terça-feira, 11 de março de 2025

O OVNI de Socorro Está Prestes a Ir pelos Ares: Relatório Preliminar

 

 


O incidente que trouxe fama indesejada ao sargento Lonnie Zamora continua a gerar debates 60 anos depois. Marcas no chão, fogo azul e duas figuras estranhas transformaram este caso em um enigma que parecia desafiar qualquer explicação. Foi o encontro que transformou J. Allen Hynek no “Galileu da Ufologia” e se tornou o arquivo mais icônico do Projeto Livro Azul. Mas, e se a resposta fosse mais realista? Um ex-aluno do New Mexico Tech revela uma história diferente: sua confissão tardia pode encerrar o mistério. Experimento? Brincadeira? Outra coisa?

 


O incidente que ocorreu em Socorro, Novo México, em 24 de abril de 1964, é reconhecido como um dos encontros mais sólidos e documentados na história da pesquisa oficial dos OVNIs, agora conhecido como Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPs), registrado pelo Projeto Livro Azul da Força Aérea dos EUA. Sua importância não está apenas na credibilidade da principal testemunha, o policial Dionicio E. (Lonnie) Zamora (1933-2009), mas também nas evidências físicas encontradas na cena e na falta de uma explicação convencional convincente.

 

O evento ocorreu por volta das 17h45 quando o policial Zamora, enquanto perseguia um veículo em alta velocidade na Rota 85 ao sul de Socorro, foi interrompido por um som repentino semelhante a uma explosão acompanhado por uma coluna de chamas que parecia vir de uma área próxima a um depósito de dinamite. Presumindo que ocorrera uma explosão acidental, Zamora abandonou a perseguição e seguiu em direção à área para investigar.

 

Ao atingir uma elevação que lhe permitiu observar o vale, ele avistou, a uma distância de mais de 100 metros, um objeto que parecia ser um carro virado e apoiado pelo capô ou porta-malas. O objeto repousava sobre o que pareciam ser duas pernas de metal, aparentemente estruturais, sustentando-o diretamente acima do chão. Nas proximidades do objeto, Zamora notou a presença de duas figuras, vestidas com macacões brancos inteiriços. A cena com o carro e as duas figuras durou cerca de dois segundos. Ele continuou dirigindo, perdendo a visão da cena ao passar por trás de uma colina. Depois de atravessar os obstáculos do terreno, ele se aproximou da cena.


 

A distância mínima em que Zamora se posicionou em relação ao objeto foi de aproximadamente 30 a 40 metros. Desse ponto, ele testemunhou como o objeto emitiu um som alto, descrito como um rugido semelhante ao de um motor, acompanhado por uma chama laranja-azulada saindo de sua parte inferior. Zamora continuou pensando que era um carro capotado, mas logo temeu que uma explosão fosse iminente e entrou em pânico, recuando cerca de 30 ou 40 metros. Enquanto recuava, ele ocasionalmente olhava para trás e via o objeto subindo verticalmente a uma altura de cerca de 4,5 a 6 metros (15 a 20 pés), onde pairou por alguns segundos. Naquele momento, Zamora tropeçou e perdeu seus óculos corretivos. Mais tarde, o objeto começou a se mover horizontalmente, seguindo os contornos irregulares de uma ravina, aproximadamente 1 metro do chão, até desaparecer de vista para o sudoeste. Zamora observou toda a sequência sem seus óculos. Somente depois que o objeto desapareceu, o oficial retornou ao local onde havia tropeçado e recuperou seus óculos. Surpreendentemente, nenhum dos relatórios revisados considerou relevante especificar a prescrição de seus óculos, que ele não usou durante parte da observação. No entanto, entende-se que, como ele os usou enquanto perseguia outro veículo, ele tinha miopia.

 

O local foi posteriormente inspecionado por autoridades locais e investigadores da Força Aérea, incluindo o Dr. J. Allen Hynek (1910-1986), astrônomo e consultor científico do Projeto Livro Azul. Marcas no chão, interpretadas como pernas de suporte do objeto, e áreas de vegetação queimada foram encontradas. A análise do solo e da vegetação não revelou resíduos radioativos ou produtos químicos associados a combustíveis convencionais.

 

Zamora estimou que a observação durou cerca de 50 a 60 segundos, com a fase mais crítica — a decolagem e o voo final — ocorrendo enquanto ele estava sem os óculos. Apesar disso, seu relato permaneceu firme, detalhado e consistente em cada entrevista subsequente. A investigação exaustiva da Força Aérea, que incluiu a verificação de voos de aeronaves experimentais, balões meteorológicos e testes militares nas proximidades, não conseguiu identificar a origem ou a natureza do objeto, então o caso foi oficialmente classificado como “desconhecido”.

 

A combinação de uma testemunha confiável e treinada, evidências físicas documentadas e a falta de uma explicação convencional fizeram do caso Zamora um dos arquivos mais sólidos dentro da pesquisa ufológico nos Estados Unidos.



DO EDITOR. Em 1980, consegui entrevistar o Dr. Hynek no apartamento de Guillermo Carlos Roncoroni, junto com o Dr. Alan March. Hynek ainda mantinha sua convicção de que o caso Socorro era “um verdadeiro enigma”, principalmente porque, alguns anos depois, ele retornou ao local e percebeu que parte das pegadas “permanecia lá”. Como já observei em outro lugar, minha impressão do “Galileu da Ufologia” é que ele era uma pessoa honesta com um forte desejo de acreditar.


 

O papel de J. Allen Hynek

 

O caso Zamora não foi apenas registrado como um dos arquivos icônicos do Projeto Livro Azul, mas também marcou uma virada para J. Allen Hynek, o astrônomo contratado pela Força Aérea dos EUA como consultor científico para analisar relatos de OVNIs.

 

Desde 1948, Hynek trabalhava na Força Aérea como um cientista cuja tarefa era analisar avistamentos e, quando possível, fornecer explicações baseadas em meteorologia, astronomia ou fenômenos ópticos. Ele não era um cético militante, mas sim um cientista que buscava encontrar explicações naturais antes de classificar um caso como desconhecido. Hynek normalmente identificava balões meteorológicos, estrelas, aviões ou ilusões ópticas, resolvendo incidentes de forma razoável. No entanto, o caso Zamora foi diferente.

 

Desde o início, Hynek encontrou uma testemunha excepcionalmente confiável: um policial com um bom histórico, que não buscava publicidade e, pelo contrário, demonstrou claro desconforto devido à atenção que recebeu. Além disso, a inspeção do local revelou evidências físicas — marcas no solo e vegetação queimada — que combinavam perfeitamente com a descrição de Zamora. Não havia nenhuma explicação astronômica, atmosférica ou tecnológica óbvia que pudesse explicar logicamente o incidente.

 

Após conduzir sua avaliação, Hynek não conseguiu explicar o caso e o classificou como “desconhecido”, uma classificação que, embora rara, já havia ocorrido antes. No entanto, a força e a consistência das evidências neste caso, e em alguns outros, o levaram a reconsiderar sua abordagem geral. Pela primeira vez, Hynek começou a suspeitar que, por trás de alguns desses casos, poderia haver um fenômeno real, que justificasse uma investigação científica sistemática, livre de preconceitos e aberta a hipóteses não convencionais.

 

Esse processo de reflexão, parcialmente desencadeado pelo caso Zamora, culminou em 1972 com a publicação de sua obra mais influente, Ufologia: Uma Pesquisa Científica, onde ele propôs uma nova estrutura para classificar contatos imediatos, incluindo as agora famosas categorias de Primeiro, Segundo e Terceiro Grau. Mantendo esse espírito, Hynek fundou o Centro de Estudos de OVNIs (CUFOS), uma instituição dedicada à investigação rigorosa e científica de OVNIs, combinando o método científico com depoimentos de alta credibilidade e análises laboratoriais.

 

A história de Hynek é inseparável da de Socorro.

 

O caso Zamora foi um dos momentos-chave, se não a chave, que abriu a mente dele para a possibilidade de um fenômeno genuíno, e marcou o ponto em que ele parou de apenas explicar e começou a explorar. Assim, ele deixou de ser um cientista externo para se tornar o principal promotor global de uma abordagem científica séria e responsável para o estudo dos OVNIs. Outros pesquisadores dedicaram anos a estudar isso, muitos deles seguindo seus passos.


 


Contexto: Instituto de Mineração e Tecnologia do Novo México


Na década de 1960, o Instituto de Mineração e Tecnologia do Novo México, conhecido como New Mexico Tech, era uma instituição acadêmica técnica de alto nível localizada na pequena cidade de Socorro, Novo México. Seu prestígio residia na formação de engenheiros, geólogos e cientistas com um forte foco prático. Apesar de seu pequeno tamanho, o campus ganhou uma reputação local pela engenhosidade de seus alunos, que se destacavam tanto por suas habilidades técnicas quanto por uma inclinação marcante para brincadeiras elaboradas, muitas das quais testavam sua criatividade e conhecimento em mecânica, eletricidade e outras disciplinas aplicadas.

 

As brincadeiras faziam parte da cultura não oficial do instituto e, embora não houvesse registro formal dessas atividades, elas eram bem conhecidas entre alunos, professores e a comunidade local. A natureza prática das carreiras ensinadas no New Mexico Tech fomentou um ambiente no qual os alunos desenvolveram projetos improvisados, sistemas engenhosos e mecanismos criativos. Essas habilidades técnicas frequentemente faziam parte de piadas internas, variando de intervenções em áreas comuns do campus a modificações temporárias ou alterações de estruturas ou dispositivos dentro da universidade.

 

Além das brincadeiras, havia um componente extracurricular de exploração técnica. Motivados pela curiosidade científica e pelo desejo de aplicar o conhecimento aprendido, os alunos frequentemente se envolviam em atividades fora do horário acadêmico, muitas vezes nas áreas desérticas ao redor. Esses espaços, longe da supervisão direta de professores e autoridades universitárias, permitiam testes informais de habilidades técnicas e projetos experimentais pessoais.

 

Esse ambiente encorajava uma cultura de criatividade técnica e um certo espírito irreverente, onde o conhecimento aplicado era combinado com humor e um desejo de surpreender colegas e professores.

 

A reputação de inteligência e brincadeiras seguia os alunos do New Mexico Tech para fora do campus, alimentando uma percepção pública de que o instituto poderia produzir mentes capazes de qualquer coisa, pelo menos do ponto de vista técnico. Essa reputação, embora muitas vezes exagerada, refletia o espírito de uma instituição onde a prática e a inventividade eram valorizadas tanto quanto a teoria.

 


A Revelação


Em 1981, dezessete anos após o incidente de Socorro, Kevin J. Ashley havia comprado artigos de imprensa em uma edição especial dedicada ao caso e estava discutindo a questão com seus colegas de trabalho. Um deles, encostado no batente da porta, sorriu e disse: “Fui eu”. Quem falou isso foi Bruno R., um engenheiro e ex-aluno da New Mexico Tech. Ele contou a Ashley os detalhes do incidente e alguns dos testes que eles estavam conduzindo no suposto local de pouso, principalmente por diversão. Temos todos os detalhes deste autor confesso, agora com 83 anos.

 

BRUNO R.


Ele e um colega estavam fazendo experiências não oficiais com dinamite. Basicamente, eles acendiam o pavio de dinamite coberto por um tambor de metal e observavam o quanto o tambor subia após a explosão.


Haverá um segundo relatório mais detalhado em breve. Por enquanto, como resumo, podemos dizer que houve três fases de observação no incidente:

 

  • Na primeira fase, Zamora vê um veículo e os dois alunos a mais de 100 metros de distância por cerca de dois segundos. Ele pensou que era um veículo acidentado e foi ajudar.


  • Na segunda fase, Zamora se aproxima de 30 a 40 metros da cena, ainda pensando em um acidente de carro, mas quase imediatamente um barulho alto é ouvido e chamas são vistas. Zamora entra em pânico e se afasta, e quando olha para trás, vê o tambor voando a cerca de 6 metros do chão.


  • Na terceira fase, Zamora perde os óculos ao tropeçar em sua fuga, e quando se aproxima sem os óculos, vê o carro dos alunos se movendo para sudoeste (com miopia e sem óculos, ele mais tarde o descreveu como um balão se movendo a cerca de 1 metro do chão).


Após as informações iniciais recebidas, tentamos entrar em contato com outros ex-alunos do New Mexico Tech que podem fornecer mais detalhes sobre o incidente: Robert Cudney, Peter Kun e Woodrow Monte.

 

Até o momento, nenhum deles respondeu à nossa solicitação.

 


REFERÊNCIAS


(1) Hynek, J. A. (1972). The UFO experience: A scientific inquiry. Chicago: Henry Regnery Company.

(2) Ashley, K (2017). A new witness? http://www.nmsr.org/socorro.htm


 





SEGUNDO RELATÓRIO DISPONÍVEL


Em sua busca por uma explicação coerente para o caso Socorro (Novo México, 1964), o Dr. Heriberto Janosch contatou recentemente o engenheiro Kevin J. Ashley, um ex-aluno do New Mexico Tech (1973-1979). Em 1981, um colega de trabalho de Ashley revelou a ele que ele havia sido um dos responsáveis pelo incidente. A partir da confissão, ele desenvolveu sua própria hipótese sobre o ocorrido, respeitando tanto o depoimento de Zamora quanto os dados coletados na época. 


[Investigação em andamento, mais atualizações em breve]



https://factorelblog.com/2025/03/07/the-socorro-ufo-about-to-explode-preliminary-report/ 


segunda-feira, 10 de março de 2025

É ruim ser cético?

 



O filósofo Massimo Pigliucci [1] escreve que, certa vez, foi convidado por um programa de rádio americano para falar sobre a questão da evolução biológica e do criacionismo como explicações para a evolução da vida no planeta, um assunto bastante discutido em certas partes dos Estados Unidos, especialmente na região centro-sul do país. O outro convidado era o também cético Michael Shermer. Pigliucci afirma que o locutor do programa do qual estavam participando ficou intrigado ao perceber que os dois convidados pareciam pessoas bastante amigáveis, que sorriam e eram cordiais, ou seja, eram pessoas muito felizes e amistosas para “serem céticos”.

Contrariamente às visões comuns sobre o ceticismo, ser cético não significa ser chato, e também não significa uma obsessão por tentar mostrar que qualquer afirmativa é falsa.

A visão do radialista americano sobre o que é um cético é compartilhada por muita gente. No início de novembro de 2013, a revista UFO, no Brasil, publicou em sua página do Facebook um manifesto, posteriormente deletado, contra os “céticos” que não aceitam que as marcas surgidas em uma plantação no interior de Santa Catarina no começo daquele mês sejam obras de alienígenas. O comunicado diz:

“Amigos, deixando de lado estas discussões com céticos tolos, que há anos se repetem em sua incredulidade e perdem grandes chances de abrirem suas mentes para aquilo que não conseguem entender, vamos prosseguir com a conversa de maneira construtiva. Até porque, em mais de três décadas dedicadas à Ufologia, encontrei todo tipo de cético pela frente, menos um: O CÉTICO INTELIGENTE! Esse não existe, porque, quando há inteligência, não pode haver ceticismo.
Todos os céticos que conheci, infelizmente, são de uma pobreza mental de dar dó. Ultrapassados, limitados, ignorantes (no sentido de não buscarem informações que desafiem o que conhecem), ranzinzas e chatos. Deixemos os caras de lado, mas não sem antes relembrarmos a eles: moçada, Ipuaçu fica em Santa Catarina, não em Katmandu. Para se chegar lá e ver as coisas pessoalmente, há estradas e o local não é inacessível. Pode-se ir até lá por inúmeras rodovias, ok? Então, help yourself, senhores céticos!”

De acordo com o texto da revista, ceticismo e inteligência são características incompatíveis. Um cético é um sujeito de mente fechada e que, por isso, não percebe quantas coisas está deixando de saber. A mente fechada é um sinal de pobreza intelectual, segue o comunicado da revista, e os céticos são também ignorantes por não buscarem informações diferentes daquelas com as quais estão familiarizados. E, obviamente, ainda segundo o texto, céticos são “ranzinzas e chatos”.

Uma das melhores definições a respeito do que significa ser um cético vem de Massimo Pigliucci (aqui, o autor se refere ao uso contemporâneo do termo, e não ao ceticismo radical, uma posição filosófica que sustenta que não é possível ter conhecimento do mundo): “Ser cético significa nutrir reservas razoáveis a respeito de certas afirmações. Significa querer mais evidências antes de chegar a alguma conclusão. Mais importante, significa manter uma atitude de abertura para calibrar as crenças de alguém de acordo com as evidências disponíveis” [2].

Contrariamente às visões comuns sobre o ceticismo, ser cético não significa ser chato, e também não significa uma obsessão por tentar mostrar que qualquer afirmativa é falsa. Significa, simplesmente, ter padrões de exigências mais refinados para aceitar alguma ideia como provavelmente verdadeira. Assim, se alguém diz que a falta de marcas aparentes de ação humana é suficiente para que se acredite que um desenho em uma lavoura de trigo foi feito por alienígenas, então, de fato, esse sujeito não é um cético, pois sua conclusão parte de evidências bastante fracas, da aceitação de falácias (como o apelo à ignorância) e, basicamente, de suposições fantasiosas que não recebem endosso científico (ex: aliens inteligentes nos visitam).

A falta de ceticismo é um dos maiores males do mundo contemporâneo, afirma o jornalista americano Guy Harrison em Think: why we should question everything (Pense: por que nós deveríamos questionar tudo, publicado pela Prometheus Books nos Estados Unidos, e ainda sem edição brasileira). Tendemos a acreditar em uma série de coisas sem que tenhamos boas razões para elas. Aceitamos tranquilamente o que um político diz somente porque ele pertence ao partido ou à linha ideológica de nossa preferência. Tomamos um “complexo vitamínico” porque o anúncio que vimos na TV é bem feito, com pessoas bonitas, e a empresa afirma que irá devolver nosso dinheiro se o produto não funcionar. Acreditamos que alienígenas viajaram por distâncias inimagináveis, chegaram à Terra e aqui nos deixaram alguma mensagem (que nunca conseguimos decifrar) em plantações de trigo, e chegamos a essa conclusão basicamente porque “isso não pode ter sido feito por seres humanos.” A aceitação de ideias que provavelmente são falsas nos leva a perder dinheiro, a arriscar nossa saúde, ou simplesmente a perder tempo, procurando coisas que provavelmente nunca encontraremos, como aliens fazendo os círculos.

Ser cético significa nutrir reservas razoáveis a respeito de certas afirmações. Significa querer mais evidências antes de chegar a alguma conclusão. Mais importante, significa manter uma atitude de abertura para calibrar as crenças de alguém de acordo com as evidências disponíveis”.

 Massimo Pigliucci.

Harrison afirma que devemos ter uma “dose saudável de dúvida”, e usarmos a razão e o pensamento crítico para discernir entre aquilo que é provavelmente real e aquilo que não é. Isso significa não assumir que conhecemos alguma coisa sem que tenhamos boas razões que a sustentem. Essa postura cética – quando aplicada às mais diversas situações – pode mudar nosso mundo, em termos individuais e sociais, para melhor.

OBS: este texto foi publicado originalmente no site do Universo Racionalista em 2014 (https://universoracionalista.org/e-ruim-ser-cetico/), e passou por pequenas alterações antes de ser postado aqui, Nas Trilhas da Razão.

Referências
[1] PIGLIUCCI, M. Tales of the rational: skeptical essays about nature and science. Smyrna: Freethought Press, 2000, p. 253.

[2] PIGLIUCCI, M. Nonsense on stilts: how to tell science from bunk. Chicago: The University of Chicago Press, 2010, p. 137.