propósito, nós soubemos que a casa nunca foi
construída para eles. Entretanto, durante os últimos 4 ou 5 anos, nós estivemos
em contato com a família Thomas, que se mudou para Detroit.
A
sra. Thomas fez um curso extensivo para se tornar agente imobiliário depois de
ter deixado a área de Gulf Breeze. Para ter certeza de que ela estava olhando
para as mesmas plantas que eu estava, eu mandei a ela uma cópia das plantas da
casa de Sarah Menzer. (Nós todos poderíamos obtê-las ao simplesmente pedir para
a senhora Menzer.) A sra. Thomas disse que as plantas eram basicamente a mesma
coisa que ela recebeu de Walt Andrus e Ed Walters.
Agora,
entretanto, desde que ela fez seu curso de agente imobiliário, e percebeu que
sua casa seria construída na esquina entre Shoreline Drive e Jamestown, ela me
disse que não acredita que as plantas do modelo que foram enviadas a ela
representam as plantas da casa que, supostamente, seria construída para ela. Eu
perguntei a ela por que mudou de opinião. Ela disse que, quando se tornou
agente imobiliário, e mais familiarizada com ler plantas e diagramas, viu que
as plantas que ela estava olhando eram muito menores que as da casa que seria
construída para a família dela, que ficaria situada na esquina entre Shoreline
e Jamestown. Ela reiterou, “Estou te dizendo novamente, sr. Black, essas
plantas não são as plantas que foram feitas para nossa casa, para ser
construída naquela esquina.”
O
sr. Thomas estava em uma extensão do telefone durante a conversa. Ele disse
para mim, “Sr. Black, nunca achei, durante todo o tempo, que essas eram nossas
plantas. Mas eu concordei com minha mulher porque ela achava que sabia mais que
eu.” (Black)
Uma
sequência de eventos ainda mais surpreendente veio da sequência da pesquisa de
Craig Myers:
Puxando
o conteúdo da pasta com o nome de Ed nele, eu logo localizei uma permissão de
construção para uma casa que tinha a mesma sala de estar que a da planta do
modelo. Essa permissão foi para uma casa de tijolos em Jamestown Drive 712, construída
entre janeiro e maio de 1987 – uns 6 meses antes dos primeiros casos de OVNI e
fotos surgirem. Eu fui de uma antiga vizinhança obscura de Pensacola para
BayBridge, uma área ainda mais obscura. Lá, na prefeitura, foram me mostrados
arquivos das construções de Gulf Breeze, onde as plantas de cada casa
construída na cidade estavam guardadas em tubos. Com as mãos tremendo por
antecipação, eu logo localizei as plantas da casa de Jamestown Drive 712. Com o
coração palpitando, eu puxei as plantas, as desenrolei em uma mesa e olhei com
expectativa para o canto superior direito para ver se a área de laje daquela
casa também combinava.
Mas
não havia nada lá.
O
canto da planta tinha sido arrancado no local que continha a área da laje e da
sala de estar da casa. Certamente, não era acidental. Você não rasga as plantas
acidentalmente daquela forma. Olhei para baixo no tubo e para o chão, mas não
havia pedaço de papel compatível. Foi rasgado como se alguém tivesse virado uma
página de um livro muito rapidamente. Mas não há razão para manusear as plantas
daquela maneira. Não havia motivo para rasgar apenas aquele canto, removendo
apenas aqueles dois itens de informação...
Mais
tarde, Gray me ligou e disse que uma das secretárias da prefeitura lembrou que
Ed estava olhando aquelas plantas alguns dias antes. Eu liguei para a
secretária e ela repetiu a história.
Ela
disse que Ed chegou e olhou aqueles arquivos, saindo abruptamente depois do que
pareceram vários minutos. O prefeito estava ficando bravo. Um homem de ação,
ele pediu para um amigo construtor calcular as dimensões daquela casa usando os
desenhos deixados nas plantas. Ele me ligou do telefone de seu carro e, de
forma animada, reportou que elas eram uma combinação perfeita. Ele disse que o
construtor calculou a área da sala de estar com 530 m e uma área de laje de 729
m. (Myers 133-134)
O
formulário tinha uma sala de estar de 530 m quadrados, mas não a “marca” de uma
área de laje de 729 m quadrados. Entretanto, parecia ter havido mudanças nas
plantas, que moveram a área da laje para 729 m quadrados, mas reduziram o
tamanho da sala de estar. Apesar de as plantas não terem as duas dimensões
requeridas ao mesmo tempo, havia a possibilidade de que os desenhos poderiam
ter tido esses números listados. A implicação é a possibilidade de que esses
plantas, que estavam na prefeitura para uma casa “específica”, poderiam ter
sido a fonte para as plantas do modelo.
Cortesia
de P. Klass - SUN #10 de julho de 1991 - Página 2
Em
julho, Andrus decidiu quem ele abriria uma nova investigação do caso de
Walters. Rex e Carol Salisberry, da MUFON da Flórida, foram considerados os
melhores candidatos. Esses dois foram honrados na conferência de julho da MUFON
por suas “capacidades investigativas inigualáveis” e “definiram os padrões para
uma investigação ufológica apropriada” (Prêmio Klass 1). Mais importante, eles
não pareceram ter nada contra Ed e estavam inclinados a acreditar nas alegações
de Ed sobre os encontros que ele teve. Rex tinha, na verdade, visto um dos
OVNIs vermelhos que, recentemente, tinham passado pela área. De acordo com Phil
Klass: “...Andrus enfatizou que uma nova investigação seria baseada na
presunção de que Walters era inocente até que se provasse o contrário” (Klass
Ed Walters 2). Era o desejo de Walt que Salisberry limpasse a bagunça e
restaurasse o caso a seu status anterior.
Trabalhos
Citados
Black,
Jerry. "Looking Back: A Review Of Gulf Breeze". http://www.skiesare.demon.co.uk/looking.html
Christensen,
Marge. MUFON, 1990 - An Organization At Risk. http://www.skiesare.demon.co.uk/gb+mufon.html
Evans,
Jeremy and Martin Belderson (Directors).(1996) UFO: Down to Earth - Reason to
believe (Film). Discovery Channel.
Klass,
Philip. "Ed Walters, of Gulf Breeze, Fla., charges that small UFO-Model
found in his former home by its new owner was made by "debunkers" who
planted it to "discredit the UFO phenomenon." Skeptic's UFO
Newsletter, July 1990.
"Award-winning
MUFON investigators find evidence of hoax in Ed Walters' (Gulf Breeze) UFO
Photos--But MUFON director Walt Andrus dismisses their findings."
Skeptic's UFO Newsletter, November 1990.
"Bruce
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"Walters,
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* * *
Tradução:
Pamylla Oliveira
Artigo
original:
http://www.astronomyufo.com/UFO/Ed09.htm